The moment you've all been waiting for

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Carla

Após a formação do paredão de ontem, eu e Juliette tínhamos colado uma na outra como nunca antes. Quem procurava uma pela casa geralmente encontrava a outra do lado em quase todas as vezes. Isso se deu pela situação atual, com certeza, só de pensar que a paraibana poderia sair amanhã por aquela porta amanhã me deixava com os piores dos calafrios. Mas eu tinha fé que o Brasil tinha nos entendido e não ia acabar com a nossa relação antes mesmo dela ter começado direito.

Aliás, relação essa que já tinha se espalhado pelo menos pelo resto do nosso grupo de amigos, ou seja, Pocah e João. João tinha ficado sabendo durante uma conversa com Camilla, que não tinha conseguido ficar de boca fechada depois da descoberta dela na despensa. Já Pocah nos surpreendeu hoje de manhã chamando de Juliette de "minha mulher" enquanto se referia ela numa conversa comigo, aparentemente para a cantora nossa relação era óbvia e então nós nem precisamos contar a ela.

Eu sabia que eu e Juliette estávamos mais próximas do que o normal nos últimos dias, mas nosso grupo falava como se literalmente escorresse mel da gente quando estávamos juntas. Sei lá, como se quando eu abraçasse a advogada tudo estava certo no mundo e milhões de unicórnios viajassem por aí. Okay, talvez essa tenha sido uma divagação minha, mas eu tinha que me defender, né? (N/A: ela jura que tá melhorando a situação dela)

Enfim, outras pessoas que também estavam nos olhando de forma estranha era Gil, Sarah e Arthur. Toda vez que chegávamos em algum recinto da casa eles ficavam nos encarando como se nós segurássemos o prêmio do BBB debaixo do nariz ou algo assim. Sério, às vezes eu ficava assustada, porque se eles agiam assim na nossa frente, imagina por trás. Porém, no fundo, eu me desligava de tudo para curtir o máximo com a mulher incrível a minha frente, não podíamos perder nem mais um minuto.

Nesse momento, era de tarde e estávamos aproveitando a piscina enquanto não anoitecia e dava a hora de se arrumar para o jogo da discórdia de hoje a noite. Sendo sincera, essa distração estava sendo bem vinda, porque embora eu sentisse que o Arthur saísse, nada acalmava o meu coração. Logo, Pocah interrompeu meus pensamentos.

- Tá tudo bem, Carlinha? - perguntou ela enquanto me encarava atentamente da borda da piscina - Você parece estar tensa, não gosto de te ver assim. Sabe que você é a minha rocha aqui dentro, né? Se você fica mal, eu fico mal.

- Ai Poquita, você me mata de amor, viu? - respondi ela e balancei meus pés na água - Eu só tô dessa forma pelo paredão, acho que se a Ju sai eu aperto o botão do confessionário na mesma hora - confessei tristonha.

- Amiga, ela não vai sair, confia em mim! Eu tô com uma boa sensação dessa vez - declarou a funkeira e segurou minhas mãos - Olha, dá pra ver o quanto essa relação de vocês tá fazendo bem pra ambas, Deus não vai permitir que isso acabe agora não!

- Deus te ouça, amiga! Às vezes eu sinto como se meus olhos transbordassem amor, sabe? - eu disse - Sei que vocês tiram muita onda da minha cara por isso, mas eu nunca senti isso antes na vida por ninguém, nenhum homem ou mulher. É como se minha orientação sexual tivesse virado de cabeça pra baixo e eu fosse Juliettesexual - complementei enquanto observava a cantora morrer de rir na minha frente.

- Ô pequena, é assim mesmo! Quando eu conheci o Ronan, foi desse jeito. De repente, eu apenas soube que seria ele e pronto. É claro que foi diferente porque ele é homem e eu não sofri nenhum julgamento apenas por amá-lo. Mas, deixa eu te falar uma coisa, no final todas as críticas que vocês recebem por olhares aqui dentro ou lá fora vão acabar fortalecendo a relação. Só confia em mim, tá bom? - finalizou ela levando a minha mão até a boca e dando um beijo.

- Confio de olhos fechados, amiga! - respondi a ela, que se afastou e voltou a nadar.

Imediatamente voltei o meu olhar para a minha pessoa preferida, e logo observei uma cena que me fez engolir em seco. Juliette estava saindo da piscina - eu sei, uma cena normal, mas parecia que tudo ocorria em câmera lenta. Testemunhei seus passos até mim como um estudante de artes aprecia a Monalisa no Museu do Louvre pela primeira vez. Minha boca ficou seca e eu desejei ser uma das gotas de água que caminhavam seu corpo todo, passeando desde os seus seios até a cava que o maiô rosa rosa tinha na parte de baixo. Era de tirar o fôlego e eu finalmente precisei me lembrar de respirar quando ela sentou do meu lado na borda da piscina.

I'll never be the same after youOnde histórias criam vida. Descubra agora