Beijos, datas e montanhas russas.

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Você passou o meu aniversário todo comigo, enchendo o saco, me dando uma caixa de chocolate, uma blusa sua do The 1975 e dois cartões que não tinham nada a ver contigo. 

Sabe, eram bonitinhos e sinceros. Eu reconheço meus milhares de erros, Lauren, mas a pior parte é ter que reconhecer os seus. Suas mentiras, suas máscaras. Que nem mesmo o tempo deixou virar poeira e soprou pra longe. Sim, algumas coisas realmente mudam com o tempo. Mas o que ninguém diz quando dá um conselho, é que algumas coisas também não mudam.

Lá vai meu conselho a vocês: não se enganem, muito menos apostem tudo no tempo. Algumas coisas realmente mudam, passam e são esquecidas. Mas, algumas coisas também não. E por mais doloroso que seja ter que aceitar isso, recusar seria viver pra sempre com os pés atados. 

Eu recusei por muito tempo o fato de que algumas (milhares) de merdas que você fez comigo não seriam esquecidas, mas, Lauren... Por mais que eu seja fã de âncoras, viver com os pés atolados no chão não era o que eu queria. Então eu aceitei. Mas que pena que ainda não é o final disso tudo, tá chegando, eu sei. Mas ainda não é. E pra contar aqui o quão feio as coisas ficaram, eu tenho que ter também uma parte boa pra acrescentar. 

E por mais difícil que seja acreditar nisso, existiram partes boas. Algum dia da semana que caiu no dia 16. Ainda me lembro como os dias passaram voando quando o assunto era estar contigo, esse dia foi o dia em que tudo ficou claro que nosso "com certeza não", podia virar um "talvez". 

Todo mundo já comentava que a gente tava junto, o Shawn me odiava mais do que tudo e te fez umas 5 ameaças em uma semana. No dia 16 a gente fez 2 semanas juntas.

Você me levou num parque, bem típico. O que você não sabia era que eu tinha medo da roda gigante, bem típico também.

- Larga de ser frouxa, Camila, pro momento ser clichê a gente precisa entrar.

- Eu vou gritar. 

- Vão te achar maluca.

- Vai se ferrar.

Você me puxou pelo braço e quando dei por mim já estava sentada naquela maldita poltrona com você do lado. Eu tapei os olhos enquanto você ria. 

- Não tem graça.

Você puxou minhas mãos.

- Claro que tem. - você disse rindo. - quer saber o que poderia ser mais clichê do que isso?

- O que?

Eu estava em pânico, Lauren, em pânico. E aí você me beijou. Como sempre fazia em ocasiões como essa, parece que o gosto do seu beijo tinha gosto de encrenca por você sempre adorar me beijar em péssimos momentos. 

Eu queria que você soubesse que você fodeu mais ainda com meu medo de montanha russas, um carinha me convidou pra ir num parque um dia desses e quase que eu respondi "filho, meu clichê já passou." Mas só disse que não. Acho que você fodeu mais com o meu medo, e pior, fodeu também com o medo de alguém me tirar esse medo com um beijo.

Ok, o 12 motivo pelo qual não demos certo: Meus medos, sua coragem.

15 Reasons (camren)Where stories live. Discover now