Sinopse: Onde de um dia para o outro tudo muda e Noah não consegue não se sentir sufocado entre quatro paredes.
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Noah acorda alguns beijinhos pelo seu rosto, o que o faz sorrir, pois ele sabe que é seu noivo tentando acordá-lo para mais um dia agitado.
-Bom dia, meu amor! -Josh beija os lábios do outro, quando percebe que conseguiu cumprir seu objetivo.- Já está na hora de você acordar.
-Eu não quero ir trabalhar. -faz manha e esconde seu rosto embaixo do travesseiro. Seu noivo ri e tira o travesseiro do rosto dele.
-Você precisa... Nós precisamos de dinheiro para casarmos. -eles não planejavam uma cerimônia grande, mas é um casamento e ainda sim exige custo. O que eles não tem muito porque possuem uma vida simples.- Levanta, ok? Deixei o seu café na cozinha.
-Você já vai? -Noah se senta na cama e olha para o noivo.
-Tenho que estar mais cedo lá. Qualquer coisa me liga. -deixa mais um selinho e sai quarto afora.
Josh é professor e provavelmente ele iria aplicar alguma prova hoje, geralmente em dias assim ele sai mais cedo. Já Noah trabalha numa empresa de contabilidade, não tem um cargo tão importante, mas o suficiente para trazer comida para dentro de casa. Eles estão começando a vida a dois e não vêem a hora de ser a três, ou até a quatro.
Eles pretendem, depois de casarem, terem filhos... Andrew e Louise. Um por barriga de aluguel, para acompanhar a gravidez e outro adotado para poderem ajudar alguma criança abandonada. Eles pensaram em tudo.
Noah se levanta, toma uma banho, se arruma e desce para tomar o café que seu noivo preparou para ele. Sempre, todos os dias, Josh faz café para ele. Um café e geralmente uma torrada ou panqueca. Urrea é mimado pelo quase marido e se sente amado com esses pequenos gestos.
Os dois se amam e vivem um relacionamento perfeito.
(...)
Noah estava trabalhando em sua mesa, quando sente uma sensação estranha. Como se algo fosse acontecer. De início, ele não ligou muito, mas depois que o almoço tinha passado e aquela sensação continuava, ele quis chorar e não sabia porque.
O telefone dele toca e ele vê que é seu noivo do outro lado.
-Oi amor!
-Oi vida! -ele sorri com o apelido, mesmo que esteja tudo estranho. Ele nunca liga a esse horário, porque é hora de aula- Eu só liguei para dizer que te amo.
-Eu também te amo muito! -eles conversam mais um pouco e Josh desliga, dizendo que precisa voltar a dar aula.
“Está tudo bem!” é o que Noah pensa. É só uma sensação ruim, não é?
Mas não era uma só uma sensação ruim... Uma hora depois a notícia se concretizou da pior forma possível.
-Alô? -Noah atende o número desconhecido que o ligou.
-Você é Noah Urrea? -diz que sim- Somos da polícia... Seu noivo foi baleado e está no hospital. -e então o mundo de Noah desaba.
Ele não sabe como ou o que aconteceu, mas tudo ficou escuro e ele conseguia ouvir algumas vozes de seus colegas, sem conseguir responder ou se mexer. Ele havia desmaiado.
(...)
Josh Beauchamp faleceu alguns minutos depois, ele perdeu muito sangue e não foi possível fazer uma cirurgia para retirar a bala. Noah estava desolado e ainda não tinha nenhuma reação perante a notícia.
O que aconteceu foi que houve um tiroteio na escola e Josh, tentando salvar seus alunos, acabou sendo baleado na barriga. Inicialmente, ele não deu muita bola e continuou protegendo seus alunos o máximo que pode. Ele só foi perder a consciência, quando os policiais acabaram com a invasão.
-O senhor pretende cremar ou enterrar? -as pessoas perguntam em volta. Provavelmente algum médico. Como eles podem ser tão frios, quando o amor da vida de Noah faleceu? E tudo que eles planejaram? Como que fica?
