De mal a pior

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19:00 PM Segunda-feira

Escuto a porta da frente se fechando e o som da chave sendo girada na fechadura, então suspiro alto me preparando para a conversa que está prestes a começar. Fecho a porta do banheiro e passando pelo corredor, a voz de minha mãe é ouvida e durante uma conversa.

Apresso meus passos e respiro aliviado após ver que é apenas uma conversa via celular e que ele não estava ali pessoalmente. Ela se vira depois eu respirar alto e me direciona um sorriso caloroso, desligando a chamada que por míseros segundos eu consegui ler "Minho" na tela.

— Descansou bem hoje, meu bem? – Ela tira os seus saltos e se joga no sofá suspirando de alívio, segura um dos seus pés o massageando em seguida. Me sento ao seu lado e me aconchego no sofá esperando ela se pronunciar primeiro, ao perceber meu silêncio, ela respira fundo e se senta de frente para mim – Resumindo, eu e Minho nos conhecemos no mesmo dia que ele foi promovido para a nossa sede aqui em Seoul – Assinto para ela continuar a história – E filho, sabe quando você olha para a pessoa e pensa "como que existe uma pessoa tão bonita desse jeito"?

Engoli em seco, porque foi exatamente esse pensamento que passou por minha cabeça quando eu conheci o Minho, mas respirei fundo e continuei a ouvi-la.

— E eu pensei, ele foi muito simpático com todo mundo e por que não o chamar para sair? – Arregalo os olhos por ela ter sido bem direta e rápida com o que ela quer

— Hm – Ela me olha parecendo querer que eu fale mais – Na mesma hora que você o conheceu, já queria sair com ele?

— Sim? por que não?

— Sei lá... Acharia melhor conhecer ele e aí, depois chamaria ele para sair – Ela revirou os olhos e eu fiquei um pouco surpreso pela atitude dela, mas passou assim que lembrei que ela é assim mesmo e seria meio antiquado eu querer medir ações alheias

— Ai filho, eu só quero me apaixonar depois de alguns anos da morte de seu pai, eu tenho apenas 37 anos, eu estou com saudades dessa sensação e eu espero que dê tudo certo com o Minho – Sinto a sinceridade dela me consumir, mas após ela falar o quanto quer dê certo com o Minho, eu desviei o olhar e ela nem percebe nada, pois a sua fala continua – E ele é tão legal comigo apesar de eu o conhecer apenas em uma semana, entende?

— Tá bem – Ela para de falar e eu a olho nos olhos, logo depois seguro em sua mão – Se ele te faz feliz, mesmo sendo em tão pouco tempo, eu não vejo o porquê de a senhora não continuar essa relação ou de ver que eu iria ser um peso nisso – Ela solta a minha mão e me abraça forte.

— Espero de coração que vocês se dêem bem e que você goste dele tanto quanto eu gosto e não que eu quisesse a sua permissão, mas só de saber que não tem nada te incomodando já me deixa aliviada – Tive que respirar fundo para não transparecer nenhum nervosismo assim que ela disse isso. Ela se solta de mim e se levanta sorrindo de bochecha a bochecha, solto uma risada baixinha com a felicidade dela enquanto a vejo ir para o seu quarto dançando.

[...]

13:10 PM Terça-feira

Acordei tarde, porém um tanto ansioso, e bem, eu já sei o porquê, mas parece que eu gosto de sofrer, não é?

Tomei um banho e almocei sozinho novamente, nem cheguei a ver a minha mãe saindo para trabalhar hoje. Minhas mãos começaram a tremer assim que olhei o horário pelo meu celular mostrando que já estava na parte da tarde do dia e o dono da minha ansiedade poderia bater naquela porta a qualquer momento.

Bebi um pouco de água e tentei me distrair nas redes sociais, até que tinha dado certo, mas certas batidas em minha porta mudou o meu corpo por completo, me fazendo ficar mais nervoso e tremendo por nada.

O namorado da minha mãe | min + sungOnde histórias criam vida. Descubra agora