Capítulo VI

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- Bom dia, levanta e vai tomar o café. - Nat foi entrando no quarto e tirando as colchas de Maria - Nosso treinamento vai começar hoje.

Maria pegou seu iPhone e olhou as horas, 5:34am exatos.

- Q-que treinamento, ainda é de madrugada. - resmungou e puxou a colcha.

- Você precisa estar preparada pra qualquer situação. - disse Nat com uma empolgação.

- Mas agora? - Maria continuava a resmungar.

- Sim, e não se preocupe, Tony não vai entrar na sala. - Nat disse, dando uma piscada pra garota, conseguindo um sorriso dela.

Maria levantou e foi pra cozinha, tomou o café que a agente deixou pra ela na bancada, e foi para a sala de treinamento. Mesmo não gostando de ter acordado cedo, por causa do gesto daquela mulher de dizer "Tony não vai estar na sala", Maria estava tranquila e um pouco menos irritada por estar ali.

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•na noite anterior•

- Steve, essa menina tá triste por estar aqui, cercada de gente que ela via na tv e que não sabiam da existência dela. - disse Nat preocupada

- Sim, mas não tinhamos idéia disso. Eu estou preocupado com o que fez o Tony esconde-la esse tempo todo. O semblante dele era realmente de medo. - disse Steve, passando a mão no rosto, sentindo uma angústia.

- Ela é igual o Tony, mas não deixa isso parecer de cara. Ele não iria esconder alguém como ela, SUA FILHA. Tem alguma coisa muito grave nisso. - Nat completou

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•na sala de treinamento•

- Hoje vamos começar com 50 flexões, mesmo você não aparentando fazer atividade física. - Nat falou em um tom amigável e segurando o riso.

- Eu não faço nada além de correr, mas poxa, 50? É pra que? Vou morrer na primeira flexão, da um desconto. - Maria falou suplicando.

- Não posso, já me afrouxei demais e vamos logo, você tem que ficar forte. - falou séria dessa vez.

Então Maria fez tudo que a agente Romanoff mandou, durante o dia todo, com apenas uma pausa para o almoço.

- Excelente! - a agente falou com felicidade - Pra quem só corria.

- Eu tô morta. Eu disse que... ia morrer... Esse é... o primeiro e último né? - disse pausadamente, puxando o fôlego

- Não senhorita. Amanhã tem mais. - disse empolgada. - Mas será mais leve que hoje.

- Tenho medo do que você acha que é leve! - Maria disse, enquanto saia da sala.

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•3 meses depois•

- Seu condicionamento físico e habilidade, é extraordinário Maria, você nasceu pra lutar! - Natasha falou orgulhosa e com um brilho no olhar.

- Eu nasci pra fotografar. Amanhã vamos fazer o que? - perguntou, mas com medo da resposta.

- Será surpresa. Mas você vai gostar! - respondeu.

No dia seguinte, Nat acordou Maria as 7:00am, o que surpreendeu a menina, já que por meses estava acordando cedo, treinando e evitando falar com seu pai, e o seu namorado.

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- Sério Nat? Shopping? Você, A agente me trouxe no SHOPPING? - Maria falou com um ar de reprovação a surpresa.

- Você é uma jovem, não gosta disso? - perguntou surpresa

- Não, e não é querendo ser ingrata, mas podemos ir pra outro lugar ou ir embora? - pediu pra sua mentora

- Claro, vamos para o parque então e vamos conversar, mulher pra mulher.

Chegaram no parque e ao se sentar, Natasha já perguntou o motivo de Maria odiar o pai. Maria disse que ele nunca foi presente, e na primeira oportunidade, logo após ela ter sumido no blip, ele mostrou pro mundo sua filha (Morgan), e ela sabe que ele não a ama.
Com um olhar terno, Nat acolheu Maria em um abraço, nada comum pra elas.
A conversa se estendeu, Maria contou seus gostos para a agente e a mesma, também contou um pouco do seu passado.

Até que chegou num ponto da conversa, em que Nat se sentiu na obrigação de perguntar sobre Bucky.

- E o seu coração? Agora ele pertence a um velho de 106 anos? - elas começaram a rir

- O James apareceu na minha vida do nada, e então achei que eu tava indo pra um caminho normal de uma jovem da minha idade. Eu me enganei, já que o passado dele é... Complicado. - respondeu, já séria.

- Mas você gosta dele de verdade? Desculpa, eu não quero ser inconveniente, eu realmente vi em você uma menina, que eu quero ter pra minha vida. - Nat abaixou a cabeça - Depois de te conhecer, eu realmente senti vontade de ser mãe, tia, alguém pra passar o que eu aprendi.

- Está aí uma reação que se eu contar pra qualquer um, ninguém vai acreditar, - Maria falou - a agente Romanoff tem um coração.

Romanoff riu, e deu um soquinho fraco no ombro de Maria, que achou aquela cena fascinante.

- Sim Nat, eu gosto de verdade do James, e esse tempo no QG, ignorando ele, me fez perceber isso. Mas prefiro ficar nas suas aulas. - Maria completou, bastante seria, mas com o olhar de tristeza.

PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora