Encarei seus olhos esmeralda por pouco mais de um segundo antes de descer o olhar pelo seu corpo, mesmo depois de tantos anos separados ainda me lembro perfeitamente de seu corpo sem as vestes negras que o cobrem, seu abdômen perfeito, suas costas musculosas nuas e de como ainda nos encaixamos perfeitamente, balanço a cabeça assustada com meus pensamentos, não posso perder tempo babando por ele, preciso manter o foco, isso é patético.
- Estou esperando já faz uma eternidade.- ironizo, enquanto o observo colocar o copo de suco em cima da mesinha, para encara-lo enquanto aperta os lábios carnudos e rosados, que mais me pareciam um convite para a perdição, por muito tempo me perguntei se ele sentia o mesmo que eu no momento, se deseja mais do que eu confirmar minha dúvidas sobre seu corpo e me tormar em seus braços no sofá.
- Você já foi mais difícil de ler do que isso, me pergunto se foram os anos que tornaram suas habilidades mais lentas ou se é a abstinência de alguém que realmente lhe sadisfaça.- comenta impulsionando o corpo para frente e colocar a mão na bochecha.
Limpo a garganta e bebo um gole de suco, respondendo sua pergunta indiretamente, ele sabe que nunca fiquei com ninguém depois dele, e também que desperta em mim sentimentos e sensações que mais ninguém nunca será capaz.
Depois de uma longa pausa finalmente falo. - Por que ela conseguiu vê-lo?
Senti-me de volta ao convento quando ouvi sua risada, ela me lembrou o som das chibatadas que eu levava quando criança, tencionei os músculos para evitar tremer diante de seu olhar feroz, eu não iria mostra-lo que ainda sou atingida pelo passado, depois de um tempo ele finalmente parou e respondeu:
- A pergunta certa é, por que você acha que ninguém mais além de você pode me ver? Precisava tanto assim de atenção que criou essa especulação ridícula?!- questionou calmamente, com um sorriso ladino e sobrancelhas arqueadas.
Suas palavras me atingiram fundo, como um soco em um saco de areia, ele tinha razão, de novo, achei que ninguém mais seria capaz de vê-lo por ele referir-se sempre a mim, até mesmo quando estava em público, ele nunca falará com ninguém e visse e versa, eu nunca havia parado para pensar que ele não só podia com era visto por todos, como fui tola, não acredito que fiz isso, que me deixei levar por esse pensamento ridículo.- Não se culpe, se eu fosse tão insignificante e carente como você também me enganaria assim.- alfinetou, antes de colocar um pedaço de bolo na boca.
Abri a boca algumas vezes para confronta-lo, queria colocá-lo em seu devido lugar, mas como?! Ele tinha razão, eu nunca havia perguntado, estava tão desesperada para ser notada, para se salva que nem ao menkos parei para pensar que eu podia estar enganada.
- Saia.- bradei, exasperada e confusa.
Meus lábios tremiam, e minha visão estava embasada devido as lágrimas, não de raiva ou tristeza, mas de frustração, eu havia feito de novo, me entreguei a ele de bandeja mais uma vez durante essa conversa, o deixei entrar em minha mente, não devia ter cedido, devia ter lutado, permiti que ele entrasse não só em minha casa mas em meu mundo outra vez, agora eu vejo, dessa vez mais claro do que nunca, isso não passou de mais um de seus planos, ele sabia exatamente o que eu faria, o que aconteceria, ele sabia que se eu fosse atingida estaria vulnerável, cederia a seus encantos e assim ele poderia provar e vangloriar-se da minha derrota, disse a ele que não o amava mais, que meus sentimentos haviam se tornado cinzas, e agora ele sabe que menti, sabe que tudo o que lhe disse em nosso último encontro era mentira.
- Não chore, apenas aceite que eu sempre darei a cartada final, que na importa o quanto você esteja se esforçando para me derrubar, eu nunca cairei, porque tudo o que você sabe e pensa, fui eu que decidi.- sussurra, a ponta de seus dedos faz cócegas na pele sensível só meu queixo.
Agora não faço mais esforço para conter o choro, as lágrimas banham minha pele, quero gritar com ele dizer que não passa de mais uma de sua mentiras, mas não posso, porque sei que isso só deixaria ele ainda mais feliz, então por um momento me permito ser tomada pelo desejo e finalmente sadisfaço nossas almas, de forma terna e lenta, colo seus lábios nos meus, assim me entregando a ele novamente, ignorando o sorriso patético em seus lábios, não me importo com mais nada, o passado não passa de uma nuvem cinza e tempestuosa e o futuro não me parece mais tão bom quanto estar em seus braços agora, aceito quando ele pede permissão para aprofundar o beijo enquanto ordena com a voz firme e rouca de tanto desejo, que o me deite no sofá.
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A Procura da Verdade
ParanormalUma mulher que está atrás da verdade sobre seu passado, da razão pela qual é perseguida por um ser que a controla, e ela pretende descobrir a verdade até seu último suspiro. Dizem que somos moldados pelo passado, mas como posso ter certeza de que is...