Capítulo 7

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Ashton P.O.V’s

A noite foi péssima, cenas passavam por minha cabeça a cada vez que eu fechava o olhos, e só consegui dormir por quatro horas no máximo, logo sendo acordado por um Calum de bom humor. Ele bateu na porta do quarto de hóspedes a todo vapor, gritando para que eu levantasse para comer e podermos sair para caminhar.

Certos dias questiono como ele tem tanta disposição e algumas vezes encontro a resposta em alguma garota que ele está interessado, o que não faz o menor sentido já que não consegue passar um semana ao lado da mesma. De qualquer forma, tudo que posso fazer é ficar de pé e seguir Calum, para evitar que ele acabe se expondo ao ridículo e ainda seja pego no flagra. Sou quase como seu escudo de proteção, não por obrigação, mas por moralidade na amizade, eu me preocupo com esse idiota.

Escuto a música alta soar e bufo seguindo pelo corredor com Duke se enroscando em minhas pernas, quase me levando de encontro ao chão. Pego o cachorro no colo, acariciando suas orelhas e observo Calum acompanhar Dancer, a música de ninguém menos que Mali-Koa Hood, sua irmã mais velha, e aqui deixo claro quem é o fã número um dessa mulher maravilhosa.

Ele posiciona a espátula entre o ovo e a frigideira, virando a comida para que o outro lado também doure um pouco e sento a bancada depois de deixar Duke no chão, que não demora a ficar ao lado do dono. Calum sorri para o mesmo e direciona seu olhar para mim, deixando um sorriso rápido ser exposto em seus lábios.

— Bom dia, mate.

— Calum, porque tanta animação?

— Porque ainda é domingo e merecemos curtir. — ele põe o ovo em um prato com bacon ao lado e desliza a porcelana por cima do balcão até chegar em mim. — A gente vai sair mais tarde.

— Hood.

— Já passei muito tempo curtindo sábados na piscina, mereço um domingo à noite enfiado em uma boate. — ele argumenta enquanto prefiro ocupar minha boca com café ao leite. — Só os caras.

— Porque precisa me arrastar para isso?

— Esqueceu da conversa que tivemos ontem? — reviro os olhos — Vamos, Ash, se anime, vai ser uma noite legal.

Quero acreditar que sim, mas Calum sempre tem certeza quanto as boates que escolhe para festejarmos, mesmo que não haja um motivo para estarmos comemorando. É mais sobre aproveitar a vida e não deixar nada passar em branco, porque simplesmente é a única ficha de jogo que temos e a última tentativa de fazer tudo certo para chegarmos ao fim, sem bater de frente com o ‘game over’.

Ele me olha com esperança e assinto enquanto coloco comida na boca, vendo ele erguer os braços e vibrar em alegria por eu ceder fácil. Não posso lutar contra todos do grupo, sei que eles, tanto quando Hood, acabariam enchendo minha cabeça e me arrastando pelas ruas até o local.

[...]

A noite caiu rápido. Nunca vi um dia passar com tanta velocidade diante dos meus olhos, e não que eu esteja reclamando, mas esperei que tudo fosse como o trajeto de uma lesma. Acho que estou evitando sair de casa, mas meus planos foram falhos quando Calum foi até minha casa e me enfiou embaixo do chuveiro, sem se importa se eu ainda estava vestido.

Termino de abotoar a camisa, deixando dois botões de cima abertos, ponho os dois colares de cordão dourado e dou uma olhada no espelho no mesmo momento que Luke e Calum entram em meu quarto sem ao menos bater na porta. Hemmings me analisa dos pés à cabeça enquanto Hood se atreve a cheirar minha nunca, ganhando um empurrão meu e as risadas soam.

— Fica melhor para dentro. — Luke aponta para camisa e sigo sua dica sem protestos.

— Passe mais perfume. — Calum pega o frasco e começa a borrifar o perfume por meu corpo, mas não demoro em tomar o mesmo de sua mão — Agressivo.

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