O inferno chegou ao fim.

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                   Meses antes...

-Aqui estão os papeis de internação da senhora primeira-dama Anahí de Velasco!

O homem de bigode em vestimenta policial entregou nas mãos da mulher -a procuradora do Estado do México.

-Tentou suicídio?

-Pelo o que os médicos disseram tudo indica que é uma hipótese válida, quem em sã consciência beberia tantos soníferos se não fosse para tentar se matar?

-Acredita que há interação com o presidente?

Leonardo Duarte sentou-se.

-A relação do presidente com sua esposa parecesse muito fria, não me surpreende se for um casamento por contrato, até então, não há nada que se relacione com os atos fora da lei do presidente!

-O que faz o congresso não abrir os pedidos de investigações de Manuel?

-Compra de apoio com toda certeza!

-O México está em desordem, a população nas ruas todos os dias, protestando contra o presidente, está na hora de abrirmos uma investigação séria contra Manuel Velasco.

Meses depois...

Nas mãos de Clara Montenegro estava entregue uma das mais exatas provas de alianças do poder público com o tráfico de produtos químicos.

-Manuel Velasco em suma com Eduardo Richer, um dos mafiosos mais procurados da Espanha! Xeque, Xeque!

A mulher arqueou sua coluna contra a sua cadeira na procuradoria do México.

-Manuel está liberando os portos do litoral do país para a entrada de drogas!

Ressalta o homem que a analisava com um olhar fixo!

-Impressionante!

-Aqui está os extratos de transações de verbas públicas para as contas de membros de seu gabinete para a Suíça!

Tempo depois...

"O presidente do movimento social México Livre e ator Alfonso Herrera é baleado na saída de sua residência na Cidade do México".

Alfonso Herrera havia entregue naquela semana o vídeo comprometendo Manuel Velasco ao tráfico, e dias após, sofre um atentado contra sua vida!

-Manuel mandou matar Alfonso!

Afirma a procuradora em uma reunião com membros da polícia secreta do México.

As ruas da capital mexicana estavam inundada de manifestantes, visto que naquela semana o presidente da federação mexicana havia implantado um projeto de lei de privatização da educação e da saúde pública.

Barulhos agudos de sirenes ecoavam nas vias que fazia a trajetória até ao Palácio de Los Pinos em uma manhã de domingo!

Manuel Velasco havia despertado e seguido para seu escritório particular, naquela noite havia agredido sua esposa e a trancado em sua habitação! Quando as viaturas chegaram acompanhada do exército nacional, os seguranças do palácio tentaram barrar a entrada dos mesmos ao palácio.

-É da procuradoria do Estado, sou a procuradora Clara Montenegro Salamon, temos um mandado de prisão ao presidente Manuel Velasco.

Quando Clara se apresentou, os portões do luxuoso palácio foram abertos, as viaturas e o exército armado invadiram o interior do prédio.

-Senhor Manuel Velasco se apresente!

Eram os gritos da procuradora!

Velasco escutando os chamados por si, e sabendo que se tratava de um mandado de prisão, sacou o revólver de sua gaveta na mesa do escritório e correu em direção à estante móvel, virando-a, e assim, entrou no túnel secreto do palácio- feito exatamente para a fuga de algum presidente em ordens de Pedro Garzia - ex-presidente do México.

Quando os homens do exército vandalizaram a porta grossa de madeira, não encontraram o presidente naquele local, foi então que intimou Letícia de Velasco mais uma vez.

-A senhora mentiu sobre seu filho estar no escritório?

Interrogou Clara e a senhora em desespero negou!

- Não! Ele fugiu então!

-Não há como dar fuga, está cercado, aonde está a primeira-dama?

Questionou ordenando a busca de Manuel Velasco.

Subindo a escadaria, no segundo piso, encontraram o quarto de Anahí fechado.

