Capítulo 14

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N/A: Olha, foi um sacrifício escrever isso pelo amor de deus.  Eu tinha umas 800 palavras escritas, dai eu escrevia duas e esperava que já tivesse dado 1000. Foi terrível, mas eu consegui antes de 1 mês!! Cadê meu parabéns gente?! Enfim, muchas gracias por não desistirem de mim e espero que gostem do capítulo!! Enjoy! <3

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Faltavam 10 minutos para as aulas acabarem e Santana caminhava pelos corredores, a única coisa audível sendo o barulho de seus saltos batendo no chão em um som imponente e alguns professores que falavam um pouco alto demais. Estava mais calma do que de manhã e havia se decidido em se desculpar com Brittany assim que tivesse a chance. Não queria que a mais nova ficasse brava, muito menos chateada com ela.

Caminhando, algo no chão a chamou atenção e ela suspirou, detestava ver lixo no chão e adolescentes sempre foram campeões em errar a lixeira. O papel estava meio pisoteado, mas havia escapado do mar de pés que passaria por cima dele, se não estivesse empurrado para uma parede do corredor. A folha ainda estava inteira, um pouco suja apenas, mas poderia estar rasgada, amassada e completamente imunda, seria impossível diminuir o impacto de seu conteúdo.

Uma caricatura dela mesma sorria de volta para Santana, feita com traços rebeldes e alegres, que capturavam suas feições perfeitamente. Enquanto seus olhos corriam pela folha repetidas vezes, seus pensamentos gritavam. Conseguia sentir uma emoção vinda do desenho e por algum motivo, sabia a quem pertencia. Ou pelo menos sabia quem esperava que fosse.

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10... Brittany não aguentava mais ouvir a voz monótona da professora. 9... A aula de história sempre foi uma das mais demoradas, mas hoje parecia que o tempo não passava. 8... Não tinha desenhado mais depois daquilo, estava com medo que se repetiria, por algum motivo. 7... Suas pernas balançavam nervosamente, a mochila que já estava em mãos coçava. 6... Sua respiração falhou, esqueceu como inspirar e expirar por um segundo, precisava sair daquela sala. 5... Olhou para o relógio, os segundo pareciam mais lentos do que nunca e o caminho até a porta estava se alongando. 4... soltou a mochila e secou as mãos suadas na perna e enterrou seu rosto nelas. 3... Pegou a mochila novamente, verificando se os zippers estavam fechados. 2... jogou as alças pelos braços... 1... 0!

Não esperou a professora liberar a turma e saiu no barulho do sinal, precisava sair logo da sala. Correu para o banheiro do final do corredor- que sempre estava vazio- e trancou a porta, escorregando até o chão e sentando com a cabeça entre os joelhos. Não estava longe de um ataque de ansiedade, coisa que não era rara de acontecer com ela, sendo que originaram muitas das crises inconsoláveis de choro que ela tinha.

Levantou do chão e jogou água gelada no rosto, precisava afastar toda aquela ansiedade. Respirou fundo e permaneceu com seus olhos fechados, enquanto tentava táticas para se concentrar em alguma coisa. Do nada, escuta uma porta das cabines se abrindo. "Droga, eu achava que estava vazio!"

- Brittany...?- disse hesitante. - Você está bem?

Ao ouvir a voz de Santana, a loira abriu seus olhos azuis quase de imediato, mas não conseguiu se mexer. Permaneceu apoiada na pia, mas agora encarando os profundos olhos marrons através do espelho. Percebeu que ela havia feito uma pergunta pela nuvem de preocupação nos olhos da latina, mas não conseguiu se colocar para respondê-la.

- Brittany, você precisa respirar.- disse a professora após alguns segundos, quebrando a conexão dos olhares quando percebeu a total falta de movimento da mais alta. Ela respirou fundo, com os olhos fechados novamente, não sabia que havia.. prendido a respiração, mas percebeu que sua ansiedade estava se esvaindo. - Você está bem?

- Estou. Agora estou, obrigada.- Conseguiu responder, se virando para olhá-la sem a interferência dos espelhos, queria entender se ela estava preocupada mesmo, ou se foi uma

- Eu não fiz nada...

