𝗌𝖾𝗏𝖾𝗇.

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↪𝖳𝖺𝗅𝗏𝖾𝗓 𝖴𝗆𝖺 𝖺𝗆𝗂𝗓𝖺𝖽𝖾↩
𝖭𝖾𝗆 𝗌𝖾𝗆𝗉𝗋𝖾 𝗏𝖺𝗆𝗈𝗌 𝖼𝗈𝗇𝗌𝖾𝗀𝗎𝗂𝗋 𝗉𝖺𝗌𝗌𝖺𝗋 𝗉𝗈𝗋 𝖽𝗂𝖿𝗂𝖼𝗎𝗅𝖽𝖺𝖽𝖾𝗌 𝗌𝖾𝗆 𝖺𝗅𝗀𝗎𝗆𝖺 𝖺𝗃𝗎𝖽𝖺, 𝗇𝖺̃𝗈 𝖾́ 𝖾𝗋𝗋𝖺𝖽𝗈 𝗉𝖾𝖽𝗂𝗋 𝖼𝗈𝗇𝗌𝖾𝗅𝗁𝗈𝗌 𝗈𝗎 𝗎𝗆𝖺 𝗆𝖺̃𝗈 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖺𝗃𝗎𝖽𝖺𝗋.
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— Acho que vou pedir um café com chantilly e um croissant. — Any olhava o cardápio da cafeteria junto com Noah — E você primo, o que vai querer?

Noah deu de ombros enquanto olhava para o cardápio, sem demonstrar interesse em nenhuma das opções que estavam ali.

— Sinceramente, eu não tenho fome,peça o seu e depois quando eu estiver com fome peço o meu — Se virou para frente me olhando. — E você Noah, o que vai querer?

Eu estava pensando em outra coisa, minhas mãos tremiam ao lembrar da ligação do meu pai, Any me convidou para dormir mais um dia na casa de Noah, mas pode ser pior ainda, se meu pai já está bravo por eu não ter voltado para casa ontem, imagina ficar dois dias fora de casa.

— Nada, obrigada. — Falei rapidamente, direcionando o olhar para minhas mãos.

Any me olhou um pouco assustada, estava preocupada comigo.

— Está tudo bem, Sina? — Segurou minha mão — Estou aqui amiga, pode me falar se quiser.

Eu alternava meu olhar entre ela e Noah,  que parecia estar distraído mexendo no celular.

— É meu pai. — Sussurrei — Estou com medo de voltar pra casa e acabar em briga. — Engoli em seco.

Any me deu um sorriso sincero, ela soltou minha mão voltando a prestar atenção no cardápio.

— Tente não pensar nisso agora, relaxa. — Any me passou segurança — Ainda vai demorar um tempo para voltar pra casa.

Esse é o problema, o tempo, quanto mais demorar, mais chances de ganhar um ferimento novo eu tenho.

— É verdade, até lá ele já deve ter se acalmado. — Tentei mentir para mim mesma.

— Veja o cardápio, Sina. — Noah pegou o mesmo das mãos de Any — Com certeza deve ter algo que vai gostar.

Neguei mais uma vez.

— Eu não quero comer nada, muito obrigada mesmo — Afastei o cardápio.

— Tudo bem, fique a vontade. — Noah falou por fim, voltando a prestar atenção no seu celular.

Por mais que eu tentasse relaxar era impossível, o medo que eu tinha de voltar pra casa estava tomando conta de mim.

— Eu vou sair pra tomar um ar. — Me levantei da mesa indo em direção a saída.

A cafeteria fica no meio de um parque, com espaço para caminhada, talvez uma caminhada fosse boa para me fazer esquecer tudo.

E foi isso que eu fiz, uma caminhada, deixei a brisa gelada bater no meu rosto,  enquanto eu respirava fundo, tentando afastar todos os pensamentos ruins.

Eu me lembrava de alguns momentos quando era criança, momentos bons,  quando meu pai me deixava na casa de minha tia para não ter que cuidar de mim, era muito longe, por isso quando eu ia passava dias e dias.

Era bom,isso foi até meus quatorze anos, já que onde eles moravam, não tinha escola com ensino médio, muito menos faculdade, eu queria concluir a escola, por isso decidi que não voltaria a "morar" na área rural, meu pai começou a beber nessa época, dois anos depois foi demitido por causa da bebida, sorte que eu já tinha alguma renda, que nos ajudou bastante.

𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗲𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀𝗶𝗻𝗴 𝗴𝗶𝗿𝗹. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora