Capítulo IX // final

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Determinado a se manter em atividade, Louis se atirou nos compromissos públicos e escreveu muitas respostas de agradecimento às inúmeras cartas e cartões que recebia.

Descobriu que, quando se mantinha ocupado, não pensava muito, e isso era bom, pois seus pensamentos o assustavam.

Não queria pensar no que ocorreria se Harry não amasse o filho que pertencia a eles dois.

E como isso não podia ser resolvido de imediato, afastou a ideia.

Quando o bebê nascesse, se preocuparia. Até que esse dia chegasse, manteria as esperanças. E no meio tempo, arrumava o quarto da criança, como se nascer em um ambiente bonito pudesse, de alguma forma, compensar as deficiências em outras áreas da vida que iria começar.

Certa manhã, Louis estava sentado na cadeira de balanço lendo um livro sobre parto, quando um dos empregados do palácio veio avisá-lo que havia uma visita particular aguardando-o. Como não esperava ninguém, Louis largou o livro e se dirigiu até a bela sala de estar com janelas que descortinavam as águas brilhantes do Eroda.

Jack estava parado ali, parecendo esquisito e deslocado.

— Jack? — chocado por vê-lo, Louis caminhou depressa pela sala. — O que faz aqui?

— Que pergunta é essa?— retrucou ele.— Já fomos amigos.— sorriu amarelo. — Ou não pode ter velhas amizades agora que é da realeza?

— Claro que sim.— Louis enrubesceu, sentindo-se constrangido e estranho, sem saber muito bem por quê.— Mas não esperava vê-lo e... Como vai?

— Bem. Aliás, estou ótimo. Tenho um ótimo emprego.

— Fico feliz por você.

E estava mesmo, refletiu Louis, examinando os próprios sentimentos com cuidado. Não odiava Louis. Ao contrário, sentia-se grato. Se ele não tivesse rompido o noivado, podiam ter se casado, e esse seria o maior erro de sua vida, pois sabia que nunca o amara.

— Tinha férias vencidas.— prosseguiu Jack, enfiando as mãos nos bolsos e se dirigindo até as janelas.— Passarei uma semana nos lagos italianos, e pensei em parar aqui e lhe fazer uma visita.— pela janela da sala, fitou o mar por um momento.— Uma vista maravilhosa.

Respirou fundo, passou a mão pela nuca e voltou-se para encarar Louis.

— Na verdade, vim aqui me desculpar. Por ter procurado os jornalistas. Eu... fiz algo deplorável.

— Tudo bem. Você estava nervoso. — Comovido com as desculpas, Louis sorriu. — As pessoas fazem coisas estranhas quando estão fora de si.

— Não foi minha intenção dificultar sua vida.— Jack deu de ombros com humildade. — Bem, creio que no íntimo era. Estava furioso, com ciúmes, e... — Limpou a garganta. — Para ser honesto, não tinha certeza de que me receberia. Mas precisava me desculpar.

— Não pense mais nisso, Jack.

Ele pareceu aliviado.

— Foi difícil vê-lo. Muitos seguranças e guardas. Foi o grandalhão quem conseguiume trazer aqui.

— Niall?

— Esse mesmo. O braço direito do príncipe que, pelo que ouvi dizer, é muitopoderoso. Ele o trata bem?

Louis pensou nos diamantes e nas longas noites de sexo e êxtase. Pensou tambémno fato de que o marido não o amava.

— Sim. Ele me trata bem — respondeu por fim.

— Achei melhor checar — Jack sorriu de leve. — No caso de você ter mudado deideia e desejar fugir. — Acenou com a mão para o cômodo luxuoso. — Posso não sercapaz de lhe oferecer um palácio, mas...

A Primeira Noite || l.s mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora