Se arrependimento matasse, eu já estaria morto

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As palavras de minha mãe rodavam em minha cabeça repetidamente e "quero te apresentar meu namorado, Lee Minho" é uma delas.

Que praga é essa? eu não entendo como isso só acontece comigo...

Minutos antes

— O q-que você está fa-fazendo aqui? – E eu começo a gaguejar por conta de um nervosismo que nem conseguia controlar e acho que ele percebeu, pois estava demonstrando nervosismo e tentando falar, mas não saia nada.

Ele veio me procurar?

— Eu... – Minha mãe aparece atrás dele e sem antes de dizer algo, vem em minha direção e me abraça. Eu nem sei como reagir, apenas correspondi o abraço, mas ainda olhando para o homem a minha frente, este que está com uma expressão indescritível.

— Eu estava com muita saudades de você, meu amor. Como está a faculdade? E os meninos?  – Tento ao máximo focar em suas intenções e palavras, mas só ele vinha em minha mente, com o máximo de disfarce que eu tentei, eu assenti tentando ao máximo responder as suas perguntas e segurei com força a alça da mala ainda não entendendo o que estava acontecendo

— Sumin? – Minho a chama pelo primeiro nome a chamando atenção e me fazendo franzir o cenho –  Esse é o Jisung? Seu filho? – Meu olhar ia dele para ela tentando entender a referência, situação, mas na verdade, eu só estava tentando pensar em outra alternativa do que...

— Sim, amor 

Isso.

E minha respiração foi com Deus.

Meu coração disparou, minha respiração ficou falha, minha visão turva e parece que se eu não estivesse me segurando na mala, eu já estaria no chão. Como que isso acontece em apenas uma semana?

— Amor? – Pergunto, olhando principalmente a ele, mas assim que ele me olha de volta, eu não consigo segurar a troca de olhares e olho para minha mãe, esta que está com um sorriso de orelha a orelha e isso só confirma tudo

— Sim... filho vamos entrar, e era isso que eu queria te contar hoje, vem... – Ela passa a mão pelas minhas costas me puxando para dentro de casa e eu só fui por conta de seu direcionamento. De imediato me sento no sofá e abaixo a minha cabeça com pensamentos a mil. Escuto ela me chamar e eles estão sentados a minha frente um do lado do outro, ela procurou a mão dele e assim que achou as entrelaçou me olhando de um jeito que eu nem quero pensar mais.

— Quando a senhora iria me contar, tipo... não estou entendendo a situação aqui – Digo passando a mão no cabelo e no rosto, Minho ia falar, mas a minha mãe o interrompe.

— Acho que assim que você chegasse aqui e filho, eu estou namorando, é isso mesmo  – Olho para ele e este apenas desvia o olhar me fazendo suspirar e voltar a olhar para a única mulher na casa – Quero te apresentar o meu namorado, Lee Minho

— E vocês se conheceram faz quanto tempo? – Pergunto rezando para ela dizer apenas uma semana.

— Mais ou menos uma semana – Parece que um peso enorme sai de minhas costas, mas assim que eu o olhava, meu coração disparava e meus olhos pareciam que iriam se debulhar em lágrimas a qualquer momento – Ele começou a trabalhar na mesma empresa que eu, aquela que o seu pai deixou para a gente e... – Mordo o lábio inferior nervoso e assinto. Não querendo mais está nessa situação toda, apenas me levanto, puxo a minha mala até o corredor até ouvir a voz dele.

— Jisung? – Paro no mesmo instante sentindo que se eu olhasse para trás eu ia chorar – Não quer perguntar mais nada? – Respiro fundo para não transparecer em minha voz

— Já foi o suficiente, se me dêem licença – E vou até o fim do corredor, depois entrando em meu quarto – antigo quarto – sentindo o peso voltar novamente para as minhas costas e as lágrimas descerem sozinhas.

Não me aguentei.

Mesmo eu tentando, não parava de descer. Não sei se foi o porquê de eu ter gostado de ter ficado com ele e criado esperança de que ele ia atrás de mim ou por ele está com a minha mãe em vez de mim...

Não sei.

Apenas me sentei na cama e me deixei sentir esse sentimento que eu não sei o que é, mas quer sair. Minhas lágrimas se juntaram aos meus soluços e tive tampar minha boca para não chamar atenção dos demais lá na sala. Levo as minhas mãos trêmulas, depois de me acalmar suficiente para não soluçar mais, no meu celular para tirá-lo do bolso.

Digitava a mensagem e a tela do celular ficava mais embaçada, antes mesmo de eu terminar de explicar a situação ao Felix, ele me liga.

Entro no banheiro e atendo a ligação.

— É sério isso? – Ouço sua voz meio indignada e eu solto um "sim" baixinho com a voz de choro ainda – Ah, amigo... vai ficar tudo bem – As lágrimas desciam mais lentamente por eu estar me acalmando de verdade agora por está conversando com o Felix

— E-Eu sei – Respiro fundo antes de continuar para não gaguejar – Eu fui pego de surpresa, ele simplesmente atendeu a porta e perguntou se eu queria ajuda – Me sentei na tampa do vaso e continuei – Eu tinha reconhecido a voz e mais rezei mentalmente por tudo o que é mais sagrado para não ser o que eu estava pensando, porque eu não saberia o que fazer...

— Mano... eu ainda estou muito incrédulo, em uma semana ele foi para aí e começou a namorar a sua mãe, eu estou... – Ele parou um tempo e quando eu ia continuar ele fala – Sem palavras, sério

— Eu também – Me levanto e saio do banheiro para me deitar na cama – Eu não consigo mais olhar na cara dele, por conta das lembranças – Olho para o teto da parede e percebo que as estrelinhas ainda estão ali – Eu vejo ele me beijando, cara... me beijando, o namorado da minha mãe me beijou – Solto uma risada debochada e coloco o celular no viva-voz, para deixá-lo do meu lado na cama.

— Eu nunca achei que iria ver situação dessa na vida real, só em fanfic mesmo – E solto uma risada natural depois da situação pesada de minutos antes – E logo com o santo do Jisung

— É... mas vamos mudar de assunto, como está aí sem mim? – Ele ri e escuto uma janela se abrindo

— Essas últimas horas está tudo bem – Escuto um barulho de beijo e reviro os olhos – Eu e Changbin vamos sair mais tarde para aproveitar o meu 10 na apresentação de ontem

— Parabéns – Bato palmas e me sento na cama, logo pegando o celular – Você está aí com ele? eu ouvi um barulho de beijo – Faço uma cara de nojo e solto um "eca", fazendo Felix, e o outro que estava no quarto esse tempo todo, Changbin, rirem

— Sim... e ouviu pouca coisa, mas vai ficar entre a gente, né Bin? – Faço um bico emburrado por eles já terem apelidado um ao outro e escuto um "deixa comigo" do Changbin confirmando o segredo

— Tá bom Fê, eu vou arrumar as minhas coisas aqui no armário, eu te ligo se acontecer alguma coisa

— Tchau Han, como eu disse vai dar tudo certo, vai que eles terminam e sei lá... acontece alguma coisa

— Garoto??? – Digo indignado e desligo a chamada.

É cada coisa que sai dessa boca de Lee Felix.

O namorado da minha mãe | min + sungOnde histórias criam vida. Descubra agora