Se com você era ruim, sem você ficou bem pior. Eu decidi te aceitar na minha vida, Lauren, e essa foi a maior merda que eu já fiz. Maior do que quando fugi de casa, maior do que quando deixei tudo pra trás achando que isso de seguir sonhos existia. Existe, até, sei lá. Não procuro mais me enganar com essas coisas, acho que a melhor coisa que a gente faz quando é menina é amadurecer. Era por isso que eu odiava a nossa quase relação, porque você me regredia de mulher pra menina assim como você. E eu odiava tanto isso, que não soube dizer que não queria.
Você me levou pra casa naquela segunda, perguntou se meu pai tava em casa, eu disse que não e você disse que ia subir. Assim mesmo, sem nem esperar um convite (você sabia que não existiria um).
— Tenho umas paradas pra você.
Você tirou uma caixa enorme da mala do seu carro, fiquei meio sem entender nada. A gente subiu pra minha casa, quando a gente chegou você se jogou no sofá e largou a caixa na mesa.
— O que é?
— Seus presentes.
— Presentes?
— Seu aniversário é daqui a pouco.
Eu tinha absurdamente esquecido o quanto 18 anos pesava na minha cabeça. Eu tinha esquecido o quanto aquilo era importante, foi legal você me lembrar, Lauren. Se eu não te agradeci aquele dia, lá vai: obrigada.
— O que é?
— Você vai poder abrir quando for meia noite.
Revirei os olhos e te ofereci um copo d'água, você não quis. Só me pediu pra sentar do seu lado e ouvir seus problemas. Eu ouvi, e você era uma pessoa absurdamente problemática. Mas o que me atraiu naquela hora, não foi a sua boca brincando com as palavras, sua roupa, seu rosto bonito e nem o seu batom vermelho. Foi a sua sinceridade, Lauren, foi quando você me provou que idiotas tem lá seus momentos sinceros. Ainda que raros, existem. E o seu, foi comigo.
23:50.
— Faltam 10 minutos pro seu aniversário, já chega de falar da minha vida turbulenta. Cadê teus pais?
— Viajando, ainda.
— Não se importa em ficar sozinha?
— Por que me importaria?
— Você é meio grossa, até com quem você gosta. — você riu. — estou falando de mim.
— Eu gosto de você?
Você chegou mais perto, seu nariz colou no meu e eu podia sentir a sua respiração batendo contra o meu queixo. Eu virei o rosto.
— Você foge demais, Camz. Sabe que eu sacanearia qualquer uma, sabe que eu teria qualquer uma. Sabe que tudo que eu te disse até agora pode ter sido mentira, você sabe que eu não sou quem você quer. Sabe que eu nunca vou ser o seu tipo de namorada. Mas você acredita em mim, um pouco que seja. Você acredita no fato que eu te puxo de volta. E é por isso que você foge.
Eu te beijei.
Sem mais nem menos, eu não sei onde eu estava com a cabeça. Mas eu beijei. Eu simplesmente agarrei o seu pescoço e eu te beijei. E você tinha um gosto de maçã e algo mais ardente. Você tinha gosto de quero mais, e foi por isso que a gente não deu certo. Porque você tinha coisas demais consigo mesma, e eu era uma garota de menos. Você era quem eu queria, e era de você que eu fugia. Eu acreditava em você, Lauren, e aquele beijo foi prova disso.
Pena que você não foi. Pena que você, era, uma única tão igual a todos os outros e outras. E esse é o 11 motivo pelo qual não demos certo. O fato de você, ser única, e ter optado por ser igual. Os beijos são as únicas coisas que não me arrependo. Porque seu hálito fresco e sua boca ácida se encaixavam perfeitamente comigo. Pena que foi só isso.
00:00.
— Feliz aniversário. — você sussurrou.
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15 Reasons (camren)
Fanfiction"O problema de uma quase-relação, é que ela não tem um começo. Portanto, não pode ter um fim. Decidi te explicar tudo, tim-tim por tim-tim. Desde o dia que você apareceu, até o dia que você partiu. Nós duas não podíamos ter um fim, mas eu e você sim...