Capítulo II

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O coração de Louis palpitava de excitação e ansiedade.

— Obrigado por me livrar de um episódio embaraçoso — murmurou em um só fôlego, procurando desesperadamente encontrar algo interessante para dizer, sem sucesso. Não fazia ideia de como se entretinha um príncipe. — Ignoro o que pensa de mim.

— Não entendo sua obsessão com a opinião dos outros — replicou Harry com displicência. — E no momento não consigo raciocinar. Sou um sujeito saudável e normal, e cada célula do meu cérebro está focalizada em seu lindo corpo.

O som que Louis emitiu foi uma mistura de suspiro e gargalhada. Estava incrédulo, obstinado em pensar que não era bonito, mas de algum modo, muito lisonjeado. Passou as mãos na calça, olhou para o príncipe e depois para a porta.

— Aquelas mulheres e os rapazes são lindos.

— Passam oito horas por dia aperfeiçoando a aparência — corrigiu Harry. — Isso não é beleza, é obsessão. 

Muito seguro de si, tomou a mão de Louis com gesto possessivo.

Ele tornou a sentir um frio na barriga.

— Não devíamos fazer isso. Deram-me essa tarefa de servir o camarote da realeza porque pensaram que eu não fazia o seu tipo.

— Grande erro — zombou o príncipe.

— Disseram-me que o senhor preferia loiros.

— Creio que, de repente, minha preferência passou a ser por morenos. — Com um sorriso malicioso, ergueu a outra mão e acariciou uma mecha da franja presa de Louis. — Seus cabelos têm a cor de um bazar do Oriente Médio; canela e bronze. Diga-me por que estava chorando.

 Sentindo uma intensa emoção que o deixava eufórico, Louis não conseguia raciocinar direito. Por um instante, chegou de fato a se esquecer de Jack. Se revelasse que seu noivo o abandonara, será que se tornaria menos atraente aos olhos do príncipe?

— Fui...

— Pensando melhor, não me conte — interrompeu ele, erguendo-lhe a mão e procurando por uma aliança. — Solteiro?

Detectando algo no tom de voz, mas confuso demais para identificar o que era, Louis assentiu.

— Ah, sim. Completamente solteiro — murmurou às pressas, e logo querendo voltar atrás, porque deveria ter agido com mais calma.

Mas não se sentia calmo. Sentia-se... aliviado por ter deixado a aliança de noivado em casa.

E Harry sorria, sem dúvida ciente do efeito que causava.

Antes que ele pudesse detê-lo, o príncipe retirou com gesto rápido o prendedor que segurava sua franja, e os fios caíram com as pontas esbarrando nos olhos do menor.

— Assim fica melhor.

Em total controle da situação, segurando os pulsos de Louis fez com que erguesse os braços, rodeando o pescoço dele. Depois deslizou as mãos pelas suas costas e segurou suas nádegas.

Espantado por ver que ele se focalizava nas suas piores partes anatômicas, Louis gemeu de embaraço, e tentou se livrar. No entanto, era tarde demais; a confiante exploração das mãos másculas garantira que Harry já estava conhecendo bem os contornos de suas nádegas.

Dio — exclamou em italiano, com voz rouca —, você tem um corpo fantástico.

Pressionou-o de encontro a suas coxas musculosas, enquanto Louis tentava colocar os pensamentos em ordem.

Ele o considerava fantástico?

Diante da evidente excitação sexual do príncipe, Louis mal teve tempo de analisar a situação, pois ele o beijou de modo exigente e faminto.

A Primeira Noite || l.s mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora