O destino de Chanyeol.

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CHANYEOL

Quase. A palavra comprovando probabilidade rondava na minha cabeça enquanto meus olhos alcançavam apenas o vazio, mesmo que a minha frente, as lindas e exuberantes montanhas de Reykjavik ilustrassem um espetáculo particular como vista dos fundos da minha casa.

Eu tentava engolir um pouco de hafragrautur, o famoso mingau de aveia quente islandês que eu tinha acabado de preparar enquanto estava com os braços sobrepostos na sacada do meu quarto. A mesma cena se repetia incontáveis vezes em minha mente. Eu quase tinha o beijado, não sei se por loucura da minha cabeça ou se ele também havia tentado algo. Não era para acontecer e claramente eu havia me levado pelo momento. Baekhyun era comprometido, e eu? Bem, eu estava me apaixonando pela pessoa que havia herdado algumas características da minha Estrela favorita e sentia que meu destino seria acabar num bar ouvindo a discografia dramática de qualquer banda alternativa enquanto bebia até perder os sentidos.

Não era a mesma pessoa. Eu até poderia encontrar todos os indícios de que Baekhyun era a reencarnação de Polaris, mas ainda assim, os sentimentos não surgiriam iguais, certo?

Suspirei pesado e tentei jogar o questionamento insistente para fora dos meus pensamentos. Eu não queria ser um fardo para ele, não queria induzi-lo a me beijar só porque eu estava o ajudando com algumas coisas e toda vez que eu o encontrava, suspirava saudade de um primeiro amor que jamais voltaria. Não era para ser uma troca e muito menos, uma dívida. Eu só queria aproveitar meus anos como um terráqueo normal que não carregava bagagens demais e esperança de menos. Todavia, eu também não queria fugir como um idiota, só porque eu não sabia lidar com as minhas próprias reações.

O dia anterior havia sido nostálgico em muitos sentidos. Só de Baekhyun estar próximo, ouvindo-me, eu sentia que o nervosismo maltratava meu estômago e eu desaprendia todo o meu vocabulário quando eu arriscava elogiá-lo. E por falar nisso, ele ficava incrivelmente atraente vestido com o uniforme de esgrima. Céus, era torturante só de lembrar! E triste de saber que eu havia perdido minha oportunidade de exaltá-lo por receio de ultrapassar os meus limites com as palavras. Ao lado dele, tudo parecia uma bomba-relógio prestes a explodir e eu, um amador no quesito.

Enquanto eu assistia a uma partida de futebol, Thuban, Lota, Vega, Deneb e Gamma apareceram para me visitar, trazendo inúmeros pratos com panquecas, hot dog e refrigerantes. Eles se sentaram para assistir o segundo tempo e compartilharam pipoca que Deneb preparou. Em certo momento, Vega apenas me cutucou enquanto dizia:

— Eu o vi pela televisão durante uma entrevista sobre os competidores da Olimpíada.

— Quem? — Continuei com meus olhos atentos ao jogo.

— Baekhyun, é óbvio!

Quando o nome me atingiu, eu a olhei de canto. Cada palavra vinha sussurrada, aparentemente, ela não queria que os outros nos ouvissem.

— O que tem ele?

— Algumas coisas em sua fisionomia me lembram Polaris, mas, não sei, ele me parece mais confiante e pronto para convencer qualquer um de que é um homão da porra. Você já o convidou para sair? Thuban me contou que vocês têm se encontrado.

Meus encontros com Baekhyun não eram nada românticos, a maioria deles envolvia um grupo de estrangeiros por perto e nós raramente ficávamos sozinhos. Joguei algumas pipocas na minha boca. Eu me vingaria do fofoqueiro do Thuban mais tarde.

— Nós só estamos fazendo negócios, eu o acompanho em alguns passeios de barco junto aos clientes dele. Baekhyun trabalha como guia turístico nas horas vagas e é um esgrimista bem conhecido. Além disso, não seria correto chamar uma pessoa comprometida para sair, Vega.

BLACKOUT | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora