Chapter 5

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Sarah tentava segurar o riso enquanto via Rodolfo ficar mais vermelho do que um tomate. O homem estava visivelmente irritado, contudo, tentava se manter imparcial.

- Este é um caso de extremo cuidado, senhor. - Insistiu ele. - Eu entendo que a mãe paciente queria isso, mas pelo menos deixe-me acompanhá-la. Aquela garota é um milagre vivo, nem diante de nossos olhos. - O chefe do hospital repuxou o canto de sua boca e olhou para Sarah.

- Você acha que é capaz de fazer isso, senhorita? - Ele perguntou solenemente.

- Não acho que ela ainda seja capaz. Ela é muito boa, inclusive, é minha melhor aluna, no entanto, isso é algo que vai além do capricho de uma mãe. - Rodolfo disse. O homem bateu fortemente os punhos na mesa e olhos furiosamente para Rodolfo.

- Primeiramente que não é um "capricho", senhor Matthaus. Aquela garota ali.. - Disse e apontou diretamente para Sarah. - De alguma forma desconhecida por todos nós, foi capaz de fazer a garota acordar após quatorze anos. É justo querê-la por perto. - Disse seriamente. - E em segundo lugar, minha pergunta foi para a senhorita Andrade, então quando sua fala não for solicitada, por favor, cala a boca. - Os músculos do maxilar de Rodolfo se tensionaram antes de ele assentir.

- Sim, senhor. - Replicou seriamente. Mesmo ele sendo o chefe de seu departamento, ainda tinha que acatar o chefe do hospital, sendo assim, foi obrigado a se calar.

- E então, senhorita Andrade, acha que é capaz? - Sarah, que tinha suas mãos entrelaçadas nas costas, deu um passo a frente.

- Eu poderia muito bem dizer que sim, senhor, afinal é um tratamento o qual eu já fiz, mas nesse caso em especial eu prefiro que o senhor Matthaus me acompanhe. - O sorriso prepotente do homem se abriu, como se dissesse que estava certo o tempo inteiro.

- Ainda não se sente segura sozinha? - O chefe do hospital perguntou curioso, cruzando os braços.

- Me sinto completamente segura, mas quero o melhor para a paciente e o senhor Matthaus tem mais experiência.

- Mas a senhora Freire insiste que seja você a fisioterapeuta de Juliette. Eu a expliquei que a senhorita ainda não se formou, mas a mulher é osso duro de roer. - Ele disse rindo. - O que me sugere, Andrade?

- Bem.. O senhor Matthaus poderia me acompanhar e se certificar de que estou fazendo tudo corretamente. - Ela sugeriu completamente receosa.

- O quê? - Rodolfo perguntou perplexo. - Está sugerindo que eu seja seu ajudante?

- Eu adorei a ideia. - O chefe do hospital disse sorrindo. - Explêndido. Pode avisar à senhora Freire para passar em minha sala, senhorita? Quero avisá-la que começarão amanhã. - Sarah assentiu.

- Se o senhor me permitir tentar fazer ela mudar de ideia.. - Rodolfo tentou, mas a risada do senhor Ruppert lhe interrompeu.

- Fique à vontade, mas como sei que aquela mulher é irredutível já fique preparada, senhorita Andrade.

- Deve estar louca, não é possível. - Rodolfo disse, vendo o homem em sua frente fechar sua expressão na hora.

- Cuidado com o que fala, Matthaus, aquela mulher vai além da mãe de uma paciente. Ela é uma grande amiga. Está neste hospital desde antes de eu me tornar chefe, então peço encarecidamente que não volte a mencioná-la dessa forma.

- Desculpe, senhor.

- Podem se retirar. - O homem disse, ouvindo Sarah preferir um "com licença" antes de se retirar.

A menina apressou o passo para fugir de Rodolfo, pois sabia que ouviria alguma provocação, e deu graças a Deus por ter chegado ao quarto de Juliette logo. Desta vez não precisou deixar batidas na porta, pois a mesma estava aberta.

Em um piscar de olhos - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora