James e Lily - Mais uma história

Leal, honesto e idiota

O bilhete para a reunião foi deixado nas coisas de James.

"Assunto importante, floresta proibida, 00:00"

Podia ser uma pegadinha, podia ser qualquer coisa. Mas James soube que era sério quando percebeu metade da mesa da sonserina o observando em todas refeições.

Aquilo era péssimo. Ele sabia das tentativas de recrutamento do terrível Lord. Mas ele era da Griffinória, ele tinha desenhado na testa "eu gosto de todo mundo, menos de sonserino". Ele repassou as suas atitudes. Quando havia deixado brecha para alguém supor que ele tinha interesse nisso.

Trágico, imensamente, trágico. Ele não podia contar a ninguém. Não podia deixar alguém em risco. Teria que ir sozinho. Inventou mil desculpas. Vestiu a capa. Passou por Lily lendo no salão comunal e a observou ali. Não sabia se voltaria. Que droga, James, era 23:00.

Desceu as escadas e viu o vulto ao seu lado.

- Young Black. Eu sabia.

- Decisão errada. Que porra você está fazendo indo nessa droga? - Regulus estava realmente preocupado.

- Eu estou indo a um encontro para o qual eu fui convidado. Meus pais criaram um cavalheiro.

- James. Não vai nisso. Não vai te restar opções depois disso.

- Regulus. Se eu não for, ele vai atrás das pessoas que eu amo. E eu amo bastante gente.

- Por que não contou a ninguém? Nem ao Sirius.

- Sirius jamais deixaria que eu viesse sozinho.

Regulus admirava a sobriedade de James. Ele podia caminhar para morte, mas caminharia com a cabeça erguida.

- Algum conselho para enfrentar seu futuro chefe?

- Não seja você. - E dizendo isso Regulus desapareceu. Mas James sabia que ele estaria nessa reunião. E se ele saísse vivo, poderia confirmar muitas suspeitas de Dumbledore.

Na medida em que a floresta proibida de aproximava, os passos de James se tornaram mais duros e o jovem de 15 anos e 1,90 que estava vestido de sobretudo preto se tornou menos passional e mais objetivo. Ele aprendeu isso desde criança. Quando se cresce em um ambiente tão arrogante quanto o que ele foi criado. Com as famílias se achando importantes demais, você aprende a vestir uma máscara. Impassível. Você é um Potter. Você é descendente de Ignoto Peverell.

Ao chegar na clareira, James observou que havia um círculo. Todos encapuzados. Todos jovens demais para decidirem ser tão ruins para o mundo.

Entre eles, os óbvios que James reconheceu de pronto: Malfoy, cujo o cabelo branco escapava pela touca. Bellatrix, entregue pelo anel de noivado. Uma casamento sem amor. Mais um. Narcisa de mãos dadas com Lucius. Regulus estava ali. E mais um, que James já pressupunha quem fosse. Lils, você tinha que mudar suas amizades. James pensou.

- James Potter. O famoso pregador de peças.

- Olá, não te conheço - ao dizer isto ele estendeu a mão para o Lord das Trevas, fazendo com que todos soltassem gritinhos de surpresa. E Voldemort sorriu estendendo a mão para o jovem.

- Eu sou Lord Voldemort. - disse frio - provavelmente ouviu falar de mim.

- Sim, ouvi. Mas acho que não foram coisas exatamente boas - respondeu o jovem. Seguro. Mesmo que as pernas bambeassem a cada segundo.

- Depende do que é bom para você, meu caro Potter. Para os meus ideais e seus amigos aqui, eu faço somente coisas boas para o mundo bruxo.

- Eles, aqui, não são meus amigos. - Disse apontando para os garotos de máscaras e capuzes.

O que o inferno de James estava fazendo? Pensou Regulus. Um idiota. Um leal, honesto e idiota.

- Ah sim, ouvi falar disso também. Sei que é da Griffinória. - disse o Lord. - Ouvi falar de uma garota de lá que vi recentemente, Lily.

Ah pronto, pensou Regulus, James vai voar no pescoço de alguém. Observou o ódio nos olhos de James crescer enquanto ele olhava o Lord. Impassível. Regulus se surpreendeu.

- Soube que ela é importante para você. Ao que parece ela é importante para muitas pessoas.

Foi a vez de Regulus observar Snape se mexer. Incomodado. Muito mais transparente que James que estava sem máscara.

- Ela é minha amiga. E ela é importante para muitas pessoas. Pessoas que realmente a amam. - respondeu James sorrindo.

Ele observou o Lord das Trevas o observar cautelosamente.

- Soube que você é brilhante.

- Este é um adjetivo. Também sou rico, meio mexicano, excelente jogador de quadribol e ao que parece, o mais  importante, para o senhor, sangue puro.

Que idiota. E brilhante. Ele era um idiota brilhante. Ele olhava Lord Voldemort de cima de um pedestal. Ele morreria eventualmente. Mas não seria ali. Ele não feriu o ego de Lord, ele se tornou alguém interessante. Desafiador.

- Diga me James. O que acha da mistura de nosso sangue?  - perguntou Lord.

- Eu não acho. Acho que inevitavelmente iria acontecer. Temos que nos misturar. Não podemos nos fechar em círculos que não nos proporcionam nada. O que o senhor acha? Não usa seu sobrenome, usa?

Regulus admirava a coragem de James. Mas ele era idiota.

James estava tremendo. E era um idiota caminhando para morte, mas pelo menos estava fazendo o que foi ensinado a fazer. Destruir fascistas com as palavras.

- Não uso. Não lido com algo tão simples.

- Entendo. Então, compreende que meu sobrenome não diz nada sobre mim? Eu sou muito mais que o sangue que corre nas minhas veias ou séculos de pureza- respondeu James impassível e categórico.

Lord Voldemort olhou para o garoto. Ele não era mais um garoto. E seria uma adição para um lado ou para o outro. Mostraria compaixão aos desafios que foram feitos com as palavras, para que James se reuniese aos seus servos quando chegasse a hora.

- Foi um prazer conhecê-lo, senhor Potter. Espero que nos vejamos em breve.

Severus não acreditava. O Lord iria deixá-lo lo ir sem nenhum castigo pela impertinência e arrogância.

- Acredito que nos veremos, sem dúvidas nenhuma, senhor.  Bella, Narcisa, Lucius e Snape, vejo vocês na escola.

Dizendo isso. O garoto saiu da floresta.

- Lord, não acha que deveria puni-lo pela falta de respeito? - Severus perguntou indignado, enquanto os outros tiravam as máscaras sorrindo.

- Ele é exatamente o que precisamos. Bellatrix, você estava certa. Ele será uma grande adição ao nosso grupo.

- Mas. - tentou se manifestar um Severus possesso de ódio.

- Ele tem tudo o que nós prezamos, Severus. Devia ser amigo dele. Há grandes chances de que ele se torne indispensável para nós.

Regulus observou alguns rirem, enquanto Severus saiu da reunião indignado e com o orgulho ferido. Ninguém ali estava certo. James Potter morreria antes de participar do círculo de Lord Voldemort. Ele podia ser e ter todos os defeitos, mas o coração do Golden boy como era chamado por todos. Jamais deixaria ele ir para o lado das trevas.