pas de ma faute

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att super atrasada e eu peço mil desculpas, a semana foi corrida :( !!!

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Luke e seu procurador de testes, Dr. Richard, estavam sentados um na frente do outro em uma sala à prova de som na biblioteca Bobst. Dr. Richard tinha mãos frias, e Luke não gostava daquilo. Ele havia lido cada pergunta para Luke como se ele fosse uma criança, como se ele malmente conseguisse entender a língua inglesa. Ele era cego, não surdo. Richard iria murmurar uma resposta a cada vez que Luke dizia a sua própria resposta, o que fazia Luke se questionar se suas respostas estavam certas ou não.

Ele se sentia envergonhado ao ter que fazer provas daquele jeito. Luke se lembrou da escola, todas as crianças pensando que ele era estúpido demais porque ele tinha que fazer cada pequeno teste numa sala separada, com professores lendo cada questão, cada resposta. Ele odiava aquilo.

"Agora, essas próximas perguntas valem dois pontos, então garanta que você vai conseguir tirar o total," a voz de Dr. Richard preencheu a pequena sala. "Como o pH (potencial hidrogênico) está relacionado com a concentração de íons de hidrônio numa solução?"

Luke tentou imaginar as palavras de sua professora da época de escola, quando ele aprendeu as escalas de pH. Ele se lembrou da voz dela, aguda e estridente, e como depois de cada aula ele iria ficar com uma dor martelando sua cabeça. "Soluções com um pH tem uma alta concentração de íons de hidrônio soluto, e são ácidos."

"Então é só isso, Lucas?" O som da caneta rabiscando contra as mesas de metal ecoava na cabeça de Luke.

"Não. Acrescente que soluções com um pH alto tem uma concentração de íons de hidrônio solutos e são básicos. Isso vai me dar os dois pontos?"

"Não posso responder à última questão, desculpe."

O estômago de Luke roncou, e ele esperava que seu professor não tivesse ouvido. Ele sentia que estava sentado naquela cadeira desconfortável por horas, mas na realidade apenas havia sido por vinte minutos.

O garoto de vinte e um anos sentia um pouco de ansiedade na hora fazer testes, e aquilo não havia começado até ele chegar à faculdade. A Universidade de Nova York deu a ele uma grande bolsa de estudos, e ele está com medo de perdê-la e ser forçado a voltar para Flórida para viver com seus pais.

Seus pais lhe tratam como se ele fosse mentalmente instável, e ele não é! Ele apenas vê o mundo em escuridão, uma verdadeira escuridão. Seus olhos ainda são coloridos, a última vez que ele viu o mundo foi quando ele tinha quatorze anos. Ele ainda se lembra com o que mundo se parece. Ele se lembra de ter ido para Miami e Tampa, vendo as cidades universitárias lá, com dormitórios altos, fontes largas, e lindas mulheres. Ele ainda sonha sobre como ele estava sentado no banco de trás da caminhonete de seus irmãos atravessando a rodovia no quatro de julho para ver os fogos de artifício. Ele se lembra das cores florescentes de milhões de tons. Luke se lembra de ter se olhado no espelho quando voltou para sua casa, desejando que a puberdade o alcançasse com toda a força e que ele pudesse se livrar de suas bochechas e estômago cheinhos. Ele queria ainda poder assistir seus dedos deslizando pelas cordas de seu violão, porque ele tinha sonhos também, e agora estão todos acabados.

A prova por fim havia acabado, e ele esfregou seus olhos, estalando seu pescoço. "Eu vou te ver na sala de aula na quinta-feira, certo?"

"Sim, senhor," Luke respondeu. Ele começou a se levantar, procurando por seu telefone, carteira, e chaves em seus jeans apertados, e ele nunca vai entender como tudo aquilo cabia ali. Seriam bolsos de verdade? Calum jurava que Luke ficava gostoso com aqueles jeans, mas ele nunca tinha certeza.

Os dois disseram suas despedidas assim que Luke saía da seção silenciosa, e ele ficava mais do que envergonhado ao ter que usar aquele pequeno bastão, mas era ainda mais embaraçoso colidir com os outros estudantes. Ele colocou os óculos sobre seus olhos, esperando protegê-los. Quando ele fizer vinte e dois anos, os médicos esperam tentar a cirurgia à laser mais uma vez, apenas para ver se conseguem trazer de novo a visão dele. A terceira vez é a vez da sorte, certo?

the boy with the white eyes (portuguese version) ↮ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora