Capítulo 07

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Pérola



Pérola: - Ahhh... -  gritei anestesiada enquanto Márcio explorava aquela parte sensível do meu ser. Ele me chupava, mordia, lambia, alternando entre um e outro, como se fosse um delicioso banquete. Jamais achei que poderia sentir tanto tesão em minha vida. Apoiei-me nos cotovelos e me deparei com essa tentação no meio das minhas pernas fazendo-me sentir um comichão subindo por todo o meu corpo, aquela sensação maravilhosa de quando você esta prestes a explodir em um orgasmo que vai te deixar de pernas bambas. Foi exatamente isso que aconteceu, levantei meus quadris para apertar meu clitóris contra sua boca e caí em um orgasmo devastador. Então... Justamente nessa hora acordei, ainda sentindo alguns tremores e aquela deliciosa sensação. -  Oh droga ! Isso não podia estar acontecendo. –praguejei escondendo meu rosto na almofada do sofá, onde peguei no sono enquanto me amaldiçoava por ter inventado aquela mentira mais cedo no elevador. Agora estava trancada no meu apartamento, me fingindo de morta para não levantar suspeitas da minha terrível e infantil mentira. Até agora me pergunto o porquê ter feito isso. Nunca achei legal esses joguinhos. Ao contrário, acho infantil e de péssimo mau gosto. Sempre fui da opinião que a verdade é o melhor caminho para tudo, mesmo que esse tudo seja vexatório ou até mesmo cruel. A verdade é que meu vizinho me deixava com os pensamentos confusos. Talvez pela vulnerabilidade em que me encontrava agora. Foram muitas decepções em um curto intervalo de tempo e isso me deixou frágil e com certeza com as ideias fracas. 

Levantei e fui tomar um banho. Chega de sentir pena de mim mesma. Vicente já havia entrado pelos meios legais e Davi logo teria que pagar os meus direitos. Por hora eu precisava me preocupar em conseguir um novo emprego e como na minha área estava difícil, pois Davi deve estar interferindo nisso, tinha que encontrar novos dons e seguir a trilha que me fosse indicada.

Lembrei de uma escritora que tempos atrás havia rompido contrato com a editora e que sempre me disse que meu lugar não era ali, então iria arriscar. Quem sabe ela não pudesse me indicar algo? Uma revisão literária, ou qualquer outra coisa poderia funcionar nesse momento. Parada era que não dava para ficar. Ainda mais com o início desses sonhos eróticos com o gostoso do lado e a constante lembrança das canalhices de Davi em meus pensamento. Segundo Carol, homem nenhum vale borrar o meu rímel caro e nem tampouco ter o poder de amargurar meu coração, e isso é bem verdade, ou pelo menos é no que me apego agora com unhas e dentes.

Disposta a seguir liguei para a escritora e como ela não atendeu, resolvi deixar um recado na caixa postal. Aproveitei para olhar uns contatos e na esperança de encontrar mais alguém que pudesse me indicar algo, acabei nem vendo a hora passar. Quase enfartei quando a campainha tocou. Carol eu tinha certeza que não era. Só podia ser... Não, não, não. Ele não iria aparecer aqui do nada. Iria? 

Minha pernas não queriam obedecer a nenhum comando e fui toda torta até a porta. Respirei fundo e nem quis olhar o olho mágico. Melhor sentir a vergonha de uma vez do que em doses homeopáticas, pelo menos foi isso que sempre disse pra mim mesma. E em quesito vergonha eu era mestra.

Pérola: O que você quer, Carol? - abri a porta já falando. Eu iria encarar, mas tinha que fazer uma cena também. - Márcio? - acredita que meu rosto nem ardeu? Estou ficando boa no cinismo.  

Márcio: Desculpa a hora. - falou e tenho certeza pela sua postura ereta que ele não estava nenhum pouco constrangido pela hora. - Pensei ter ouvido umas batidas vindas daqui e decidi vir ver se estava tudo bem.

Pérola: Batidas? - agora fiquei confusa - Não são aqui. Tem certeza que eram batidas?

Márcio: Pensando bem... agora já não sei. - passou a mão pelos cabelos bagunçados me fazendo sentir a garganta secar. - Atrapalhei você, né? - inclinou um pouco o corpo para ter melhor visão para dentro do meu apartamento.

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