Capítulo 3

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Uma semana depois eu estava me preparando para sair de Alexandria, em mais uma patrulha. Estava no quarto, vestindo uma blusa, quando Daryl entrou, para pegar a besta.
- Vamos? - Perguntou ele.
Virei, ficando de frente para ele.
- Hum, Daryl? Podemos ter um minuto?
Ele ficou me olhando com aquele olhar desconfiado, colocou a besta em cima do cadeirão e parou na minha frente.
- O que foi?
Suspirei e sentei na cama e Daryl sentou do meu lado.
- É que... Á algumas semanas que eu estou me sentindo... Estranha. E... Bem...
- Malia.
Olhei nos olhos de Daryl e soube que ele sabia o que eu estava tentando dizer.
- Sério? - Perguntou ele.
- Sim. - Respondi num sussurro.
Ele tocou no meu rosto, parecia pensar.
- O que você quer fazer? - Perguntou.
- Não sei. Não consigo matar ele de novo, mas não vou conseguir ter essa criança. A Judith sobreviveu até agora, mas a Judith é a bebe com mais sorte do mundo. Ela é a esperança. Mas e se o meu não for?
Daryl suspirou.
- Eu preciso de pensar.
- Tem de ser rápido, porque eu preciso do remédio se for para... E o Aaron disse que hoje iriamos na cidade. - Peguei as mãos de Daryl. - Preciso da sua ajuda.
- Posso pensar por um dia? Você pega o remédio hoje, e no final do dia eu te digo o que pensei. - Disse Daryl. - Odeio imaginar você fazendo isso de novo.
Abracei Daryl.
- Eu sei. Eu ainda hoje tenho pesadelos com... - Fechei os olhos. - Preciso de você.
Daryl me apertou forte.
- Eu estou do seu lado.

Eu olhei aquele maldito remédio na minha mão e mordi meu lábio. Eu não podia fazer aquilo de novo.
Olhei para o lado, vendo um errante caminhando pela loja, na minha direção, e fazendo aquele som horrivel. Suspirei, peguei o arco e atirei na cabeça dele. Guardei o remédio, peguei na flecha e caminhei pela loja.
Vi uma arma, numa estante alta, e estiquei meu braço, tentando pegar. Coloquei um pé na estante e tentei pegar a arma, mas de repente sinto mãos na minha cintura, me puxando para baixo e depois vejo o braço do Daryl do meu lado, pegando na arma. Olhei ele.
- Não faz besteira. - Disse ele. - Você podia ter caído.
- Daryl...
- Enquanto a resposta for "não sei", você vai ter cuidado, porque tem alguém aí. - Ele me olhava com aquele olhar que ninguém contrariava.
Suspirei.
- Tudo bem. - Respondi. - Mas vou continuar matando errante.
- A gente depois pensa nisso. - Daryl se afastou, caminhando até á porta.
Parei de andar, olhando as suas costas.
- O quê? Daryl eu não vou parar de... - Agarrei o braço dele mas a voz de Aaron me impediu de continuar falando.
- Gente, olhem ali.
Olhámos pela janela e vimos uma horda. Peguei meu arco e uma flecha e Daryl tinha a besta na mão. Ficámos calados durante um bom tempo e depois Daryl olha para mim e para Aaron.
- Vou sair e chamar a atenção dos errantes, vocês dois correm para o carro. A gente se vê lá. - Diz Daryl.
- Nem pensar. - Respondi. - Eles são imensos errantes.
- Eu consigo aguentar. - Disse Daryl me olhando.
- Daryl - Disse Aaron. - Eu não acho que seja boa ideia.
Enquanto Daryl fica falando com Aaron, eu caminho até á porta dos fundo e abro ela, saindo para a rua. Caminho em volta da loja e paro bem na frente da janela onde estão Daryl e Aaron.
Começo a fazer imenso barulho e os errantes caminham na minha direção.
- Malia! - Grita Daryl, dentro da loja.
Vejo ele dar um xute na porta da frente e sair correndo, matando errantes enquanto tenta se aproximar de mim. Eu vou matando errantes e andando para trás, mas meu pé fica preso num pedaço de metal e eu caí no chão. Um errante cai em cima de mim, tentando me morder.
Coloco a mão na perna, junto da bota, e pego uma faca, mas de repente o errante cai, com uma flecha na testa. Daryl agarra ele e puxa pro lado, depois agarra minha mão e me levanta.
- Vamos embora! - Diz ele.
Daryl pega a flecha de volta e corremos para junto de Aaron, que está dentro do carro. Subimos na moto e saímos dali.

A História de Malia Mason - 5a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora