cap 10

308 50 27
                                    

Carolina

-Carol, para de ser doida, a Babi não está fazendo isso- Gaby tentava dizer, mas nada me convencia.

-É Carolzinha, a Babizinha é louca, mas nem tanto- Victor não olhava para nós, estava ocupado afinando as cordas de sua guitarra. Senti uma súbita vontade de enfiá-las em seu cu.

-Estou falando e vocês não acreditam: a Bárbara está armando para tentar me matar- Ouvir o Jordan rindo cúmplice com essa hétera de taúbate que se dizia minha amiga- E você está junto com ela né, Gabriela?

-Sim, Carol- Afirmou sarcástica- Eu e minha irmã estamos planejando há anos. A ideia é te seduzir e depois te assassinar.

-Ridículas, vocês duas- Eu estava irritada com qualquer coisa. Já fazia dois dias que o fatídico dia do meu acidente e do trabalho tinha acontecido. O trabalho que Luiz Antônio nos mandou era fazer um jornal de alguma época histórica, colocando notícias e reportagens escritas por nós mesmos, bem criativo. Pegamos a Queda da Bastilha, o que deixou Bárbara muito feliz já que ela acha que é francesa só porque fala a língua do biquinho.

Não que seja sexy, nem nada.

Hoje era o dia que tínhamos combinado de começar, ela iria na minha casa  e eu já não sabia se ficava nervosa com a sua presença lá ou com medo que ela realmente me assassinasse. Pelo menos estava ensaiando com a minha banda, uma mísera felicidade no dia.

-Se você acha que a Babi quer te matar, por que se comeu com ela na minha festa?

Fiz uma cara feia para ela na mesma hora, mas já era tarde demais. Deu para ouvir as anteninhas na cabeça de Bruno sintonizando, tentando captar e compreender aquela mensagem que tinha recebido.

-Você ficou com a Babi?- Perguntou meio ofendido, meio irado. Aquele garoto, que, diga-se de passagem, sempre chega atrasado nos ensaios, simplesmente se materializou em minha frente, com as baquetas nas mãos como se fossem armas.

-Bruno, a gente falou disso na lanchonete- Gaby disse, assustada.

-Eu não ouvi- Rosnou de volta, mas sem tirar os olhos ameaçadores de mim. Victor sussurrou para nós que ele tinha ido ao banheiro na hora e eu ri mentalmente por não termos sentido sua falta.

-Fiquei sim. Ela é chata, mas olha...Que pegada- Victor pressentiu o que ele ia fazer, porque se colocou na frente dele antes que o doido avançasse em mim.

-Que isso? Tá maluco, Bruno? Vai bater na Carol?- Meu amigo agora parecia bem puto. Olha, eu só estava rindo da situação, até Gaby estava preocupada. Acho que perdi a noção ou a vontade de viver- Não vai encostar suas mãos em mulher não!

-Ela tá se gabando porque ficou com a minha mina, mano.

-Primeiro!- Falei já irritada- Babi não é mais nada sua, não é namorada, não é ficante e nem peguete. Se ela quiser ficar comigo ou mais 15 pessoas ela fica. Segundo! Ela não é sua, não é objeto para você possuir. E terceiro! Tenho certeza que menino como você, ela taca no lixo!

-Você seduziu ela- Ele disse, com a maior certeza do mundo- A Babi não é gay.

-Olha...Ela me pareceu bem gay quando enfiou a língua dela na minha boca- Bruno avançou de novo e dessa vez até o Jordan segurou-o por trás.

-Para o show- Victor o empurrou- Bora ensaiar, inferno. A competição está chegando, nossa vocalista gatíssima está com a perna machucada e a Gaby está com a voz mais ou menos- Gaby concordou lamentando, colocando a mão na sua garganta. Desde que descobrimos que ela tinha a voz de um anjo, ela virou vocalista principal junto comigo, mas infelizmente acho que ela não estava muito acostumada.

VIAGEM NO TEMPO  Onde histórias criam vida. Descubra agora