O fim não mente - Parte 1.

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Lorelay

*Por que tá tão barulhento aqui hoje? Os telhados não são mais os mesmos.*

Levanto do canto que estava e vou até o murinho; olho pra baixo, mas não vejo nada.

- Ah...- murmuro.

- Eles estão assim porque está chegando o campeonato interno.

Olho pra trás um pouco assustada.

- Fin. - volto ao canto onde estava escorada.

- Parece que esse não é mais um lugar exclusivo.

*E já foi? Não faz parte das áreas comuns da escola?*

- Mas talvez não seja o pior dos cenários. - olho pra ele parado em pé bem na minha frente. - Não é como se você fosse a pior companhia.

*Ai, que sol forte.*

- Muitos discordariam de você.

- Isso porque eles não julgam pelos motivos certos. - Ergo uma sobrancelha. - Você é silenciosa, sua presença não me atrapalha muito. O que acha de dividir o espaço comigo? - Ele estende a mão.

Seguro sua mão e o puxo pra mais próximo de mim, o que faz o garoto arregalar os olhos e ficar alguns segundos sem se mover.

- Eh... Hm... Então isso é um sim para o acordo? - solto sua mão.

- Por que eu aceitaria?

- Eh... Você apertou minha mão.

- Eu só queria bloquear o sol. - Ele expira sorrindo e senta do meu lado.

*Ai... Agora o sol tá vindo na minha cara de novo.*

- Você é sempre tão egoísta? - Vira seu rosto na minha direção.

- E você sempre faz perguntas idiotas?

- Nossa! Essa foi de graça. - Põe a mão sobre o peito.

Solto um sorriso, quase que um espirro.

- Acho que eu devia tirar uma foto. - ele levanta o celular e tira uma selfie de nós.

- Por que fez isso?

- Não é como se eu fosse ver Lorelay Prosten sorrir muitas vezes.

- Hm. - Ele desliza as costas pela parede até deitar no chão e eu ajeito as costas.

Ficamos assim por algum tempo em silêncio até o sinal soar avisando o segundo round da tortura da manhã.

Levanto pra voltar a sala.

- Porque a gente não mata essas aulas?

- Hm?

- Vai me dizer que você quer assistir elas?

*E lá vai outra das suas perguntas sem sentido.*

- E se eu te levar pra conhecer os lugares que ainda não conhece pela escola? - se põe em pé.

- E eu tenho intimidade com você pra isso? - olho fixamente pra ele.

- A gente pode criar agora. - olha de volta pra mim.

*Esse menino tem coragem, não existem muitas pessoas que falariam isso pra mim. Ai, isso é ruim...E se ele quiser se aproximar? Não acho que teria um bom final...Não é como se eu quisesse voltar pra sala, mas...*

- Se tirar o negócio da intimidade eu vou.

- Ah! - Faz beicinho. - A parte mais legal.

*Ele não bate bem...*

O fim não menteOnde histórias criam vida. Descubra agora