cap 14

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Bárbara

Saí da casa de Carolina me sentindo levinha, rindo à toa. Quem pode me julgar? Era como se eu tivesse perdido minha virgindade de novo, mas dessa vez tinha a diferença de que havia sido bom. Desculpa, Victor, mas é verdade. Foi tudo tão perfeito e sim, foi especial. Eu achava incrível como Carolina se preocupava toda hora se tinha sido bom para mim, sendo que para ela tecnicamente também era a primeira vez.

Eu estava meio anestesiada de felicidade, mas durou quase nada, porque logo que cheguei à portaria meu celular começou a vibrar em meu bolso. Talvez fosse Carolina pedindo para eu voltar e transarmos o dia inteiro (queria muito), mas murchei ao ler o nome da minha mãe. Babi 26 não estava ali, mas nem precisaria, porque já a imaginava em minha frente me mandando atender logo o telefone. Respirei fundo antes, me preparando.

-Oi.

-Babi, cadê você?- Sua voz estava cheia de preocupação e a culpa me consumiu todinha.

-Dormi na casa de uma amiga- Meu tom de voz estava tão frio, eu não sei de onde estava saindo isso. Não sei por que motivo estava sentindo tanta raiva de minha mãe. Até que ouvi a voz de Luís ao fundo “Gaby disse que ela não foi para a casa deles” e me lembrei. Aquele namoro da minha mãe estava me incomodando de uma forma absurda.

-Que amiga?

-Uma amiga- Insisti e ela percebeu que eu não falaria tão cedo.

-Venha para casa, por favor, temos que conversar.

-Sobre o que?- Perguntei, agressiva. Olha, eu não acho ruim ir ao psiquiatra, inclusive, acho que eu estava realmente precisando, eu só estava inconformada que ela estava aceitando conselhos paternais daquele bundão do Luís. Ele não tinha que se meter em nada. Nem ele, nem meu pai, nem minha madrasta, nem ninguém.

-Babi, eu estou mandando.

-Vou mais tarde- Informei e desliguei o celular. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, te juro. Era uma fúria de outro mundo e eu não queria lidar com aquilo. Nada poderia me arrancar essa felicidade, ninguém tinha esse direito. A mulher que transou precisa ter seu momento de paz e , por isso, decidi ir à casa de Thaiga, mais especificamente ao galpão, eu sabia que não teria ninguém lá e, também, queria um pouco de silêncio.

Mas claro que, no momento que minha bunda tocou o sofá, a minha voz mais madura preencheu o lugar:

-Você tá muito irritada para quem estava dando há algumas horas- Falou se divertindo. Ela estava pela primeira vez, com seu cabelo preso e tomando um cafezinho.

-Onde você fica quando não está me assombrando?- Ela bebericou seu café com um sorriso discreto.

-Um dia eu te falo. Agora…-E sorriu maliciosamente- Quer dizer então que você deu.

-Para.

-Babi, tá tudo bem, é normal. Você e eu sabemos que foi ótimo. Agora, que tristeza né, não sabia nem o que fazer- Corei me lembrando da minha falta de experiência e como eu havia amarelado diante daquela situação, deixando que Carolina comandasse o momento.

-Como você sabe disso?- Babi 26 olhou para mim catatônica. (Notas da autora: Eu amei essa palavra então, vocês vão me ver falando muito ela :] )

-Mas não é possível ser tão burra, Bárbara. Já te falei trezentas e cinquenta vezes que eu já vivi isso.

-Ah é verdade.

-Carol sugou sua inteligência?- Dei um tapa nela, fazendo-a derrubar seu café. Ela me xingou, mas eu não me importei.

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