Long story short

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Vena amoris é um termo em latim que cientifiza a crença grega de que a aliança deve ser usada no quarto dedo da mão esquerda porque nessa região há uma veia que é ligada diretamente ao coração. Li isso no Facebook, meses antes de me mudar para Mônaco, lembro de contar para Elizabeth e ela me dizer que "não há evidência anatômica reconhecida pela ciência disso" me deixando chateada, afinal eu queria acreditar que havia algo especial em uma aliança e ganhar uma de Harry Styles ou do Joe Jonas.

O tempo passou, conheci Charles, alimentei paranoias o suficiente para querer desconhecê-lo e fiz coisas que eu certamente não me orgulho na época do colégio enquanto tentava demonstrar que eu era o centro de todo mundo e aquilo o incluía, sendo que, na verdade, eu só preciso ser o centro do meu mundo e isso é bom.

(Isso não me impediu de meses antes mandar mensagens no Facebook como uma neandertal com textos enormes pedindo desculpas por gritar e por debochar dos sentimentos das pessoas e receber como resposta variações de "nem lembrava mas aceito suas desculpas" "você foi mesmo uma vadia mas está se arrependendo, bom pra você!" Acho isso melhor do que o esperado)

Mas, dado a última vez que escrevi, você provavelmente não quer ser recapitulado dos eventos que me fizeram ter sucessões de epifania e quer saber o que aconteceu. Eu estou usando um anel na mão direita e comecei essa página falando de usar aliança só para dar uma pista.

Alguém se habilita? Não, porque ninguém vai ler isso além de mim e eu já sei o que aconteceu.

Então, sim, há alguns meses Madeline Mackenzie deu adeus a vida de solteira e se tornou a orgulhosa namorada de Charles e seus inúmeros sobrenomes Leclerc.

Podem gritar se quiser. Até Lizzie, que tem uma pedra no lugar do coração, deu gritinhos na frente do computador quando apresentei Charles como meu namorado por vídeo chamada. "Vocês são lindos, porra! Tô muito feliz"  foi o que ela disse além de intimar Charles a conhecer Hertfordshire bem como o meu santuário pessoal, vulgo meu quarto, cheio de posters da One Direction.

"Você não vai ter ciúmes das minhas fotos do Harry, vai?" perguntei já preparando o argumento mental para caso ele exigisse que eu tirasse meus posters da parede. One Direction é prioridade desde antes de eu conhecê-lo, ok? Não me julgue.

"Ele que deveria ter ciúmes de mim, bella" o desgraçado descobriu o que o italiano vindo dele fazia comigo, eu sou muito ridícula.

Segurou a minha mão direita e beijou a minha testa, lembro bem da sensação de quase ataque cardíaco, bochechas quentes e estômago esquisito pela expectativa do contato "afinal quem namora você, sou eu"

Ri extremamente sem graça ao perceber que Elizabeth ainda estava na tela do notebook "não se preocupem comigo, assistir vocês interagindo é como ler uma fanfic."

Não é que eu não soubesse o quão doce Charles poderia ser, como já mencionei, até presentes para outras namoradas que ele teve eu ajudava a comprar, mas, algo sobre toda essa doçura ser direcionada a mim me fazia sentir que eu era a pessoa mais especial do universo. Quer dizer, eu sentia que era antes dos momentos epifania, mas Charles faz com que eu não duvide disso um minuto sequer.

A cada elogio, cada mensagem que ele envia sempre com aquele coração vermelho que nunca falha em me deixar abobalhada por alguns segundos, as vezes que ele manda áudio enquanto eu ainda estou dormindo porque, a primeira coisa que eu devo escutar antes de ir para faculdade é o quanto eu sou incrível e especial e que ele ama cada coisinha em mim (ele pega conselhos amorosos com o One Direction, é o que Elizabeth sempre diz quando eu falo das mensagens mas,  quem está reclamando? Eu não) e eu realmente me sinto assim ao ouví-lo.

The 1 | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora