Beloved Blemeshi

Close to me, close to you

"Why do birds suddenly appear

Every time you are near?

Just like me, they long to be

Close to you"

"Talvez eu devesse acordar desse sonho, e começar a viver a realidade..."

Adrien caminhava com passos lentos pela via que levava ao campus. Ele ia suspirando, controlando a respiração de acordo com o leve caminhar dos seus pés. O dia estava mais fresco pelo menos, o que graças a Deus trazia mais conforto pelo fato de que deveria usar aquelas mangas compridas, sem parecer um doido.

Bom pelo menos, ele não era o único.

Mais adiante, Marinette vinha na direção oposta o observando se aproximar. Ela usava uma saia dessa vez até os joelhos, meia calça clara que condizia com a cor da sua pele, botinhas, e para cobrir a parte de cima do seu corpo uma camisa de botões floral, de fundo branco e pequenas flores que lembravam muito aquelas que brotavam nas cerejeiras...

Como eram o nome?

- Oi Adrien! Bom dia.

Ah sim... As sakuras... assim como a cor dos lábios dela.

- Bom dia Marinette. Tudo bem?

- Tudo sim e com você? - Ela sorriu mais ainda quando se aproximaram de frente um ao outro.

- Bem... só com sono. Como de costume.

- Não tem dormindo bem? - franziu a testa ao caminhar ao lado dele em direção a entrada de um dos prédios.

- Não é isso, são algumas preocupações.

Vendo-o um pouco pensativo, Marinette ficou a estudá-lo de perfil.

Adrien era bem mais alto, um pouco mais moreno e forte. Ela tinha uns ombros largos, um maxilar bonito e elegante como se tivesse sido desenhado por um grande artista.

Toda vez que estava assim, perto dele, parecia que as nuvens do céu nadavam naquela imensidão azul, como se fossem peixinhos no mar... lentamente, devagarinho...

E as estrelas caíam do céu em uma cascata, somente para que ele pudesse passar... pois elas gostariam de estar perto dele, da mesma maneira que Marinette gostaria.

Perto dele...

- É algo que eu possa te ajudar?

Adrien virou-se dando um sorriso gentil.

Não, infelizmente ela não poderia ajudá-lo. A única pessoa que poderia, estava longe demais para poder saber... e se ela soubesse, não viria ajudá-lo. A amava tanto que jurava ser algum tipo de sonho estar vivendo naquele mundo amargo que não permitia ser feliz com o seu amor.

Ele estava vivo, ela também, porque não poderiam ficar juntos?

- Obrigado Marinette, mas é coisa minha. Acho que se eu te contasse... você ia acabar rindo de mim.

"Rir de você??" - Ela franziu a testa segurando sua pasta rosa na frente do corpo. - "Como poderia?"

Não, jamais! No dia que Adrien nasceu, os anjos se reuniram e decidiram realizar um sonho. Transformá-lo em realidade para que pudesse existir e roubar seu coração. Com seus cabelos lindos e loiros, sua fala doce, e sua feição adorável. Tão lindo... tão encantador, tão... impossível!

Mesmo assim de pertinho, ele parecia quilômetros de distancia.

- Eu nunca iria rir de você Adrien... - colocou um pouco de cabelo atrás da orelha. - Você é o meu amigo, como posso rir de um amigo quando ele precisa desabafar...?

O casal caminhou mais um pouco até chegarem no ponto onde deveriam se separar para suas salas. Mantendo o mesmo sorriso gentil de antes, Adrien colocou uma das mãos no ombro de Marinette que sentiu as bochechas corarem.

- Obrigado. Eu sei que posso contar com você.

- Com certeza... então, se você quiser conversar comigo depois.

Ele pensou um pouco e acabou cedendo. - Quer saber? Eu 'to mesmo precisando de conversar com alguém de verdade sabe, alguém que me ouça e me dê bons conselhos...!!

A forma na qual falou fez Marinette estranhar um pouco, pois parecia que Adrien estava querendo mandar o recado para outra pessoa.

Ela até olhou para os lados para ver se tinha alguém, mas esse alguém, se encontrava exatamente dentro da pasta do Agreste e cá entre nós, não estava nem aí para as palavras do seu portador. Plagg dormia como um anjinho.

- Hunf...

- Ah... sim... - a mestiça riu ajeitando melhor a pasta em suas mãos. - Eu vou adorar te ouvir.

- Legal... então, vamos almoçar juntos. Depois das aulas, pode ser ?

- Claro... Por ser sim!

Ao ver o semblante amigável da mestiça na sua frente, tão acessível, tão "amigo", ele não resistiu e se aproximou dela, dando-lhe um abraço. Na hora Marinette virou uma pedra, piscando múltiplas vezes da mesma forma que seu coração quase explodiu no peito.

- Obrigado Marinette. Que bom que posso contar com você.

Foi então que o corpo inteiro da mestiça amoleceu, rendendo-se àqueles braços tão fortes que a envolvia em sua cintura. Um pouco tremula elevou as mãos para segurá-lo nas costas, arfando baixinho, sem deixá-lo perceber o quanto sentir, tocar seus músculos ainda que estivessem vestidos pela blusa de manga comprida, estava sendo mais do que maravilhoso.

O existir de Adrien era todo quente, dominador... a fazendo cair de joelhos por ele, de amores, de paixão, de desejo, pedindo em silencio para que ela a tomasse em muito mais que um abraço, mas sim...

- Você pode contar sempre comigo.

... em um beijo.

Ela o teve, mas não onde queria. Adrien a beijou na bochecha antes de solta-la, o que fez automaticamente seu corpo exigir novamente pelo dele.

- A gente se vê mais tarde.

- Sim... - sorriu fraco. - Até mais tarde...

- Beleza Marinette, boa aula.

- Pra você também...!

Então Adrien começou a caminhar na direção oposta virando mais adiante um dos corredores. De dentro da bolsinha que carregava ao lado de si, Tikki começou a resmungar o que fez Marinette rir e abrir um pouco para se deparar com o rostinho da kwami sorridente.

- Você ouviu tudo não é?

( ... )

- Claro que ouvi! Vocês não sabem falar baixo e acabaram me acordando!! - Plagg resmungou de dentro da pasta ao mesmo tempo que Adrien molhava o rosto para dissipar o sono. Foi direto pegar uns lenços de papel para se enxugar e aproveitou para retrucar seu companheiro mal humorado.

- A culpa não foi nossa, você quem não deveria estar dormindo! Já dormiu a noite toda.

- E eu consigo dormir com você roncando e fazendo aqueles barulhos estranhos enquanto fala o nome da Ladybug???

- Plagg, mas do que esta falando? - Adrien perguntou mesmo achando que era melhor, não saber.

- Ah é que você fica... falando umas coisas assim do tipo : aah my lady, faz assim, isso... bem aí... e uns ruídos mais esquisitos ainda!

De supetão, as bochechas do Agreste criaram da mesma tonalidade de um tomate vermelho. Num acesso de vergonha, ele fechou a pasta bem na cara do kwami o fazendo resmungar no lado de dentro do acessório.

Que merda! Plagg ouvia suas palavras enquanto dormia, enquanto sonhava com Ladybug, neles fazendo...!

- Aaaahh, eu tenho que ir pra aula!!! - Saiu que nem um foguete do banheiro,achando que não poderia estar mais ferrado do que estava... até que Plagg voltasse a questioná-lo sobre os ruídos estranhos que fazia durante a noite.

O bichinho insolente pensava: Será que só os humanos machos fazem? As fêmeas humanas faziam isso também??

Poderia perguntar para Tikki...