Bloco 10, apartamento 804, 8° andar

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19:30 PM Quinta-feira

Depois de arrumar a minha mala e a minha mochila com um semblante nem um pouco contente com o que estava acontecendo, e ainda por cima com ela me encarando o tempo todo ao mesmo tempo de eu guardando as roupas, mas também passa o olhar pelo quarto.

Ela diversas vezes soltava algumas piadas de eu ter feito isso e aquilo com Minho dentro do cômodo, com ela dentro de casa e ainda por cima enquanto ela estava com ele. Falou que eu era um incompetente, não deveria estar no mesmo teto que ela e que não acreditava que esse era o filho dela.

Meu coração doia cada vez que a voz dela era soada carregada de raiva e pelas palavras duras direcionadas a mim. Eu fiz de tudo para só jogar as roupas dentro da mala de um jeito bagunçado para poder sair o mais rápido possível da casa. Não estava aguentando as falas que estavam sendo jogadas contra mim.

Tiro tudo da escrivaninha, coloco dentro da mochila e me olho no espelho pela última vez antes de sair. Vejo o vermelhidão ainda marcado em minha pele e um sabor amargo ficou mais evidente em minha boca. Coloco a mochila nas costas e pego minha mala saindo do quarto, e logo depois, da casa, mas quando eu fui olhar para trás, ela já tinha fechado a porta de jeito tão brusco que eu me assustei com o barulho e derrubei a mala no chão.

Respiro fundo e a ajeito no chão, volto a andar pela rua sentindo alguns olhares vindo de vizinhos novos, que nunca vi na minha vida, e de outros que já moram ali desde de minha infância, e a minha única reação foi abaixar a cabeça enquanto ando para longe da casa.

Caminho por um tempo até perceber que eu cheguei em frente ao mercado, um ponto bom para pedir um uber por conta do ponto de referência, mas uma dúvida passou por minha cabeça: Quem eu peço ajuda?

Seungmin?

Melhor não, ele deve está curtindo as férias dele com o namorado e nessa hora da noite nem devem estar em casa.

Jeongin?

É a mesma situação que o Seungmin...

A minha única opção era Minho, o que era um tanto engraçado por eu ter acabado de sair da casa dele umas horas atrás e lá vou voltar a perturbar ele.

Minha mão hesitou em discar o número dele, e um peso nas costas me atingiu por inteiro, que eu só larguei a mala e me sentei no meio fio sem saber o que fazer. Encosto a minha cabeça na única coisa que eu posso fazer de um bom encosto. Sinto a minha respiração voltar ao normal e desbloqueio a tela do meu celular.

Eu só tenho essa opção, não tenho outra... espero que ele me ajude.

Peço um uber para o endereço dele, este que eu só memorizei o condomínio e o carro da minha corrida chega uns minutos depois após eu pedir. Me levantei contragosto e apontei para o porta-malas enquanto olhava para o motorista para ele entender que preciso do porta-malas aberto sem precisar de ele sair do veículo. Ele assente com um sorriso no rosto e vejo a parte de trás do carro se abrir levemente, agradeço a ele com um sorriso e arrasto a mala até a rua, a colocando dentro do carro logo depois.

Foi uma corrida mais relaxante que o normal. O motorista, um senhor de meia idade com um sorriso simpático no rosto, pareceu entender alguma coisa por conta do meu semblante triste e tentava ao máximo me animar, até colocou em uma rádio que eu goste. Ficamos os minutos da corrida tentando manter uma conversa que não desse em namoro, ou família ou o porquê de eu estar daquele jeito. Ele foi legal e talvez eu precisava disso.

Assim que ele entrou no condomínio, perguntou pelo número do prédio para ele só me deixar em frente do local certo, mas eu neguei com a cabeça dizendo que não sabia o local exato, porém conseguiria me virar. Ele entendeu e eu paguei pela corrida com uma parcela do dinheiro que eu trouxe da faculdade. Me despedi dele agradecendo pela simpatia e ele vai embora após eu pegar a minha mala.

O namorado da minha mãe | min + sungOnde histórias criam vida. Descubra agora