-Senhora Anahí Velasco, está dentro deste quarto? -Perguntou a procuradora batendo na porta e foi respondida com um fanho sim, porém não tinha as chaves, elas estavam com Manuel Velasco; naquele momento na mente de Clara a hipótese de a primeira-dama viver um cárcere começava a fazer mais sentido. -Arrombe a porta! -Ordenou.

Enquanto todo aquele movimento ocorria dentro e fora do palácio, Manuel Velasco corria em desespero pelo túnel que ligava à ruela pouco movimentada a quilômetros da residência presidencial. Quando chegou ao final, tocou a tampa do bueiro e saiu do túnel subterrâneo, em seguida, correu até ao veículo camuflado que o esperava. Em quarenta anos, o senhor Vitor Juan trabalhou como motorista secreto da presidência, nessas quatros décadas, Vitor esperou por algum alerta da presidência, para assim, poder dirigir alguma fuga possível do chefe de Estado.

-Ande! -Gritou Manuel ao entrar no automóvel. -Vá até ao bunker no leste da cidade, inferno, a procuradoria quer me pegar!

O carro foi dado partida, enquanto se distanciava, Vitor Juan estava amarrado atrás de um dos postes da ruela.

Anahí havia sido resgatada e intimada pela procuradora do Estado na sala de estar de Los Pinos.

-A senhora afirma ser vítima de um contrato entre o Partido Institucional Revolucionário e a Televisa?

A mulher estava com seus lábios secos, com alguns hematomas em seu corpo e com olheiras profundas. Algumas lágrimas escorriam por seu rosto em pleno desespero.

-Ele voltará e me matará!

-Não se preocupe Anahí, Manuel não fará mais nada, você é testemunha protegida do Estado!

-Sim, assinei um contrato de ser a esposa de Manuel Velasco; a Televisa me obrigou a assinar um contrato que colocava minha liberdade nas mãos de um dos maiores partidos políticos do México, nestes anos vivi um inferno longe de minha família, de minha carreira, vivendo apenas para a carreira política de Manuel, o qual que por ocultar sua homossexualidade necessitava se casar com uma mulher popular que fosse reconhecida no país. Velasco sempre me tratou muito mal, com agressões físicas e psicológicas, eu, Anahí Portilla vivo um cárcere.

-Vivia, não viverá mais!

Disse a senhora Montenegro.

Para não ser rastreado, o presidente jogou seu aparelho celular pela janela do veículo e com gritos histéricos ordenava que o motorista fosse mais rápido, mas então, percebeu que o automóvel não fazia o caminho para o leste da cidade e sim um caminho diferente que o mesmo nunca havia passado, era as periferias do país! O veículo parou bruscamente, o motorista saiu do carro e abriu a porta traseira, inesperadamente conseguiu pegar a arma de fogo das mãos de Manuel em movimento brusco, puxando-o para fora do carro!

-Tenha um mau dia senhor presidente! -Rosnou o jogando contra o chão de terra, algemando-o. -Olha que surpresa infeliz, você não conseguiu me matar e agora estou aqui, sobrevivi para te ferrar desgraçado! -Colocou o presidente no banco do passageiro ao lado do motorista e amarrou-o e amordaçou. -Agora faremos um pequeno passeio pelas misérias da Cidade do México, as misérias que você ajudou todos os dias a ser cada vez mais precárias.

Enquanto Manuel podia analisar a cruel situação da periferia do país, Alfonso Herrera gritava em nome da população mexicana os absurdos da hipocrisia política feitas pelo presidente corrupto; foi na saída da periferia da capital nacional que Alfonso pode se encontrar com a policia federal e a procuradoria, entregando Manuel Velasco para a justiça!

Quando a procuradora colocou Manuel no helicóptero do exército, Alfonso pode perceber Anahí saindo do carro de Clara Montenegro e correndo para si.

-O inferno chegou ao fim, meu amor!

Ressaltou Anahí, dando um beijo em seus lábios!

A primeira-damaOnde histórias criam vida. Descubra agora