Quando foi exatamente que eu passei de "não demos certo" pra "não demos certo, mas eu gostaria muito que tivéssemos dado". Não lembro, nem quero. Eu não precisava de mais um problema na minha vida, e era exatamente isso que você era: um problema. Você foi a pior entre todos os problemas, vinha com cigarros, garrafas de vodka e um cheiro de perfume barato. Você exalava a essência de uma canalha, Lauren. O seu cheiro era aquele cheiro que toda peguete sua leva pra casa.
Eu gostaria que você me respondesse, eu gostaria que você me respondesse muita coisa, mas isso principalmente: eu fui mais uma dessas que leva seu cheiro na gola da camisa? Porque pelo jeito que a gente desandou, eu juro, só pode ter sido isso. Você ficou pelo menos um pouco com o cheiro do meu dolce gabanna? Eu acho que nunca vou saber.
Enfim, daquele dia em diante, você passou a me levar pra casa todos os dias, até que chegou no dia 8 de Fevereiro. Não me lembro exatamente qual dia da semana caiu, mas posso jurar que foi numa sexta. Ia ter uma dessas festinhas de faculdade que você e metade das coisinhas da minha escola frequentavam. Não, eu não era uma dessas coisinhas. Até o dia 5 de Fevereiro eu não era.
Você me parou assim que eu saí do colégio, e me convidou da forma mais ridícula que conseguiu.
— O que você vai fazer sexta?
— Provavelmente vou estar ocupada.
Você deu risada.
— Não minta pra mim, passei uma semana inteira te levando pra casa, conheço bem sua cara de deboche já que é a unica coisa que você consegue me dar.
Revirei os olhos.
— Certo. O que você quer?
— Quero te convidar pra uma festa aí.
— E se eu não topar?
— Eu insisto.
— Certo, eu vou.
— Obrigada.
E então, eu virei uma dessas coisinhas. Parabéns, Lauren, você me transformou tão rápido que eu nem notei. Pra falar a verdade, eu só notei agora.
Enfim, passado três dias, chegou dia 8. Eu não sabia que roupa pôr, que perfume usar e muito menos qual sapato escolher. Acabei pegando um vestido preto, e um salto alto prata pra combinar com a bolsa. Tomei um banho de perfume e pronto. Lá estava uma Camila que eu nunca tinha visto antes. Uma Camila que se importaria com o que a garota que ela ia "sair" iria pensar. Pela primeira vez, Lauren, eu pensei no que alguém acharia de mim. E esse alguém, era você.
Você bateu na minha porta, três vezes. E a cada toc toc meu coração parava por uns dez segundos.
Eu abri a porta, você se espantou e sorriu (foi aí que eu descobri que você gostava de surpresas).
— Deixa, sentir o seu sabor...
Você cantou, baixinho, cerrou os olhos.
— Oi.
— Você tá linda.
— Obrigada, você não está das piores.
E não estava mesmo. Você usava uma calça branca apertada, uma blusa vermelha de seda que deixavam seus seios bem marcados e chamativos. Um salto alto branco e um sorriso que transparecia dentes mais brancos ainda.
— A gente já pode ir?
— Claro.
Eu entrei no seu carro (pela primeira vez) e a gente seguiu até a festa. Você disse que eu estava linda, e eu me sentia assim. Então por que diabos aquela festa me fez ter a certeza que não daríamos certo? Por que você tinha que estragar tudo no 5 motivo ainda? E o pior, você estragou tudo no quinto motivo, e eu ainda fiquei mais dez. Nessa festa, eu percebi que você não prestava.
E que você era um problema. Então, por favor, me responda... Por que eu entrei no seu jogo? Maldita festa, maldita você e malditos motivos.
Aí vai o 5 motivo: Seu cheiro, suas festas, suas garotas.
YOU ARE READING
15 Reasons (camren)
Fanfiction"O problema de uma quase-relação, é que ela não tem um começo. Portanto, não pode ter um fim. Decidi te explicar tudo, tim-tim por tim-tim. Desde o dia que você apareceu, até o dia que você partiu. Nós duas não podíamos ter um fim, mas eu e você sim...