Towers (Nosh)

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Sinopse: Noah e Josh são casados há 5 anos, porém 4 desses 5 anos são baseados em brigas. O relacionamento deles não é mais o mesmo e o que eles construíram juntos parece estar desmoronando. Eles precisam tomar uma decisão, ficar junto por amor, ou desistir de tudo.

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Sabe quando você precisa tomar um decisão importante na sua vida? Uma decisão que vai mudar tudo, pode ser para o bem ou para o mal? E essa decisão envolve seus sentimentos, que mesmo com tudo que acontece, eles estão ali bem vivos?

Eu me casei por amor e eu ainda amo Joshua Kyle Beauchamp Urrea, mas os anos estragaram nosso casamento. Eu não lembro qual foi o último dia em que não brigamos. E são por coisas toscas, uma toalha em cima da cama, ciúmes idiota, ou até mesmo por controle da tv. Uma faísca vira uma explosão e nós ficamos horas sem nos falarmos.

Quando a briga é mais séria, fica um clima estranho em casa e no fim, sempre sou eu a ceder e pedir desculpas. Mesmo que eu não seja o culpado. Talvez ele não me ame mais, porque é tudo tão difícil e tudo que construímos está ruindo. Nossa casa não tem mais a harmonia e paz do primeiro ano, nem parece um lar de verdade. Nós planejávamos ter filhos, mas com todas essas brigas e desentendimentos, nunca mais pensamos nisso.

E a decisão que eu preciso tomar é a seguinte... Acabar com todo o meu casamento, ainda amando o meu marido, ou continuar com ele e viver esse mundo de brigas? O que eu faço? Eu preciso conversar com ele, eu sei, mas ele não tem estado tanto em casa. Eu sei que ele não me trai, Josh nunca seria capaz de fazer isso, mas esse é o modo dele fugir das brigas, ficar no trabalho até fora de horário.

Estava voltando do mercado, com a cabeça cheia, pensando em ter um pouco de paz com meu marido. O que eu sei que vai ser difícil. Eu não sei se conseguiria viver sem ele... Parece tão infantil.

-Cheguei! -grito na porta de casa, quando a abro. Eu sei que ele está em casa, o carro está na garagem, mas ele nem se prestou a responder ou me ajudar com as compras. Eu estou tão cansado disso.

A questão das brigas afeta tudo. Nossa vida sexual está quase inexistente e são raro os dias em que temos algum carinho um com o outro. Talvez eu já tenha a resposta da minha decisão, só não quero admitir para mim mesmo que o fim está perto.

Largo as compras em cima do balcão da cozinha e vou até o escritório dele, o encontrando mexendo no computador, provavelmente trabalhando. Se ele não está na empresa, está trabalhando em casa, é sempre assim.

-Josh... -ele desvia o olhar para mim rapidamente.

-Tudo bem? -pergunta, voltando a teclar naquele maldito computador e não prestando atenção em mim. Eu estou carente do meu marido.

-Não. -respondo, suspirando. Resolvo deixá-lo sozinho e vou guardar as compras, irritado comigo mesmo por não ter coragem de ter essa conversa com ele e provavelmente acontecer outra briga.

Eu já havia guardado tudo, quando ele resolve dar as caras na cozinha. Ele passa por mim e vai até a geladeira, eu não aguento mais essa frieza.

-Você não me ama mais? -pergunto, sentindo todo o meu interior se doer com a possibilidade dele dizer não. Ele fecha a geladeira e olha para mim, com os olhos arregalados.

-Por que você está perguntando isso? -rio falso. Não é possível que para ele está tudo bem.

-Porque não parece que nós somos um casal. É só briga e nada de afeto. -respondo gritando, com a voz totalmente embargada- Eu tô cansado, Josh! Cansado.

-Você fala de brigas, mas acabou de causar uma. -o tom calmo dele me irrita.

-Eu não quero brigar, eu só queria entender porque está tudo dando errado. -me sento no balcão e finalmente choro- Eu tenho tentado evitar, eu não respondo as suas grosserias mais, eu trato você como você me trata, na esperança que você perceba que é horrível, mas nada adianta. Se você deixou de me amar, está tudo bem, Josh. Pode me falar, eu vou entender.

-Eu não deixei de te amar. -ele se senta ao meu lado no balcão, também de cabeça baixa- Por que nós fazemos isso?

-Talvez não era para ser. -falo num fio de voz e ele vira a cabeça para mim, como se eu tivesse falado um absurdo. E pela primeira vez em muito tempo, eu o vejo chorar. Quando ele faz isso, os olhos dele ficam mais azuis ainda e seria lindo, se meu coração não doesse como se levasse uma facada.

-Você acha que é o fim? -pergunta também baixinho. Dou de ombros, eu não quero isso, não realmente. Mas parece que é necessário.- Eu não quero isso.

-Eu também não... Mas acho que precisamos de um tempo. -ele derruba mais lágrimas, dessa vez soluçando. Eu sei que está doendo nele, está doendo em mim também.

Desço do balcão e vou até o nosso quarto, arrumando uma mala para mim. Eu sei que a minha mãe vai me receber de braços abertos e vai me consolar até eu ter coragem de agir. É claro que nesse momento eu estou chorando como um bebê, mas no fundo eu sei que isso é o melhor.

Assim que termino, me viro para sair do quarto, dando uma boa olhada em tudo ali. Nossas fotos juntos, como a do casamento e uma de uma viagem que fizemos juntos no primeiro ano de casados, naquela época ainda nem brigávamos. Nossa cama, onde dividimos vários momentos juntos, quentes e felizes, como na nossa lua de mel ou até mesmo quando Josh preparou uma surpresa bem sexy para mim. Está tudo ali e nas minhas memórias.

