Capítulo III

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— Precisa parar de chorar!– exasperado e preocupado ao mesmo tempo, Liam abraçou Louis. — Afinal, não é assim tão sério.

— Liam, estou grávido! E o pai é o príncipe. Acha que pode ser mais sério?

Liam se retraiu.

— Será que você não está enganado?

— Tenho certeza. Fiz o teste, e sem dúvida estou grávido! O resultado está lá no banheiro. Meu Deus, não acredito! Fiz sexo uma vez, apenas uma, e engravidei. Casais tentam durante anos e eu fui de primeira, Li.

— Bem, o príncipe é muito fértil, além de muito bonito.– Liam deu de ombros, procurando dizer algo útil. — Desde que descobriu que podia gerar você sempre disse que queria ser pai.

— Mas não ''pai solteiro''. Prometi a mim mesmo que isso jamais aconteceria. Ter um marido é importante para mim.– Pegou outro lenço de papel e assoprou o nariz com força. — Quando sonhei em ter um bebê, sonhei também em lhe dar tudo que nunca tive.

— Presumo que queira dizer um outro pai. O seu foi um horror.

Com o comentário pouco acalentador, Louis se deixou cair da poltrona e pegou o esmalte de unha.

— Como alguém com um filho gentil e meigo como você pôde simplesmente ir embora? E você tinha 7 anos, idade suficiente para saber que fora rejeitado. E ele nem mesmo o procurou depois que sua mãe morreu. Deus me livre!

Não desejando ser lembrado de sua infância infeliz, Louis mergulhou mais fundo no saco de dormir, murmurando:

— Ele não sabia que minha mãe havia morrido.

— Saberia se tivesse mantido contato.

— Importa-se de não falarmos sobre isso?– A voz de Louis soou irritada; rolou de costas e fitou o teto. — Preciso decidir o que fazer. Perdi meu emprego e não posso voltar para casa, porque a imprensa parece um bando de lobos do lado de fora do meu prédio.

E o mundo inteiro pensa que sou um grande vagabundo.

Mas não seria de fato um vagabundo? Fizera sexo com um completo estranho.

E não apenas isso - sexo descuidado, violento, selvagem. Que o fizera esquecer a moral.

Sempre que Jack o tocava, pensava: Não posso engravidar. Quando o príncipe o tocara, só conseguira pensar em... Afinal, o que se passara com ele naquele dia?

Estivera triste e inseguro por causa do final do noivado com Jack, mas isso não justificava sua atitude.

Lembrou-se de como o príncipe se colocara a sua frente, protegendo-o dos olhares de seu grupo de amigos. Que outro homem demonstraria tanta consideração? Percebera que ele estava aborrecido, o havia amparado, e depois...

Liam afastou a borda do saco de dormir.

— Pare de se torturar. Vai ser um ótimo pai.

— Como? – gemeu Louis. — Terei que dar meu bebê para outra pessoa tomar conta enquanto trabalho!

— As coisas podem melhorar– comentou Liam. Louis enxugou as lágrimas.

— De que maneira?

— Talvez ganhe na loteria.

— Não tenho dinheiro nem para comprar o bilhete da loteria nem para pagar um aluguel a você.

— Não quero aluguel e vai viver aqui por quanto tempo quiser. Não pode voltar para sua casa, certo? Todos os britânicos perguntam: "Onde está o garçom?" Dizem que estão oferecendo uma recompensa para quem o vir. E todos desejam saber mais sobre aquele beijo.

A Primeira Noite || l.s mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora