Estou pronto para essa conversa?

3.8K 513 247
                                    

8:00 AM Segunda-feira

Eu passei a tarde e noite inteira de ontem no quarto, já estava cansado por conta da viagem e por ter ido na casa do Seungmin, aí aproveitei a minha vontade não querer olhar na cara do visitante junto ao meu cansaço, apenas tomei um banho relaxante que foi um pretexto para repensar nas coisas, sofrer antecipadamente e fui dormir em seguida.

Acordei com calor por ter me coberto todo com edredom grande que estava forrado na cama, por ter deixado a janela fechada e ter dormido de camiseta e calça moletom, tô pedindo para morrer de calor, só pode.

Na mesma hora tirei a minha blusa a tacando no chão em seguida e olhei o horário no meu celular, logo depois me estranhando por ter acordado esse cedo por espontânea [falta de sono] vontade.

A situação estranha de ontem passou por minha cabeça e a vontade de ficar na cama cresceu, porém a minha barriga roncou me avisando que eu tenho que sair daqui para comer, porque minha última refeição foi pizza e bem, isso não me deixa alimentado por horas, só me deixa com mais fome na verdade

Me levanto despreguiçando meu corpo e vou na direção da janela a abrindo deixando o vento da manhã entrar por meu quarto, já melhorando bastante o calor que estava. Pego a minha camisa do chão e a coloco para ir até a cozinha preparar o meu café-da-manhã.

Saindo do meu quarto, escuto uns passos na cozinha e quase travei no lugar por ter a possibilidade de ser ele ali e não só a minha mãe. Mas continuei o caminho pelo corredor de cabeça erguida e chegando no cômodo desejado, percebo que só estava minha mãe arrumada com roupa de trabalho mordendo uma torrada andando para lá e para cá, esta que para e me olha sorrindo, assim se desfazendo o semblante preocupado que estava.

— Bom dia filho, já estava ficando preocupada, você dormiu cedo e deveria está com fome, mas não queria te acordar – Ela come o resto da torrada e vem em minha direção, continuo parado na entrada da cozinha e ela me abraça

— Bom dia mãe – Digo baixinho e ela ri por conta da minha voz rouca de sono

— Parece que dormiu bem, estava cansado, né? – Assinto me sentando na cadeira prontamente para cortar o meu pão, ela passa a mão em meu cabelo e vai em direção da geladeira, fazendo o seu salto criar barulhos no chão denunciando os seus movimentos, ela em seguida coloca uma jarra de um suco amarelo – talvez maracujá, laranja ou manga – na mesa para eu me servir – Eu já vou para o trabalho e bem, ontem... – Assim que ela menciona o fátidico dia, eu paro de cortar o pão e a olho – A gente conversa mais tarde, tá bom?

— Tá bom então, bom trabalho para a senhora – Ela sorri e beija minha cabeça saindo da cozinha, mas como o cômodo é aberto eu consegui a ver pegando sua bolsa de cima do sofá e saindo da casa. Deixei um suspiro sair e continuei a preparar o meu pão, coloquei um pouco do suco, que eu descobri ser de laranja por conta de cheiro, em meu copo para beber junto com o pão.

— Como isso foi acontecer? – Digo para mim mesmo enquanto comia.

Olhei ao redor e quase tudo estava a mesma coisa que o ano retrasado, o ano que eu saí de casa para ir morar em Gimpo, apenas a geladeira e a mesa era diferentes que as de antes. Estas agora são pretas e a geladeira é uma de duas portas, mostrando que a empresa do meu pai está dando lucro, finalmente...

Terminei minha refeição, limpei toda a sujeira que eu fiz e sai do cômodo indo em direção do meu quarto para tomar um banho e melhorar essa minha cara amassada de sono.

[...]

12:32 PM Segunda-feira

Lá estava eu indo em direção do mercado em horário de almoço na vontade de comprar uma daquelas lasanhas de microondas para almoçar, já que eu não estou com vontade de fazer comida e minha mãe me ligou avisando que almoçaria na empresa.

Andando uns minutos para chegar no mercado, eu fui olhando o meu antigo bairro, e percebi que não mudou completamente nada, está o mesmo bairro de sempre, e até mesmo as casas não foram pintadas de outras cores. Chegando no mercado, fui diretamente na seção dos congelados em busca de uma lasanha a bolonhesa congelada e quando estava voltando, passei pela seção dos refrigerantes, já que a vontade bateu, eu me perguntei: por quê não?

Mas assim que eu ia entrar no corredor, um rosto conhecido estava em minha frente e a minha única solução foi voltar para o outro corredor fingindo que não tinha o visto, mas não adiantou muita coisa, pois meu nome foi chamado e não tive como me esconder.

Lá estava ele novamente, porém agora de roupa social [muito bonito por sinal, mas não quero pensar nisso agora] segurando uma cesta de compras com uns lamens e refrigerantes dentro. Seu semblante me demonstra preocupação, porém ele coloca um sorriso no rosto tentando disfarçar, mas eu já vi.

— Jisung, você por aqui? – Mordo a minha bochecha nervoso com o que eu devo falar e apenas assinto – Então... – Ele se aproximou mais perto de mim e eu dei um passo para trás mostrando para ele que eu não quero contato físico vindo dele – Eu queria muito conversar com você sobre isso tudo que está acontecendo, mas eu nem sei se você quer ou se eu devo está te pressionando agora, e- – Levanto a minha mão em sua frente pedindo para ele parar e ele respira fundo tentando ficar mais calmo.

— Calma, olha... – Respiro fundo antes de falar e o olho nos olhos – Eu acho que aqui não é um bom lugar para discutimos isso e eu não quero conversar sobre isso agora, entende? – Ele assente meio decepcionado e eu apenas continuo o meu caminho até a prateleira das garrafas de 600ml de coca cola para pegá‐la e ir para o caixa pagar por tudo, mas me viro para ele e Minho ainda está na mesma posição, mas agora virado para minha direção – Eu posso conversar com você, mas amanhã, okay? ainda tem muita coisa para eu reformular e pensar sobre – Mordo meu lábio nervoso e me viro indo para a direção dos caixas, mas sou parado por uma mão em meu braço me fazendo virar

— Amanhã à tarde, pode ser? – Olho para a sua mão e para seus olhos, estes que estão pertos demais de mim, me afasto bruscamente de sua mão e ele suspira com o meu ato.

— Tá bom, aparece lá na casa da sua namorada e assim vamos conversar – Dou ênfase na palavra que se refere a minha mãe e continuo o caminho anterior. Sigo batendo o pé com uma raiva que me consumiu de repente, porém disfarço para não descontar nas funcionárias que não tem nada a ver com isso.

Saio do local e vou embora para a minha casa com dor de cabeça por ficar pensando nesse assunto chato que queria ter deixado lá em Gimpo e por causa da minha fome ter aumentado com essa situação chata.

— Aí ninguém merece, o que eu fiz para merecer isso?

Chego em minha casa mais rápido do que eu indo até o mercado, talvez por causa da minha raiva e fome ter me feito andar mais rápido e entro indo primeiramente até a cozinha colocando a minha lasanha para ficar pronta no microondas e fui tomar um banho para eu almoçar.

Meu celular vibrou e fui olhar o porquê, e era mensagem do Chan.

"Tudo bem aí em Seoul?"

Ligo seu número e sou atendido depois de dois toques.

— Oi, boa tarde, seu atrasado – Escuto a sua risada e vou em direção do banheiro

Desculpa a demora, acabei trabalhando o dia todo e ainda tive que levar os pombinhos em um restaurante, porque Changbin não pode dirigir por um mês por causa da multa que ele levou – Solto um "Que?" curioso fazendo Chan concordar e rir, continuando a história – É... mês passado ele deu uma acelerada levemente desnecessária em uma avenida que não podia ultrapassar tal limite e foi parado

— Ai, ai esse Changbin hein – Falo balançando a cabeça e me sento no assento do vaso para continuar a conversa antes do banho – Mas eu cheguei tranquilamente e bem... aconteceu uma coisa bizarra assim que eu cheguei aqui em casa

Como assim? – Suspiro e me preparo para falar, mas ele me interrompe – Olha, eu tô meio ocupado agora, mas eu prometo que eu te ligo mais tarde para você me contar tudo e se desabafar, tá bom? – Assinto mesmo ele não vendo e solto um "sim" baixinho carregado de sentimento – Fica bem aí e até daqui a pouco

— Tchau, Chan – Desligo a chamada.

Respiro fundo e começo a me despir para logo depois entrar no box para tomar banho, minha barriga ronca e eu começo a rir

— Mano, nem faz muitas horas que eu comi e já estou morrendo de fome, o que é isso meu Deus?

O namorado da minha mãe | min + sungOnde histórias criam vida. Descubra agora