Honestamente, eu acordei no dia seguinte achando que tudo aquilo tinha sido um pesadelo dentro de um pesadelo. Como uma continuação do baixíssimo orçamento daquele filme do Leonardo DiCaprio que tem sonho. E um peão. Sei lá, procura aí no Google.
Enfim, não foi um sonho. Acordei com a minha versão mais velha comendo ovos mexidos ao meu lado, na cama.
-Bom dia, você está atrasada. Anda, tira essa bunda branca da cama que ainda temos muito o que fazer para você não estragar nossas vidas- Minha resposta foi um gemido e me esconder debaixo das cobertas- Ai sinceramente…-Ela deu a volta e me empurrou da cama.
-Você não é um espírito ou coisa assim?- Resmunguei me levantando do chão- Como que consegue me tocar e tocar as coisas?
-Você tá achando que eu sou um fantasma?- Me olhava como se eu fosse o ser mais burro de toda a Terra e mais alguns 3 planetas- Eu não estou morta, sua sonsa.
Esfreguei meu rosto tentando arrumar paciência para lidar com aquilo.
-Ok. Ok- Fitei-a irritada. Ela estava plena deitada onde eu havia acabado de ser empurrada- Você vai ficar grudada em mim o tempo inteiro?- Ela riu.
-Mas nem fodendo. Você tem noção de como somos insuportáveis? Não, não. Existem limites, eu não me aguento por muito tempo. Não. Eu vou ficar por perto, às vezes vou sumir, às vezes vou aparecer. Tal como assombração.
-Ótimo- Debochei
-Vai tomar banho que eu sei que você é porca e não tomava banho antes de ir às aulas de manhã- Eu já ia responder e dizer que não tinha problema porque eu tomava depois, mas ela nem me deixa falar- Babi, a Carol gosta de gente cheirosa. Vai logo antes que eu tenha que te empurrar.
Decidi nem contestar. É incrivelmente difícil lidar comigo mesma. Queria que algum psicólogo pudesse me explicar o que estava acontecendo. Seria algum tipo de processo de autoconhecimento forçado? Um intensivo? Porque caralho. Não era possível que eu ficaria uma pessoa tão chata!
Bem, pelo menos eu estava mais bonita. Uma esperança no final desse pesadelo terrível que eu estou vivendo.
Felizmente, todo o processo de me arrumar e ir para a escola foi bem tranquilo. A Babi 26 (vou chamá-la assim, porque ela odeia que eu relembre sua idade) tinha sumido, disse que daria uma tour pela casa então eu finalmente pude respirar mais relaxada.
Saí do carro e já estava começando a pensar que Babi 26 tinha sido imaginação, afinal de contas, porque ela já havia sumido por bastante tempo. Não via a hora de contar para Milena e Lara sobre esse sonho maluco que tive. Passei pela catraca quase voando, procurando as meninas e as encontrei. Sim, sentadas na escada conversando. Com uma terceira pessoa do lado. Eu.
Babi 26 estava lá, plena, com uma jaqueta de couro, sentadinha ao lado de Lara e sorrindo e acenando para mim. Puta que pariu...Respirei fundo e me aproximei delas.
-Caraca, Babi, o que houve? Caiu da cama?- Lara perguntou assustada quando seus olhinhos se fixaram em mim.
-Quê? Por quê?- Será que elas tinham percebido algo estranho? Comecei a suar frio de novo.
-Sua cara- Milena apontou para mim, preocupada- Parece que foi atropelada umas três vezes. Por um caminhão.
-Realmente foi...Um caminhão- Olhei para Bárbara 26 que sorria felizinha para mim- É que eu dormi muito pouco, gente. Tive um pesadelo horrível.
-Ei!- Ela disse ofendida- Sempre mal-educada. Meu Deus…- Ela desviou o olhar para a entrada do colégio- Como o Bruno é feio. Como que eu tive coragem de dar pra essa porra? Olha, era burrice demais.
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VIAGEM NO TEMPO
FanfictionSINOPSE Bárbara é uma jovem adulta como outra qualquer. Viciada em sexo e insatisfeita. Poderia-se imaginar que ser uma artista promissora vivendo em Paris poderia deixar qualquer um feliz. No entanto, alguns erros do passado a assombram, assombram...