Pra entender de qual "aposta" se trata, leia o capítulo 2.
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A minha vida mudou de um modo absurdamente radical, eu já nem gosto mais tanto assim de você, não quero mais fazer psicologia e pouco me importa qual faculdade você pretende cursar. Você vai achar que eu tô tentando me esconder, e que eu tô tentando fugir... E Lauren, talvez eu esteja mesmo. Mas pela primeira vez não vejo mal nenhum nisso. Eu fugi de você esse tempo todo, me esquivei sim e tomei todo cuidado do mundo pra não soltar tantos risos pra você. E eu sempre ria das suas piadas sem sentido, aquelas que ninguém achava graça. Eu apostei em você, Lauren. Eu joguei as fichas na mesa e eu disse o seu nome. Eu apostei em você, e a gente fez uma aposta.
Você ganhou.
Eu me lembro perfeitamente da primeira vez que eu pensei em você, e me lembro que o pensamento vinha acompanhado de "cara, que bom que nunca vou me apaixonar por ela". Mas... Tudo tem um porém. Eu não me apaixonei por você num segundo, muito menos num instante. Eu me apaixonei, Lauren, pelas consequências. Porque elas sempre conseguiam me pegar de um jeito que eu caia num buraco negro sem um bilhete de volta. E você era cheia de consequências. E foi isso que aconteceu. Eu e você fomos por acaso, e você foi o acaso mais problemático que eu tive o desprazer de conhecer. Depois do nosso passeio no parque, você me levou pra sua casa. E eu juro, eu achei que você ia tentar me agarrar, me jogar na cama e essas coisas que esses/as idiotas de filmes fazem. Mas eu achei estranho ter tantos carros parados perto da sua casa, e não tinha música alta, nem garrafas de cerveja espalhadas pelo quintal. Era uma festa de família. Eu que nunca fui nas festas nem da minha família, fui basicamente obrigada a ir na sua. Você foi toda comum, clichê demais. Mas nesse ponto, Lauren, você foi diferente. E até hoje (olha que faz um tempinho, conheci até outras babacas como você) você continua sendo a diferença.
— Tá preparada pra conhecer os meus nativos? — você deu risada.
— Os seus nativos? Garota, você é burra.
— Escute... — uma pausa de dez segundos. — Meus "nativos" — você abriu aspas mesmo. — são absurdamente diferentes de mim, então, caso você não goste deles... Eu vou entender.
— Eu não gosto nem um pouco de você, e se eles são diferentes, eu já gosto muito deles.
— Você fica sexy me menosprezando. — você piscou. Eu revirei os olhos.
— Vai à merda.
— Estou a caminho.
Você pegou na minha mão e me levou pra dentro da sua casa. Você suava muito, parecia que tinha visto um fantasma. A sua família é mesmo diferente de você, assim que eu entrei eu pude ver o olhar deles te acompanhando. Eu tava até bonitinha, porque eles não me olharam com a mesma agonia que olharam pra você. Você tava meio... Laurenojo. E eles meio que... Não gostavam disso.
— Por que eles estão olhando desse jeito pra você? — eu sussurrei. Você sorriu.
— Porque eles não me suportam.
A gente caminhou até a sua mãe, e ela me tratou tão bem que realmente, não parecia sua mãe. O resto da sua família ficou meio distante, e só sua irmã veio me cumprimentar. Ela disse que eu devia ser uma garota legal, porque era a primeira apresentada pra "família". Sim, ela usou aspas.
Eu era a sua garota legal, Lauren, e você era a minha garota errada. Mas você era tipo areia, não dava pra segurar na mão, e quando dava escorria pelos dedos. E pra te falar a verdade, eu nem lembro quando foi exatamente que você escorregou. Porque você não me avisou. Então, eu vou fazer uma coisa por você e te avisar: eu que escorreguei, Lauren.
Aí vai o 13 motivo pelo qual eu e você não demos certo: eu não era tão legal, você não era tão errada.
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15 Reasons (camren)
Fanfiction"O problema de uma quase-relação, é que ela não tem um começo. Portanto, não pode ter um fim. Decidi te explicar tudo, tim-tim por tim-tim. Desde o dia que você apareceu, até o dia que você partiu. Nós duas não podíamos ter um fim, mas eu e você sim...