-Eu não sei... -é só o que responde, ainda sem conseguir reagir. A ficha não caiu totalmente. Na cabeça dele, ele vai chegar em casa e encontrar Josh sentado no sofá com seu computador corrigindo alguma prova, e então Noah vai sentar ao seu lado e vai oferecer uma massagem ao noivo, que vai negar inicialmente, para não cansar o moreno, mas depois de um tempo, com muita insistência, vai acabar aceitando. E entre massagens, o computador vai parar na mesa de centro, juntos com as roubas de ambos, e eles transariam ali mesmo, no sofá.
Noah tem toda essa imagem na cabeça. Ele tem certeza que isso é tudo um sonho ruim e que logo ele vai acordar com os beijinhos do noivo, dizendo bom dia com uma voz rouca pós sexo.
A ficha de Noah só cai, quando ele chega em casa e não encontra Josh na sala. Nem no quarto, nem no banheiro, nem na cozinha e nem no quarto de hóspedes. Josh está morto e uma parte de Noah morreu também.
O mais novo chora sobre o travesseiro do noivo. O cheiro do loiro ainda está lá. Está por todo quarto. As roupas dele estão no armário. A escova de dente está no banheiro. Tudo dele está lá. E isso sufocou Noah de uma maneira horrível. Ele estava preso dentro de quatro paredes com coisas que lembravam a pessoa que ele mais ama na vida e que havia acabado de falecer.
(...)
Ele decidiu não querer ir no velório, nem no enterro. Ele não queria ouvir “meus pêsames” de todo mundo. Ele não queria se despedir do seu amado. Bom, ele não queria, mas ele foi. Sua sogra não o deixou ficar trancado no quarto que o sufoca com suas memórias e choro.
Ao ver seu noivo, a pessoa que ele ama, que seria pai dos seus filhos ali, em um caixão, de olhos fechados e pálido, ele quis morrer junto. Ele quis sair daquele lugar e se jogar na frente de um carro, mas ele não tinha coragem de fazer isso. Então ele só chorou, não de maneira escandalosa, mas de maneira que se alguém visse, sentiria a dor dele. Ele estava acabado.
Depois que a terra foi jogada por cima do caixão, ele saiu daquele lugar e voltou para as quatro paredes sufocantes. Pelo menos ali tinha o cheiro de Josh e ele ainda conseguia ouvir a risada dele em sua mente.
Em menos de 24 horas ele perdeu o amor da vida dele, perdeu uma parte dele, porque com certeza eles eram almas gêmeas. Ele se perdeu e não conseguia se encontrar. Ele não tinha coragem de ir na cozinha, pois ele não sentia fome. Não tinha coragem de ir na sala, pois os noticiários na tv só falavam do maldito tiroteio que tirou a vida de Josh. Não tinha coragem de viver e nem de morrer.
Noah precisava de uma luz.
(...)
Depois de algumas semanas, com muita força de vontade e ajuda de seus amigos e familiares, Noah conseguiu se reerguer. Ele não desistiu de viver por Josh, seu noivo não gostaria que ele morresse. Ele conhecia Josh como ninguém.
Aos poucos, Noah voltou a trabalhar e foi voltando a sua rotina. Ele só não tinha alguém esperando ele em casa ou o acordando com beijos e café da manhã. Mas estava tudo bem. Ia ficar tudo bem. Precisava ficar tudo bem.
Os meses foram passando e aos poucos, Urrea voltou a sorrir. Ele estava superando, é claro que doía e ele sentia falta de Josh, assim como ele sempre amaria Josh. Mas ele estava melhor.
Dois anos depois, Noah voltou a amar. É claro que ele não havia esquecido Beauchamp, afinal, ele era o amor da sua vida. Mas Noah merecia um final feliz e ele teve. No início, ele até tentou fugir disso, ele não queria esquecer o loiro, mas Dona Úrsula, sua sogra, o aconselhou a seguir em frente. Josh não gostaria que ele ficasse sozinho para sempre. E foi o que ele fez, ele se entregou e foi feliz.
Nem toda história tem um final feliz como esperamos. Tragédias acontecem, a vida passa rápido e em menos de 24 horas, muitas coisas podem acontecer. Mas o amor sempre vai existir!
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Livro de OneShots
ФанфикContos inspirados em algumas músicas do grupo Little Mix. Cada capítulo é uma história diferente sobre Nosh, Savany, Syoon ou Joalina.