- Ah, verdade... Tá, te vejo no glee. - A interação estava ficando estranha demais para seu gosto, então se dirigiu para a porta.

- Espera!- a professora se pronunciou, segurando o braço de Brittany. O contato mandou arrepios pelo braço dela, e ela encarou o ponto de contato, tentando entender porque apenas esse mínimo toque tinha efeito nela. - Ãh... desculpa. - Olhou para sua mão, ainda prendendo o braço da mais nova entre seus dedos. A soltou, mas quase imediatamente sentiu falta de algum contato entre elas.- Por isso e... por ter te tratado daquela maneira hoje. Eu estava irritada e acabei descontando em você, não foi certo. Não quero que fique brava comigo, ou chateada, não sei, só... me desculpa. - soltou um suspiro. "Meu deus, eu sou horrível nisso!"

- Tá tudo bem, sério.- respondeu Brittany com um risinho. - Não estou brava, mas o Sr. Schuester vai ficar se nós nos atrasarmos, ele odeia quando alguém perde as introduções dele!- Completou rindo, recebendo um sorriso aliviado de volta.

Assim, as duas seguiram em silêncio, lado a lado pelos corredores. Algo na bolsa de Santana pesava, algo que ela queria muito perguntar se realmente pertencia a quem ela achava que pertencia, mas não conseguiu coragem, então o desenho se manteve intocado.

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Tudo correu tranquilamente no clube, deu trabalho, mas no final das contas todos pegaram a coreografia. Ficaram de fazer um boot camp para quem precisa de mais treino no dia seguinte, mas em geral todos se deram bem, o que deixou Santana orgulhosa, porque estava agindo fora de sua área de comforto.

Quando todos estavam indo embora, ela decidiu mandar uma mensagem para Kurt para, caso ele estiver livre, fazerem alguma coisa juntos. Ele respondeu quase imediatamente que iria para casa dela assim que pudesse e que eles decidiriam oque fazer lá. Então ela se dirigiu para sua sala guardar suas coisas.

Ao colocar a bolsa em cima da mesa, o papel carinhosamente dobrado chamou atenção. O desdobrou com cuidado e sorriu, imitando a figura na folha, mas logo parou para pensar porque a ideia do desenho ter sido feito por ela a deixava sorrindo como boba. No fundo ela sabia o que significava, mas decidiu não lidar com isso agora. Isso é um tipo de problema que, se ela lidar sozinha, provavelmente só pioraria a situação.

Deixou o desenho ali, embaixo de seus materiais, e foi embora, com medo de que, se deixasse seu amigo em seu apartamento sozinho por muito tempo, ele colocaria purpurina em tudo.

- Finalmente!!! Porque demorou tanto Satan, algum problema no inferno? - Cumprimentou Kurt, quando a latina abriu a porta do próprio apartamento.

- Como você entrou no meu apartamento? Eu não te dei a chave.

- Nem vem com essa, você sabe que eu peguei a cópia. Enfim, como foi seu dia professora? - perguntou, zoando com ela e esticando as pernas no sofá.

- Não começa, porcelana. E tira seus pés do meu sofá!

- É sério, estou entediado. Não tem nada acontecendo na minha vida agora, preciso viver pelo drama adolescente que sai de trabalhar na sua antiga escola. - Apoiando o queixo na mão, ele começou a analisar sua amiga, que não parava quieta e agora estava mexendo em alguma coisa na geladeira. - Vem me contar o que está na tua cabecinha linda e traz sorvete. Vamos, nem adianta negar, eu sei que tem alguma coisa te perturbando Santana.

Ela sabia que não tinha como escapar, mas também não queria. Conversar seriamente não era algo comum entre os dois, mas sempre que algo acontecia, eles estavam ali um para o outro. Mas a verdade é que ela tem mais medo de seu próprio julgamento, do que do seu amigo. Conversar com ele significaria que ela teria que admitir o que ela não se permite nem pensar sobre.

Coach LopezOnde histórias criam vida. Descubra agora