Chapter 18

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Enquanto Sarah ajudava Juliette a descer do táxi e se sentar na cadeira de rodas, Fátima foi na frente para abrir a porta e levar as coisas que Juliette havia ganhado de Sarah, tais como a flor e a cesta de chocolate.

A casa era típica tradicional americana: Um belo jardim na frente, um gramado estendido por todo o local, que só se perdia na trilha da calçada que se formava até a entrada da casa. Mais ao lado havia a calçada que dava para a enorme garagem, de porta branca de aço.

- Mãe, eu dormi por quatorze anos, não foi? - Juliette elevou sua voz, fazendo-a alcançar os ouvidos de sua mãe.

- Sim, meu amor.

- Então por que ainda está tudo tão.... - Seus olhos percorreram toda a extensão. - Igual? - Fátima sorriu antes de explicar:

- Eu sonhava com o dia em que seu pai voltaria para esta casa, mas infelizmente ele não voltou. - Ela disse tristemente, porém trazia consigo um sorriso inabalável. - Depois, fui deixando igual, somente renovando a pintura e deixando tudo assim, apenas para que quando você voltasse não se assustasse com a mudança. - Confessou. - Demorou quatorze anos, filha, mas você voltou.

Juliette sorriu, sem barreiras, sem pudor. Sorriu de uma forma tão pura que atingiu cada canto da alma de Fátima e, é claro, de Sarah, que assistia tudo.

- Eu te amo, mamãe. - Juliette disse. - Mas se eu jamais tivesse acordado eu realmente gostaria que você enfeitasse a casa de um jeito que não te lembrasse dias ruins.

Sem ao menos perceber Fátima estava chorando. Não um choro triste, muito pelo contrário, eram apenas lágrimas de alegria, de alívio, de paz. Sua filha estava bem, no final das contas.

- Ora, não me faça chorar na frente de Sarah, meu amor. - Fátima pediu, levando o dorso de seus dedos até o canto de seus olhos para livrar-se das lágrimas. - Vamos, não fiquem paradas aí, venham.

Sarah assentiu e começou a empurrar a cadeira em direção a casa. Seus olhos curiosos analisaram tudo, porque ao contrário do exterior, o lado interior da casa não se assemelhava com nada tradicional. Qualquer um notaria que uma família de classe alta vivia ali.

Todos os móveis de madeira maciça davam destaque entre as paredes amarelas e brancas. Os enormes quadros abstratos que enfeitavam as paredes, com suas molduras douradas, entregavam o amor pela arte. Na sala, que era o cômodo onde se encontravam, o enorme tapete preto felpudo cobria o chão, constratando com o lustre de luzes brancas no centro do cômodo.

- Mamãe, posso mostrar meu quarto para a Sarará? - Juliette perguntou animada, lembrando-se da quantidade de brinquedos que costumava ter.

- Vamos ter que deixar isso para a próxima. Seu quarto fica em cima e não quero que Sarah tenha que te subir. Dei folga para os empregados, então hoje terá que dormir em um dos quartos daqui debaixo.

- E quando eles voltam?

- Amanhã. - Fátima informou.

- Então a próxima vez que Sarará vier posso mostrar a ela? - Perguntou esperançosa, vendo Fátima assentir.

- Sim, querida. - Disse gentilmente. - Sarah, sente-se, por favor. Fique à vontade. - Pediu. - Vou preparar algo para comermos.

- Obrigada, senhora Freire.

- Fátima, querida. Me chame de Fátima. - Pediu sorrindo.

- Certo, dona Fátima.

- Sem o dona. - Disse, fazendo Sarah rir.

- Tudo bem, Fátima. - Disse, vendo a mulher desaparecer do cômodo.

- Sah, temos uma piscina grandona. Você acha que as minhas pernas vão ficar boas até o verão? - Perguntou. Sarah caminhou até o sofá e deixou a cadeira de frente para ela, sentando-se diretamente de frente para Juliette.

