Sweet fever

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- Bom apetite!

- Bom apetite...!

Adrien e Marinette se encontravam na cafeteria da faculdade almoçando. Enquanto ele devorava um bom pedaço de filé de frango com arroz, Marinette comia uma salada com iscas de salmão. Uma delícia de fato, mas que não chegava aos pés da sensação que deveria ser... beijar os lábios dele.

Mais irresistível do que qualquer comida, qualquer doce... era inevitável, impossível não querer olhar para Adrien enquanto ele comia, enquanto ele falava, enquanto ele simplesmente, existia.

A beleza que seus olhos verdes ganhavam, cada vez mais concentrados enquanto pensava, sua boca abria sorrisos encantadores e ela desejava que os dois pudessem ter mais momentos assim. Não só um almoço, ou muito menos a droga de uma amizade!

Queria não, EXIGIA tê-lo por completo.

Por que era tão difícil ser sincera? Se dentro da sua alma, do seu coração o único que conseguiria amar era justamente aquele homem que se encontrava sentado à sua frente.

Por que, não poderia olhar nos olhos dele, segurar a sua mão e dizer: Eu te amo.

"Eu te amo Adrien, te amo, desde o momento que nos conhecemos e continuo te amando agora, mais do que ontem e menos do que irei amar amanhã. Porque você é o amor da minha vida..."

- Então, não vai me contar o que esta te deixando tão aflito?

Em contra partida, sorriu, tentando disfarçar suas angustia internas e seus pensamentos idiotas. Era uma covarde... não poderia contar, não poderia dizer pois tinha medo.

Medo de ser rejeitada, medo, que ele fosse embora e levasse consigo até mesmo a única coisa que tinham juntos, aquela estúpida amizade!

- Ah Marinette... são tantas coisas... quero dizer. - Ele sorria debruçando os braços sobre a mesa. - Eu fico preocupado com o meu pai entende, tive que deixá-lo pra fazer essa faculdade, tudo bem que ele está bem, mas está sozinho... e eu-

- Eu entendo... os meus pais também estão sozinhos, cuidando da padaria mas mesmo assim, são pessoas com uma certa idade né.

- É. Sim, mas pelo menos, ele tem um ao outro... já o meu pai, não tem mais ninguém além de mim... - abateu-se, olhando para o lado. - A minha mãe, ela infelizmente foi embora cedo de mais.

Naquele breve silêncio, Marinette se compadeceu colocando uma das mãos sobre seu braço na mesa. Adrien voltou-se a ela e quando viu no seu belo rosto mestiço um sorriso tão terno, ele acabou sorrindo também.

- Por mais que as coisas estejam ruins Adrien, eu sei que tudo vai dar certo, porque você é uma pessoa forte e determinada. Logo logo esse tempo difícil irá passar e tudo vai ficar bem.

Ele suspirou deslizando uma das mãos para segurar a dela sobre seu braço.

- Eu sei Marinette, espero que sim.

Ao sentir o toque quente sobre a sua pele, Marinette sentiu as bochechas arderem como se estivesse sendo tomada por uma febre, uma doce febre. Ainda sim, os olhos do seu amado ainda lhe transmitiam um pouco de tristeza.

- É só isso que te aflige mesmo Adrien? Sabe que pode me contar...

- Não Marinette, não é só isso.

- Então...o que, o que esta acontecendo?

Ele pensou um pouco e sorriu mais aberto. - Vamos fazer o seguinte, vamos terminar de almoçar e depois dar uma volta pelo campus, tem aula hoje a tarde?

- Tenho, mas só depois das 15.

- Ah eu também, então vai dar tempo.

Desse modo, ambos continuaram a comer até terminarem suas refeições. Depois, seguiram até o banheiro onde escovaram os dentes para logo em seguida caminharem até as redondezas do prédio onde tinham as aulas.

A Universidade de Paris era um lugar bem grande, arborizado e bonito. Haviam diversos espaços revestido de grama verdinha e árvores onde poderiam se sentar e conversar.

Sendo assim, escolheram se acomodar debaixo de uma amendoeira que se encontrava revestida de flores.

- Que linda essa árvore...!

- É mesmo. - Adrien confirmou já se sentando junto com Marinette. - Mas ainda bem que não esta dando frutos agora, porque dói pra caramba levar uma "amendoada" na cabeça!

A mestiça riu encolhendo os ombros. - Acho que deve doer mesmo....

- Acredite em mim, eu sei do que estou falando.... aahhh...! - Adrien soltou espreguiçando os braços para colocá-los atrás da cabeça enquanto se deitava na grama.

De olhos fechados, ele sorriu inspirando a leve brisa que percorria envolta.

- Que gostoso...

- Sim... muito.

Por sua vez Marinette não estava falando da brisa ou muito menos da grama. Com os olhos fixos a ele, passeava livremente sua visão desde os seus cabelos loiros espalhados na testa, indo pelo desenho que delineava seu perfil, descendo pela linha do pescoço, peito, barriga, virilha, pernas...

O coração começou a bater tão forte no peito que sentia a caixa torácica doer, como se fosse um martírio olhar para algo que amava tanto e não podia tocar.

- Está... se sentindo mais relaxado aqui? - forçou-se a dizer a pergunta, mesmo com seus lábios rachados pela angústia.

- Muito... parece que nem existem mais problemas.

- Eles não deveriam existir.

- Não... mas infelizmente, nós damos muita importância pra essas coisas.

- Demais até...

Ele abriu os olhos para ver o semblante de Marinette ao ouvir sua voz um pouco triste. Viu que ela olhava par ao lado, segurando um dos braços com a outra mão.

- Marinette...

- Uhn?

Dando um sorriso pequeno se deitou de lado e bateu na grama ao seu lado. - Vem cá. Deita aqui.

Marientte abaixou a cabeça negando, mas ele foi insistente ao que ela não conseguiu resistir e se aproximou, colocando seu corpo de frente ao dele, deitada com a cabeça em sua dos braços.

- Agora fecha os olhos...

O suspiro de Adrien fez com que o obedecesse e assim, relaxou o corpo, deixando que toda a sua existência fosse tomada pela paz de estar ao lado dele, sentindo aquela brisa gostosa.

- Está sentindo...?

- Sim... é bom... é como você disse... parece que todos os problemas foram embora...

- Eles foram... não existem mais...

O casal sorriu ao continuarem deitados sobre a cama e perto um do outro.

Aquela adorável sensação, doce febre que tomava seus corpos os fazia apreciar a presença que compartilhavam, o momento. Era bom para o coração, era bom para a alma.

Dentro da bolsinha de Marinette, Tikki estava com as patinhas juntas mandando energias boas para sua portadora, para que ela tomasse logo coragem e falasse para Adrien tudo o que sentia.

Já Plagg, na pasta de Adrien, tinha seus bracinhos cruzados e resmungava o que era mais do que óbvio que seu portador deveria fazer:

- Porque não para com essa palhaçada e faz logo o que vocês fazem quando... gostam um do outro... beijar... sei lá, eca!

Um beijo seria bom sim, entretanto, o momento de paz que existia dentre Adrien e Marinette naquele instante, os fazia também sentir as mesmas sensações de estarem beijando a quem amavam.

Pois eles mesmos, eram as pessoas que amavam.

Beloved BlemeshiOnde histórias criam vida. Descubra agora