Insistências, sofás e camas.

754 58 3
                                    

Você bateu na minha porta aquele dia, quase caindo no chão de tão bêbada. Eu ria da sua atuação, eu sabia que você tinha bebido demais, eu só não entendia o porque de você sempre tentar me convencer que é pra mim que você vai correr. 

- Não sou seu plano B.

- Só estou aqui porque vem antes da minha casa e as meninas não queriam que eu vomitasse no carro.

- Então durma no corredor. 

- Tá frio.

- Combina com você.

Eu bati a porta na sua cara, sem nenhum arrependimento. Você não prestava, e eu sabia disso. Eu sabia que essa sua máscara de garota legal cairia. Eu só não imaginava que cairia tão rápido, Lauren. 

Você foi uma vergonha pra qualquer tipo de canalha, porque nem um beijo eu ainda tinha te dado. E do jeito que você estava andando com as coisas, eu nunca iria te beijar. Ok. Foi o que eu achei.

Você bateu na minha porta, de novo. Dessa vez mais forte e mais insistente. Eu abri.

- O que você quer?

- Dormir.

Você passou por baixo dos meus braços apoiados na porta, se jogou no meu sofá ligando a TV. Deixando seu cheiro barato de perfume de mulher misturado com alcool.

- Eu não vou deixar você dormir aí.

- Quer que eu durma na sua cama?

- Eu quero você fora daqui.

- Você disse que não era ciumenta.

- Eu nunca seria ciumenta com você, conhecendo bem o seu tipinho como conheço. 

- Sabia que eu só durmo com um ursinho? Deita aqui.

Você pode se arrepender amargamente disso, Lauren. Das suas confissões quando você estava bêbada. Eu sentei no braço do sofá, rindo de você.

- Qual a graça?

- Você é a graça.

Você botou a mão na minha perna, depois se jogou no meu colo. Você estava insuportável, e seu cheiro só me fazia lembrar do porque eu te odiar.

- Você tem boas coxas pra dormir.
Eu te empurrei. 

- Durma no meu sofá, mas não encha meu saco.

Eu sai da sala, batendo a porta do meu quarto o mais forte que consegui. Eu queria que você sentisse o quanto eu te odiava naquele momento, o quanto eu realmente tive ciúmes e tive... Sei lá. Decepção por achar que você, de alguma forma, seria diferente. Você só foi mais insistente, tenho que admitir. Passou umas meia horinha, você abriu a porta do meu quarto e se jogou por cima de mim.

- O que cê pensa que tá fazendo?

Eu tentei te empurrar, mas você era pesada. E estava me abraçando com tanta força que parecia que o mundo estava acabando lá fora. E a única coisa que tava acabando, era a minha máscara de durona.

- Sua casa é meia sombria, Camila. 

- Você dorme na minha casa, deita na minha cama...

Você interrompeu.

- Tô deitada em você.

- E eu quero que saia.

- E eu não quero sair.

Eu virei a cara, você encostou o rosto no meu pescoço. Respirando tão fundo e tão grudado em mim, que eu sentia seu coração bater e não conseguia saber se era o seu ou o meu. Você assoprava meu pescoço e não tirava as mãos da minha cintura, eu coloquei a mão no rosto. 

- Por que você não olha pra mim?

- Você é feia.

- Agora você me ofendeu.

Eu ri, você apoiou o corpo nos seus ombros e não parava de me olhar. Eu finalmente consegui te empurrar pro outro lado da cama, mas não demorou muito pra que seus braços me invadissem de novo. 

- Para. 

- De que?

- De me empurrar. 

- Eu não quero abraços. - você abraçou mais forte.

- Me impeça. 

Eu te bati tanto, Lauren, tanto. Que aquela dor nas costas que você teve no dia seguinte provavelmente foi por isso. Mas você não me soltou. Eu cansei daquilo, eu deixei você me abraçar e deixei porque sabia que você não lembraria disso no dia seguinte. E eu tentaria esquecer e ignorar todas as coisas que pipocam por você. 

Porque, Lauren, você foi uma filha da puta.
Mas foi naquela noite, naquela maldita noite, que eu descobri que você não prestava... Que eu beijei você.
Dá pra acreditar? Você era uma babaca, uma completa idiota. Mas beijava bem.

Lá vai o 7 motivo pelo qual eu e você não demos certo: A sua insistência.

15 Reasons (camren)Where stories live. Discover now