NOTAS DA AUTORA: Meus sinceros agradecimentos para a anjinha da Bea que betou o capítulo. <3
Penúltimo capítulo e eu estou um misto de saudade desse plot e empolgação para o próximo projeto. Espero que gostem, não se esqueçam de comentar porque eu adoro ler o surto de vocês. rsrs
Boa leitura, estrelinhas! <3
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BARDUR
Os amigos dos meus pais costumavam dizer que eu conquistaria o mundo cedo demais para um jovem. Fui do tipo de criança que comecei a escola antes do tempo, pulando algumas séries quando notaram que minha capacidade mental funcionava de uma forma mais acelerada do que os demais da minha idade.
Eu não era um gênio ou algo do tipo, mas acabei me tornando algo próximo disso com a forma rígida com que meus pais nos educaram. Tínhamos sempre que cumprir cronogramas diários, seguindo princípios de como se portar na mesa com a postura correta e receber as visitas em casa sem que transparecesse a nossa desestrutura familiar em alguma frase.
Pela manhã, tínhamos que cuidar da casa e à tarde íamos para a escola. Voltava quando estava quase anoitecendo e ajeitava algumas coisas com a minha irmã enquanto meus pais estavam fora. Agnes era mandona, gostava de puxar minha orelha quando eu esquecia algum móvel empoeirado, mas ainda assim, não era nada perto do que nossos pais faziam. O medo passou a ser o nosso sobrenome e o porão era onde eu e minha irmã passávamos longe, pois era o local que nossos pais nos trancavam quando esquecíamos de alguma tarefa.
Seria uma experiência até que tranquila se o castigo não passasse de uma simples palmada ou um xingamento, assim como a postura da época, no entanto, as marcas de cinto em minhas costas não se comparavam com a pura escuridão e o cheiro de terra molhada e insetos que andavam pelo chão daquele cômodo imundo. Basicamente, a tortura psicológica transformou a punição no nosso pior pesadelo e quando eu ou Agnes éramos trancados lá dentro, ficávamos dois dias inteiros sem comida e sem banho.
Apelidamos o ambiente desagradável de Toca, já que num dia em que estávamos praticamente desacordados de tanto apanhar de nosso pai, Agnes jurou ter visto olhos vermelhos no canto do porão, semelhantes e tão baixos quanto os de um coelho. Mas, aos dezesseis anos, a Toca foi descoberta por um vizinho que denunciou nossos pais para a polícia após ouvir meus gritos, pedindo por ajuda. Nessa noite, minha barriga doía de fome e mesmo que Agnes estivesse insistindo para que eu ficasse calado, ainda assim, eu simplesmente não conseguia pensar direito.
Meus pais foram presos e nós fomos enviados para um orfanato da cidade. Aos dezoito anos, conseguimos nossa tão sonhada liberdade, ainda que o humor e alguns problemas com relacionamento social não batessem com nenhuma estadia que ficássemos. Admito que não foi difícil perceber que o problema estava em nós.
Em 1897, Agnes e eu, que éramos inseparáveis e competitivos em tudo , inclusive na esgrima que foi onde conseguimos nos adequar, tivemos a nossa primeira briga feia, daquelas que piadas sem graça ou diálogos longos não resolveriam nem em cem anos. A partir daquele momento, o alvo de nosso orgulho e ambição carregava o nome de Darya, uma jovem bronzeada de olhar cristalino e cabelos cacheados batendo nas costas. Ela tinha o mar dentro de si e por conta disso, gostava de viver livre. Era a esgrimista com mais títulos entre nós da equipe e também a mais popular, todos queriam impressioná-la, inclusive eu.
Darya gostava de ser bajulada, ainda que negasse todos os pedidos de namoro, seu interesse estava em apenas ser desejada. Sem anel de compromisso no dedo anelar, gostava de frequentar jantares e celebrações praticamente toda noite. Ela tinha gosto de problema e eu experimentei o quão era bom quando comecei a frequentar as mesmas festas que ela. Me apaixonei por Darya desde o momento em que ela me beijou, me apaixonei tão perdidamente que até mesmo no dia seguinte, quando esta me deixou no quarto de hotel sozinho e feliz, eu estava cego demais para entender o tamanho da maré que eu havia me metido. Um jovem de dezenove anos após sua primeira vez parecia ter ganhado o mundo.
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BLACKOUT | ChanBaek
FanfictionPark Chanyeol estava mais do que ciente de que nada na vida era eterno, nem mesmo Estrelas Guias. Lotado de histórias e com um barco antigo, ele busca driblar a esmagadora saudade tão acumulada em seu peito assim como as cartas que esconde em seu po...