Tom:*Você definitivamente estava com aquele cara, mas você não descumpriu a promessa? O que afinal você estava fazendo com ele então?*
Decido dispensar o pessoal da procura pelo cara perigoso da bateria e tentar colocar a mente no lugar. Me pego andando a dois quarteirões da minha casa que é mais ou menos uns 4 Km da escola. O treino de basquete não foi capaz de me livrar desses pensamentos que me assustam, tanto que nem percebi o que estava fazendo.
*Não é como se ele tivesse a intenção de mentir tão descaradamente sabendo que eu o vi. O que isso significa então? O que aquele encontro significa?*
Entro em casa e sou recebido pela Sra. Carmem.
— Sr. Tom? O que fazia na rua a essa hora?
— O treino acabou tarde. Fin já chegou?
— Não me lembro de tê-lo visto entrar.
— Ah, obrigado então.
Subo as escadas, passo pela porta do quarto dele no corredor e forço a maçaneta, entretanto ela está trancada.
— Fin... Abre a porta. — Bato de leve, mas sem resposta. — Vamos conversar... Por favor. — Bato de novo. — Eu quero acreditar em você, mas preciso de uma explicação. Pode ser?
Após alguns segundos a porta se abre e ele olha pra mim diretamente. Entro no quarto e sento na poltrona e ele na cama.
— Peço desculpas por ter seguido você. — Digo olhando pro chão. — Eu sei que você não gosta de ter sua privacidade invadida, mas...
— Eu sei.
— O que?
— Que você estava preocupado.
— É... — concordo.
— Mas eu não descumpri a promessa.
— Então o que foi que aconteceu hoje?
— Como eu já disse, eu comprei uma bateria. Ela era dele e eu fui lá combinar de buscar, mas nada demais aconteceu.
— Então você ainda mantém contato com ele?
— Eu nunca mais falei com ele depois daquilo. Vi um anúncio na internet da bateria, mandei mensagem pro dono e acabou que era ele, só isso.
Respiro fundo e pondero minhas próximas palavras.
— Ta. — Ele olha pra mim e dá risada. — Que foi?
— Quem te conhece como o Tom ser vergonha da escola não te reconheceria ao ver o quanto você exitou pra falar isso.
— Eu preocupado e você tirando onda com minha cara. — jogo uma almofada nele.
— É pra isso que servem os irmãos mais novos.
— Você sabe que a gente é gêmeo, né?
— Com 4 minutos de diferença.
— Vou contar pra Lina sobre essa informação, tá?
— Você sabe que também é irmão mais velho dela, né?
— Mas ela gosta mais de irritar você.
— Correção, ela gosta mais de mim e ponto.
— Lógico que não! Ela gosta mais de mim.
— Aham! ta.
— É sim.
— Ta.
— Ta. — repito e ele dá risada.
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O fim não mente
De TodoCrescer não é fácil, ainda mais quando você é uma adolescente que acabou de se mudar para um país onde a única coisa que você conhece é o seu primo chato. Decidida a sair da sombra de alguém muito próximo, Lorelay tenta perseguir seu objetivo sem te...