Capítulo 4

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Panquecas.

Só Deus sabe o quanto eu amo as panquecas de Ashton, e acordar com a visão, mais uma vez, dele em frente ao fogão vestindo apenas uma calça moletom preta e o avental branco, era simplesmente perfeito. Sentei a ilha, apoiando os cotovelos no balcão e a cabeça nas mãos, deixando um sorriso tomar conta dos meus lábios e observando ele se virar aos poucos para deixar mais um disco de panqueca sobre a pequena pilha de feitas.

Seus olhos subiram encontrando os meus e seu sorriso iluminou minha visão, era uma cena familiar, era sempre a nossa rotina quando eu dormia em sua casa, não que eu esteja reclamando, só fazendo uma pequena observação de que talvez eu não mereça alguém tão bom quanto Ash em minha vida confusa.

— Já se arrumou? — ele mediu meu corpo notando que eu já tinha o biquíni no corpo e uma roupa mais despojada para o ambiente que frequentaríamos.

— Sou uma garota prevenida. — dei ombros e roubei três panquecas logo pondo um pouco de melaço.

— Dormiu bem? — ele serviu o prato colocando calda também e olhou para mim que assenti. — Seu celular não parou de tocar hoje. 

Ele maneou a cabeça para direita, mostrando onde estava o aparelho e encarei o mesmo em cima do balcão não tão distante de nós dois. Analisei o semblante sério de Ashton e engoli com dificuldade a massa em minha boca e em seguida me estiquei pegando o celular para ver as chamadas perdidas. De início pensei que talvez se tratasse dos meus pais e que algo talvez tivesse ocorrido, mas a expressão fechada de Ash não indicava isso, e ele teria me acordado na mesma hora se fosse importante.

Os meninos vieram à minha cabeça, mas temos um grupo de conversa e eles poderiam falar com Irwin caso precisassem de algo, não escondemos nada uns dos outros. Então entendi o porquê de tanta seriedade e silêncio. O nome de Jake estava ali ao lado do número sete, a quantidade de vezes que ele me ligou, junto a muitas outras mensagens. Ele não me deixava em paz desde o dia em que tudo acabou, mas estava ignorando fielmente, obtendo sucesso, até então.

— Ninguém importante. — dei ombros e sorri para quebrar um pouco o clima.

— Claro, apenas Jake. — seu tom era de deboche, mas ignorei.

Comemos quietos, em um silêncio desconfortável para mim, mas não quis entrar em uma discussão com Ashton, principalmente por conta de assunto que nem existe mais em minha vida.

Jake é água passada, ele tinha que ter isso em mente. Tudo bem que incomoda estar recebendo suas mensagens e ligações, e sei que se eu bloquear o incomodo vai passar a ser na porta da minha casa. Estou evitando isso e tentando passar toda confiança do mundo para meu melhor amigo que meu ex namorado não vai interferir na minha vida. Sei o quanto Ashton se preocupa, ou tem receio de que as coisas entre Jake e eu se resolvam, mas são questões fora de cogitação, ele deveria saber disso.

Pegamos nossas coisas e saímos depois que Ashton tomou um banho rápido, ele dirigiu tranquilo até a casa de Calum, sem música alguma preenchendo o ambiente, mais uma vez nos colocando em uma posição chata por conta de nada.

Com o tédio que eu carregava nas costas, pude estipular cerca de quase quarenta minutos para casa de Cal, não morávamos tão longe uns dos outros, apesar de Los Angeles ser extensa e as coisas serem mesmo em pontos extremos da cidade. O vantajoso mesmo era Luke, que morava, literalmente, na casa do lado de Michael e estava sempre grudado e pegando caronas.

— Achei que tinham desistido. — Cal disse me abraçando forte, deixando um beijo em minha testa e depois cumprimentando Ashton.

— Ele é uma lesma dirigindo. — apontei para o loiro que passou por nós dois ainda com o mesmo semblante que saiu de casa e Cal acabou rindo sozinho, mas logo se pôs ao meu lado de braços cruzados, encarando Ashton saindo para o fundo da casa, onde ficava churrasqueira e piscina.

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