Capítulo X - Confusão e Sentimentos

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Um tempo atrás na guerra

Márcia e o grupo fizeram uma emboscada perfeita e conseguiram abater cinco soldados distraídos, ainda faltava alguns do acampamento e ele fariam isso no amanhecer que estava quase chegando. A princesa procurava nos bolsos do cadáver algo que pudesse ajudar a saber informações sobre Antunes, ela acha um papel, curiosa ela abre e começa a ler:

"Querida mãe

Eu tive que matar em uma guerra que não apoio, ele ameaçou vocês, então estou fazendo o que ele me pede. Proteja meus irmãos menores para que ele não os pegue. Você sabe que eu não queria estar aqui, desde que ele nos obrigou a vir eu tenho medo, tenho medo de morrer. Eu não quero morrer mãe, eu não quero morrer. Eu te amo e amo meus irmãos muito"

A guarda percebeu que o papel estava um pouco molhado, como se gotas o tivessem atingido. Ele estava chorando quando escreveu, era apenas um jovem com medo de morrer e ela o matou. Márcia começou a se sentir horrível, muitos eram reféns e esse garoto que acabará de matar era apenas alguém inocente que foi forçado a participar desse circo. 

O horário da invasão deu início e sentiu seu estômago revirar ao pensar que haviam mais como ele. Alguns foram derrubados e mortos pelos os outros guerreiros. A princesa viu um garoto perto de uma tenda puxar a espada e o atacou fazendo com que tropeçasse nos próprios pés e caísse no chão derrubando a espada. Ele tentou se levantar e fugir mas tropeçou novamente dessa vez na espada caída no chão.

Ela foi finalizar a tarefa, mas não conseguiu ao perceber o olhar de medo do menino e a forma em que ele se encolheu como um pobre filhotinho assustado.

Ele não sebe lutar, se soubesse não teria deixado a espada e teria caído no chão - Márcia deduziu, saberia reconhecer soldados em qualquer lugar.

O garoto que aparentava ter 23 anos ficou esperando a morte que nunca veio e olhou para a mulher a sua frente com lágrimas nos olhos.

- Não vai me matar?

- Por que está do lado de Antunes? - Ela o perguntou sem perder a guarda. 

- Ele ameaçou matar meu pai - O garoto já estava chorando. Aquilo podia ser uma armadilha, ela sabia disso, poderia ser fingimento para a pegarem, porém ela sentiu verdade no menino e estava muito afetada - Eu não queria vir para a guerra, eu juro - Soluçou. 

- Venha levante - Ordenou e assim ele o fez, levantando-se e tirando a poeira da calça ainda recuado - O que acha de passar para o nosso lado? 

- Eu gostaria, mas não quero que ele mate meu pai por isso. 

- Podemos fingir que você morreu e te levar conosco, depois damos um jeito de buscar seu pai - Ofereço com um sorriso amigável. Esse seria o momento perfeito para uma espada me atravessar. 

- Então estou do seu lado - Me estende a mão e eu a aperto - Eu nunca concordei com ele sobre as entidades. 

- Fico feliz em saber disso - Um momento de generosidade e suavidade meio a guerra. 

O garoto foi apresentado aos outros que desconfiaram, ele se chamava Henrique II e revelou que haviam outros como ele escondidos e o grupo foi atrás dos meninos após libertar os prisioneiros. Eram apenas garotos pois Antunes não achava que mulheres serviam para lutas. Todos estavam assustados e recuados, quanta crueldade. 

Para sair do acampamento eles precisariam passar por guerreiros que se escondiam na floresta sul, foi essa a informação que seus novos aliados lhes deram. Ao chegar no local estavam preparados para o ataque que ocorreu, os meninos ajudaram a combate-los e alguns acabaram feridos e outros mortos por sua pouca experiência.

A Imperatriz e a Princesa - Marinês (Cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora