Infectada Por Arizona Robbins

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– Porra, Arizona! Porra!- ela levantou-se gritando. – Eu achei que pudesse confiar em você...

– Você pode confiar em mim.

– ... por isso eu me entreguei pra você, por isso eu me deixei te amar...

– Callie, eu... - ela a interrompeu

– Quando você ia me contar? De quem é esse bebê? - ela disse com o olhar triste.

– Callie.. Você não... - ela se interrompeu –Callie, não é o que você esta pensando! - ela repetiu

– E o que eu estou pensando, Robbins? - ela perguntou erguendo o olhar e a encarando pela primeira vez.

– Call, me escuta. - ela pediu com a respiração entre cortada.

– Eu estou te escutando. - Disse apertando o maxilar.

– Certo, calma. - ela disse de novo e devagar.

– Eu estou calma. - Callie disse pausadamente.

– Certo. Eu... eu.... - ela gaguejou – eu, não posso te contar.

– Ah, você não pode me contar, Arizona? Você jura? - ela disse parecendo irônica.

– Não. Dentro de alguns dias, juro que te explico tudo, mas agora não posso te contar.

– Até quando você pensava em esconder? Até quando pretendia me fazer de idiota?

– Como assim esconder?

– Por Deus, mulher, se eu não achasse esse maldito teste no lixo, nem saberia da existência dele! - ela gritou.

– Mas... - ela não a deixou falar

– Como você pôde esconder isso de mim? - ela disse caminhando até ficar completamente de frente pra ela – Como?

– Me entenda, por favor, eu prometi. - ela disse nervosa.

– Prometeu? - ela disse com desdém – E o que você prometeu? Que não iria me contar que está grávida? Que não iria me contar que está esperando um filho que obviamente não é meu? Quando você pretendia me contar isso, Arizona? Quem é o filho da puta que você está tentando proteger?

– Esse teste não é meu, Calliope! Não é! -foi a vez de Meredith gritar.

– E o que ele está fazendo na lixeira da cozinha? Por Deus...

– Call, eu não posso te contar, eu...

– Não pode me contar? - ela repetiu brava.

– Me escute, droga!

– Eu estou te escutando! - ela disse gritando.

– Não, não está. Você está gritando... não me escutando.Você está criando mil e uma suposições nessa sua cabeça. - ela também gritou nervosa – O teste não é meu.

– Então de quem é? - A morena perguntou tentando se acalmar.

– Não posso te dizer. - ela disse com o olhar baixo – Sinto muito, mas não posso. Não agora, Call. Por favor... Apenas confie em mim.

– Você não quer, é diferente. - ela retrucou – Mas isso também já não importa porque eu achei esse bendito teste, e amanhã mesmo nós vamos ao médico e... - ela a interrompeu.

– Céus, eu não estou grávida. Eu sou lésbica! Não estou grávida, Calliope! Se tivesse você saberia até porque seria um milagre.

– Então de quem é o teste? Porque também não é meu. - ela perguntou irônica. Arizona suspirou enquanto o silêncio se espalhava pela sala.

Ela tinha prometido a Jo que não contaria, mas as coisas não estavam nada bem. Haviam saído do controle mais do que qualquer um podia planejar.

Nunca havia quebrado uma promessa a Jo, porém, Callie continuava ali a olhando com os olhos castanhos cheios de dúvidas e desespero. Ela não tinha outra saída se não contar.

– Promete que não vai contar pra ninguém?

– Pelo amor de Deus ... - ela disse revirando os olhos.

– Prometa.

– Porque? - ela disse relutando.

– Porque isso não é assunto nosso e não devemos nos intrometer, então ou você promete e me dá sua palavra, ou eu não te conto nada.

– Tudo bem... - ela disse erguendo as mãos – Eu prometo. Te dou minha palavra. Não direi nada a ninguém.

Ela suspirou lentamente assentindo. Abriu e fechou a boca duas vezes, e finalmente na terceira falou com a voz fraca.

– É da Josephine.

Callie arregalou os olhos bastante surpresa.

– Ela está grávida? - disse parecendo desconfiada – Desde quando?

– Ela descobriu há pouco tempo e me pediu para que não contasse pra ninguém, muito menos pra você.

– Por quê? - Callie parecia ao mesmo tempo desconfiada e ofendida.

– Porque ela precisa de tempo, Calliope. Ela não quer um bebê. E Alex é seu amigo. Ela ficou com medo de você falar algo.

Ela não soube dizer o que a expressão de Callie representava.

– Ela não vai ter o bebê?

–Eu não sei. Ela está confusa. Mas o teste, o teste é dela. Não é meu, sua idiota!

– Tem certeza? - ela disse dando mais um passo e pegando as mãos de Arizona entre as suas, um toque comum que fez acender o corpo de ambas – Sabe, se você estiver grávida... nós podemos dar um jeito.. eu e você, nós podemos... - ela disse se enrolando com as palavras.

Arizona ficou confusa. Callie pensava que ela estava grávida de outra pessoa, e mesmo se estivesse iria querer cuidar dela mesmo assim? Ela amava aquela mulher! Ela puxou as mãos com pressa e colocou uma de cada lado do rosto da latina.

– Ei, olhe pra mim – Callie o fez – Não estou grávida, tudo bem? Não estou.

Ela assentiu, abrindo um pequeno sorriso e suspirou.

– Eu quase morri de nervosismo agora, Arizona. Você quase me matou. - ela brincou enquanto ela ainda lhe acariciava as bochechas.

Ela riu alto e a abraçou, descansando a cabeça em seu ombro, enquanto as mãos de Callie lhe contornavam a cintura.

– Então, o Alex vai ficar maluco...-ela disse com a voz baixa.

– É vai. - Arizona disse no mesmo tom de voz.

– Jo não ia levar jeito pra ser mãe mesmo. - ela sorriu.

– Calliope, você é irritante. - ela disse divertida – Já te disse isso, não disse?

– Algumas vezes. - ela disse rindo, e puxou Arizona para um beijo.

Ela não sabia o porque, mas tinha certeza de que em toda a sua vida nunca havia gostado tanto de beijar uma mulher.

Ela necessitava beijá-la, assim como precisava de ar. Ela amava aquela mulher e tudo o que ela era.

– Olhe para mim, Ari.- a loira abriu os olhos e a encarou –Eu te amo.- ela disse e Arizona sentiu seu estômago doer de um jeito bom. – Eu estou tão apaixonada por você. Você está em mim, você é como... Você é como uma doença, é como se eu estivesse infectada por Arizona Robbins!- ela sorriu – E eu simplesmente não consigo pensar em nada, ou em ninguém. E eu não consigo dormir. Nem respirar. Não consigo comer, e eu te amo. Eu amo você o tempo todo, cada minuto de todos os dias.

Arizona sentia o coração quase saindo pela boca, não conseguia acreditar no que ouvira. Ela amava Callie, ela amava Callie de corpo e alma.

–Eu te amo.- ela sorria e sentia lágrimas escorrendo pelo seu rosto.– Eu te amo.- ela disse espalhando beijos por todo o rosto de Callie fazendo a morena rir alto.

O paraíso era um lugar na terra.

Arizona pensou.

E esse lugar era junto de Callie.

Amor Por Contrato (Calzona Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora