Capítulo 3: Irmãos

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•Augusto:

Acordei assustado com um bater na grade da cela.

—Acorda! Você tem visita!
Disse um dos guardas destrancando a porta com seu chaveiro barulhento.

Me levantei vagarosamente da cama e perguntei:
—E quem quer falar comigo?

—Me acompanhe, você verá.

Desde que eu cheguei aqui todos nesse maldito lugar têm me tratado como um lixo. Não consigo dormir direito e nem mesmo ter um único minuto de paz.

Segui até o final do corredor das celas, algemado, e me sentei em uma das cadeiras. Abigail estava sentada do outro lado do vidro com a coluna reta e as pernas cruzadas. Peguei o telefone da qual era a única forma de nos comunicarmos.

—Que deprimente essa sua situação.
Disse Abigail.

—Veio aqui ver no que se resultou minha vida?
Perguntei me aproximando do vidro.

—Sem sentimentalismo barato para cima de mim. Não foi para isso que eu vim.

Respondeu Abigail jogando seus cabelos, para minha surpresa, ela usava um vestido vermelho juntamente a um batom de mesma cor.

—Então do que devo a honra de receber a visita da causa pela minha situação atual?
Perguntei em tom sarcástico.

—Há querido, eu sei que você esconde arquivos confidenciais. Arquivos da qual diz respeito oque você planejava fazer com os elementais.

Eu dei uma risada alta acompanhada de um bater na mesa que se encontrava a minha frente.
—Acha mesmo que eu vou contar qualquer coisa sobre meus planos!?
Perguntei rindo.

—Seus planos não serão úteis para você, a não ser que neles esteja incluído contar os dias riscando a parede da sua sela.
Abigail riu.

(Mas oque deu nessa doida para vir zombar da minha cara vestida assim?)

—Espero que perca o seu tempo tentando encontrar os meus arquivos confidenciais, mas se não veio até aqui com uma boa proposta, então eu não irei perder o meu tempo.
Eu disse me levantando.
Fiquei assustado quando de repente os olhos de Abigail ficaram vermelhos e ela disse:
—Sente-se querido, ainda não acabamos.

Me senti paralisado e não consegui fazer nada além de obedecer.

—Você não é a Abigail, não é?
Perguntei assustado.

—Bingo.
Disse ela sorrindo.

Comecei a ficar com a respiração acelerada e minha testa a suar.
—Quem é você?
Perguntei.

—Como você mesmo disse, eu não vou fazer você perder seu precioso tempo, os fungos do seu colchão já devem estar sentindo sua falta.
Ela riu mais alto dessa vez.

Um guarda veio ao longe e parando ao lado dela disse:
—Senhora, o tempo de visita já acabou.

Abigail olhou para ele e pude ver seus olhos se avermelharem levemente.
—Só mais um minuto, não irei demorar.

Elementares: Campus|✔(Livro 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora