Capítulo VII

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— Esse é o seu conceito de encontro? Quando disse que íamos visitar a romântica Roma, imaginei entrarmos no Coliseu de mãos dadas, e não em um estádio de rúgbi — resmungou Louis, ocupando seu lugar e acenando com entusiasmo para o público.

Harry sorriu.

— Não queria ficar sozinho comigo? Pois bem.

— E esse é o seu conceito de ficar sozinhos? — Louis olhou para o forte esquema de segurança a sua volta, e depois para a multidão enorme que saudava os jogadores entrando em campo. — Está louco?

— O estádio Flaminio é pequeno.

Louis começou a rir.

— Creio que tudo é relativo. É pequeno em comparação com Twickenham. Dessa vez estamos na companhia de apenas trinta mil pessoas. Mas essa é mesmo sua ideia sobre um encontro romântico? Um jogo de rúgbi?

— Nós nos conhecemos em um jogo de rúgbi — lembrou Harry, e seus olhos se encontraram enquanto ambos recordavam o encontro escaldante que fora. — Estou unindo minhas duas paixões. Rúgbi e você.

Em outras palavras, pensou Louis, não uma paixão por mim, mas por meu corpo.

— Nunca assisti a um jogo desses — confessou, afastando o olhar dele. — Estava sempre trabalhando. Nem mesmo conheço as regras.

— Um time precisa fazer mais pontos que o outro — explicou Harry com frieza.

 Inclinou-se para a frente quando o jogo começou, o rosto voltado para o campo. 

— Observe — murmurou para Louis. — Talvez goste.

E ele gostou.

De início ficou sentado em silêncio, determinado a não estragar a diversão de Harry fazendo perguntas tolas, e a fim de compreender o que ele tanto amava nesse jogo. Porém, o príncipe não o ignorou, o tempo todo disposto a envolvê-lo em cada lance.

Aos poucos ele foi explicando as regras, até que o jogo aos olhos de Louis não pareceu mais uma mera exibição de testosterona, e se transformou em um desafio emocionante.

No segundo tempo, Louis percebeu que também se inclinava para a frente, absorvido no que ocorria em campo.

— Foi um passe muito bom contra a defesa italiana — comentou de repente, olhando para Harry. — Disse alguma bobagem?

— Não — replicou ele com um estranho brilho no olhar. — Tem toda razão. Foi um passe espetacular da Inglaterra. Está se divertindo?

— Muito — concordou Louis, abrindo os botões do blazer.

— Se quer que o ensine, pare de desviar minha atenção — murmurou Harry.

— Estou com calor.

Ele sorriu, olhando para os peitos que arfavam colados na camiseta.

— Eu também.

Lisonjeado, Louis desejou estar com o marido em um lugar mais isolado. Muito mais isolado. Tratou de mudar de assunto:

— Então jogou rúgbi na escola e na universidade? Por isso conhece o capitão do time inglês?

— Foi meu grande amigo durante anos.

E um jogo talvez fosse a única ocasião em que Harry podia esquecer que era um príncipe, refletiu Louis.

O jogo acabou com a vitória da Inglaterra, e o casal real cumprimentou o time na festa que se seguiu.

Harry era o convidado de honra e fez um discurso breve e humorístico, provocando risadas gerais. Observando-o se misturar com os convidados, Louis ficou fascinado com a mudança. O homem reservado e frio desaparecera, dando lugar a um jovem e carismático príncipe. O príncipe que o seduzira.

A Primeira Noite || l.s mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora