BLACKOUT | ChanBaek

O silêncio ensurdecedor de Baekhyun.

NOTAS DA AUTORA: Meu muito obrigada a Gabi e a Bea e que me ajudaram com a betagem desse capítulo e dos anteriores também. Vocês são sempre incríveis!

Aos leitores, preparem seus corações, pois além de estarmos na reta final de Blackout, esse capítulo traz uma das cenas que passaram despercebidas em Polaris. E não se esqueçam de deixar um votinho ou comentário para ajudar no andamento da história e incentivar essa pobre escritora. rsrs

Boa leitura, estrelinhas! ☆

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BAEKHYUN

Quando acordei naquela manhã, havia água para todos os lados e um estranho cheiro de queimado. Não era nítido para mim em que momento essas duas coisas se interligavam. Me levantei, procurei por Chanyeol e ele apareceu na porta do quarto num piscar de olhos, com as malas prontas e os olhos assustados demais para conseguir me explicar com detalhes o que estava acontecendo. O que conseguiu me dizer foi apenas que o hotel havia cancelado todas as reservas dos hóspedes devido a um comunicado alarmante de tempestade que estava próximo de acontecer. E isso era repentino demais, pois a recepção não era o cenário mais apropriado para um despejo coletivo.

Era loucura pensar que roupas molhadas eram a única lembrança que havia restado dentro das nossas malas, estas socadas no porta-malas. E agora, Chanyeol dirigia a caminhonete selvagemente, acelerando como se estivesse fugindo de alguém. Ou de algo, eu não sabia dizer com toda certeza.

― Me ajude a entender essa mudança repentina de humor ― cortei o nosso silêncio dentro do carro, desesperado por uma migalha de contexto. ― Você pode ser sincero comigo, Chanyeol.

Quando virei o rosto para olhá-lo, me deparei com o semblante totalmente focado no trânsito. A expressão séria mais fechada do que o normal.

― Apenas me diga de quem está fugindo. Eu não vou te achar maluco, não vou te chamar de louco, nem julgá-lo, apenas...

― Monstros marinhos. ― Chanyeol disse baixo, mas o suficiente para que eu conseguisse entender e desistisse de rebater. ― Estamos fugindo de Hafgufa e Caríbdis, a lenda que você provavelmente já leu em algum lugar e não deu importância nenhuma porque seu ceticismo não permitiria.

Suspirei fundo. Ele estava errado em pensar assim.

― Crer é bem diferente de ignorar, Chanyeol. Estou te ignorando agora, capitão? Está agindo de forma idiota como o Thuban, e sabe disso.

― Minha idiotice pode te salvar. E eu também sei disso.

― Em qual parte está escrito que eu preciso ser salvo? Sou meu próprio herói e sei agir como um. Apenas volte para o hotel. Nós tivemos uma noite incrível, não deixe que tudo seja estragado por culpa de um peixinho. ― Sorri, mas ele aparentemente não havia achado graça.

― Peixe? ― Ele me olhou por um momento ao repetir a palavra. Uma das sobrancelhas levantada indicava a futura bronca. ― Um peixe do tamanho de Caríbdis engole tripulações, caravelas e até mesmo cidades inteiras. Um peixe daquele porte, quando filhote, pesa até vinte toneladas, tal como um tubarão-baleia adulto. E Hafgufa? Esse é pior! Quanto mais se alimenta, maior ele fica, quanto mais os anos se passam, maior é o estrago quando ele reaparece.

― Assim como um medo.

Ele se calou e me olhou, mais fixo dessa vez.

― O que disse?