- Eu acho que até a primavera elas já estarão boas, Juliette. - Respondeu. - Suas pernas estão perfeitas, só precisam aprender a se adaptar ao seu novo tamanho, peso e recuperarem a força.

- E você vai vir nadar comigo?

- Se você quiser que eu venha, virei.

- De maiô? - Perguntou arqueando uma sobrancelha. - Não se deve entrar de roupa na piscina.

- De maiô ou biquíni, tanto faz. - Deu de ombros. - Sua casa é bonita.

- Você também. - Juliette respondeu dando um sorriso suave.

- Obrigada. - Respondeu naturalmente; ela já estava acostumando-se aos elogios de Juliette, eram puros e genuínos, algo que enchia o coração de Sarah com um sentimento bom.

- Posso me sentar aí no sofá com você? - Perguntou, vendo Sarah assentir e se inclinar, puxando Juliette para o sofá com toda delicadeza que havia em si. - Obrigada. Acho que estou cansada.

- Quer descansar um pouco? - Sarah perguntou, vendo Juliette assentir. - Então deite-se que eu ficarei ao seu lado até que pegue no sono.

- Deita comigo? - Pediu coçando um de seus olhos.

- Claro. - Ela disse, se deitando no sofá e trazendo Juliette para cima de si.

- Sarará, o Léo quer um abraço seu. - Juliette disse, prendendo a visão no ursinho que estava sobre a mesinha do centro. Sarah riu e esticou o braço, pegando o ursinho e colando sobre o outro lado de seu peito.

- Assim está bom? - Sarah perguntou e sentiu Juliette assentir antes de afundar seu rosto na curva de seu pescoço.

- A Camilla me disse ontem que depois que ela cresceu ela parou de ouvir histórias. - Juliette informou com a voz baixa, fechando os olhos ao sentir o carinho de Sarah em seus cabelos. - Então eu decidi que como eu estou ficando grandinha não vou mais ouvir também.

- Tem certeza? - Sarah perguntou, surpresa demais, afinal Juliette adorava ouvir contos e histórias, principalmente as românticas. - Juliette, não precisa parar com as histórias.

- Eu já me decidi. - Ela disse com veemência, levando seu braço esquerdo até Léo, abraçando assim ele e Sarah ao mesmo tempo.

- Tudo bem, então. - Sarah disse, mantendo as carícias em Juliette.

- Sarará? - A voz soou rouca.

- Sim, meu amor? - Perguntou com a voz repleta de doçura e paciência.

- Será que você poderia contar uma história para o Léo? - Sarah riu graciosamente, desfrutando do calor do corpo de Juliette sobre o seu.

- Contar uma história para ele? Acha que ele gostaria?

- Sim. Ele ainda é neném. - Respondeu.

- Suponho que ele queira ouvir um romance, uhm? - Sarah perguntou em um tom divertido.

- Sim. Ele adora romance. - Juliette disse e Sarah assentiu.

- Bom, era uma vez uma garota que se chamava Bela..

- Não, Sah. Essa não! - Juliette a interrompeu. - Conta onde a garota se chama Sarah. - Sarah riu alto, pois todas histórias que contará à Juliette ela havia substituído os nomes dos protagonistas por Sarah e Juliette e, aparentemente, Juliette havia gostado disso.

- Certo. Era uma vez uma garota que se chamava Sarah.. - E assim foi, contou sua história até o sono chegar. Ela não soube dizer quem dormiu primeiro, mas quando Fátima apareceu na sala não resistiu em rir baixinho diante da cena que vira:

Sarah abraçava com possessão o corpo de Juliette com um braço, enquanto com o outro fazia o mesmo com o ursinho de pelúcia. Juliette, apenas com um braço abraçava os dois ao mesmo tempo. A mulher suspirou bobamente aquela fora a coisa mais fofa que já presenciou em toda sua vida.

-
Resolvi trazer mais um capítulo para vocês, espero que tenham gostado.

Boa noite babys, até amanhã, espero que durmam bem

- Moon 💕

Em um piscar de olhos - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora