cap 15

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Carolina

Aí fiquei, fiquei com ciúmes. Não teria ficado se fosse qualquer outra pessoa falando com ela, mas era o Bruno e me irritou profundamente sim, não vou mentir mais. É só que... Aí que porra de moleque chato! Por que não supera que acabou e pronto?

Quando eu o vi pegando na mão da Bárbara, meu estômago revirou. Tentei me convencer de que era culpa dos nachos de hoje mais cedo, mas eu e você sabemos que isso não é verdade. Só não estou acostumada com isso. Acho que, romanticamente, eu nunca havia sentido ciúmes antes, não é à toa que eu panfleto o poliamor por onde passo.

Mas aí é que está o problema: Bárbara está virando o meu mundo de cabeça pra baixo, eu não gosto disso. Talvez realmente tenha sido o sexo, mas algo me diz que não é. Inferno.

Bom, já dei meu monólogo de sofrimento, então voltando, Bárbara estava me provocando que nem uma condenada, me dando uns beijos no pescoço (ela havia mesmo descoberto que era meu ponto fraco) e eu me estressei, mandei ela me beijar logo. Eu sabia que ela estava fervendo de tesão também, eu com certeza não era a única.

Bárbara me agarrou pela nuca  com tanto desejo, tanta força, até parecia que não tínhamos nós visto peladas há algumas horas. Mas ei, não é uma reclamação, confie em mim. Agarrei-a pela cintura magrela dela e ela respondeu agarrando com delicadeza (mas nem tanto) meus cabelos. Ai eu me tremi todinha, sinceramente.

-Eu preciso mijar!- Batidas e a voz de Victor foram ouvidas da porta. Meu deus, que inferno, não aguento mais toda hora alguém nos interrompendo. Isso é homofobia.

-Vai em outro banheiro! Sua casa tem mais 90!- Bárbara respondeu irritada e voltou a comprimir sua boca contra a minha.

-Tá tudo ocupado! Abre, Babi! Eu já bebi três latinhas de cerveja, eu preciso mijar!- Começou a bater mais rápido, ainda bem que a porta era da casa dele, porque mais um pouco ele a quebraria.

-Porra! Que inferno!- Muito, muito à contragosto, me afastei de Bárbara e destranquei a porta, bastante irritada.

-Carol?- Me olhou confuso e depois para a garota branquela que estava no momento com o rosto todo corado de tesão, já percebi que isso acontecia. Parecia sempre que ficava com calor. O que não deixa de ser mentira.

-Não, sou Jesus Cristo, Victor Augusto!- Não me julgue,ok? Eu estou muito irritada.

Recuperado do choque, ele começou a rir e se infiltrar no banheiro, foi a minha deixa e a de Bárbara para sair, porque eu nada duvidaria que ele abaixasse as calças e fizesse seu bendito xixi em nossa frente.

-Aiai, vocês duas querem matar o Bruninho...- E continuou rindo.- Carolzinha, ideia genial dessa festa! Já dei uns 3 amassos na minha Deusa!- Deu-me um tapinha se agradecimento no ombro.- Foi de última hora, mas foi top!

Finalmente fechou a porta. Que ódio, todo mundo empata foda nesse lugar, espero que ele se afogue no próprio xixi.

Eu estava tão irritada com minha sessão de amasso interrompida com Bárbara que só depois percebi que a me olhava extremamente curiosa e até interessada:

-Que foi?- Perguntei. Era bom ela se cuidar ou sobraria para a também, já que eu a culpava totalmente por tudo e qualquer coisa.

-Essa festa foi ideia sua?- Aí Deus. Será que ela havia descoberto?

-Foi. Treinar para o festival, sabe como é, né?

-E precisa de uma festa?- Ela ou está cética ou sabia de tudo e só estava se divertindo.- Uma festa planejada em menos de 4 horas?- Eu é que não daria esse gostinho para ela.

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