Desço as escadas e encontro meu marido, ou ex, sentado no sofá da sala, com a cabeça entre os joelhos e eu sei que ele está chorando. Me aproximo devagar e toco os ombros dele, não gosto de vê-lo dessa forma. Ele levanta o olhar para mim e eu consigo ver que ele ainda me ama, ainda tem certo sentimento no olhar dele, isso me faz ter esperança que é só uma crise e nós vamos nos resolver no futuro.

E me surpreendendo, Josh puxa meu rosto em direção ao dele, me beijando. Eu sinto no beijo dele a esperança e ele sabe que isso não é uma despedida. Nos separamos e eu pego a minha mala para sair de casa, pronto para enfrentar o que eu preciso enfrentar.

(...)

Josh e eu nos conhecemos em um restaurante. A história é engraçada, já que eu tinha ido para encontrar outra pessoa e eu levei um bolo. Josh apareceu e sentou comigo, simplesmente assim, sem me conhecer. Ele disse que notou que eu estava há horas ali esperando alguém e que ele ficou com pena, fingiu que ele era o cara que eu estava esperando para todos os garçons que já me olhavam estranho e conversou comigo a noite toda. No final da noite, eu até esqueci que tinha levado um bolo e tive o melhor encontro falso da minha vida. Trocamos os números e combinamos de sairmos, dessa vez em um encontro verdadeiro.

No encontro verdadeiro, nos beijamos pela primeira vez. Eu lembro até hoje como me senti sortudo por estar beijando alguém tão bonito como ele. Nossas bocas encaixaram tão perfeitamente, que eu pensei que estivesse sonhando. No fim da noite, estávamos combinando de sair mais vezes.

Depois de três encontros, transamos pela primeira vez. Foi maravilhoso, foi quente e nossos corpos encaixaram perfeitamente como nossas bocas. No fim da noite, eu sabia que estava apaixonado por ele.

Foi ele que me pediu em namoro e eu juro que chorei quando ele perguntou se eu queria namorar com ele. Ninguém tinha sido tão romântico comigo assim e eu estava totalmente apaixonado pelo loiro. Não demorou muito para percebemos que nos amávamos também e falarmos as três palavrinhas mágicas.

Após dois anos de namoro, eu tomei uma decisão. Eu não sabia se era cedo ou não, mas já tínhamos tantos planos e já morávamos juntos, que resolvi o pedir em casamento. Para minha surpresa, ele aceitou e depois de um ano de preparação, nos casamos na praia. Como nós sempre sonhamos.

Planejávamos ter filhos e até pensamos em entrar na fila de adoção. Só que depois de dois anos de casados, as brigas começaram. No início era algo tosco e não era tão grave. Mas após ficarmos três dias sem nos falarmos, por puro orgulho de ambos, eu percebi que talvez não estivéssemos prontos para sermos pais. Nós nem tínhamos crescido ainda.

E agora estamos onde estamos, após cinco anos de casados. Faz duas semanas que saí de casa, não paramos de nos falar, até porque eu ainda me preocupo muito com ele e quero saber se ele está bem. Mas eu não estou bem, não totalmente. Eu estou aliviado de não ter mais brigas, mas eu sinto uma falta imensa dele, do cheiro dele, de ouvir a voz dele, dos beijos dele, que mesmo brigado comigo, sempre me deixava um beijo na testa antes de dormir. Eu sinto falta dele!

Todas as vezes que nos falamos, ele não diz que está mal. Eu me pergunto se ele superou e realmente deveremos nos divorciar. Minha mãe sempre me aconselha, ela gosta de Josh, sempre o tratou como filho, mas ela diz que se meu coração disser para nos separamos, talvez seja o certo. Mas o meu coração não diz isso, meu coração sente saudades dele.

Meu celular toca e eu já sei que é ele. Ninguém mais me liga sem ser ele e a minha mãe, e como dona Wendy está em casa comigo, só pode ser Josh.

-Oi! -falo quando atendo, mas ele não responde com palavras. Ouço a respiração pesada dele e alguns soluços. Ele está chorando.- Josh, está tudo bem?

-Não... Não tá tudo bem. -responde e eu me desespero, prontamente me levanto da cama para ir até ele- Eu preciso de você!

-Eu estou indo até aí. -pego as chaves do carro e desligo o telefone. Nem falo com a minha mãe na sala e saio quase que voando.

Cruzei alguns sinais vermelhos e talvez eu receba uma multa por isso, mas no momento não ligo. Eu só quero ter certeza que Josh está bem, ele é a minha prioridade e sempre foi. Eu o amo demais e a minha decisão foi tomada. Assim que chego em casa, vou correndo até a porta, apertando a campainha diversas vezes. Ainda por cima esqueci a chave na casa da minha mãe.

Ele atende a porta com os olhos vermelhos e cheio de olheiras. Josh está acabado e eu me sinto culpado por não estar da mesma maneira. Quando ele me vê, solta um sorriso triste e eu prontamente abraço ele. -Eu tô aqui!- falo no ouvido dele, que respira fundo, me apertando nos braços.

Eu me sinto em casa novamente.

(...)

Estamos sentados no sofá da sala, ele está deitado no meu peito e o choro dele já cessou. Ele está melhor, mas precisamos conversar. E ele sabe disso.

-Podemos ficar assim para sempre? Sem mais brigas? -ele fala, cheirando meu pescoço.

-Você ainda me ama? -pergunto novamente e ele afasta o rosto do meu peito, olhando nos meus olhos.

-Eu te amo muito! Eu nunca vou deixar de te amar... -olha para baixo- Você ainda me ama?

-É óbvio que sim! -volta a olhar para mim- Eu te amo muito, Josh! -ele sorri. Meu mundo se ilumina- Desculpa se eu te machuquei em algum momento, mas eu precisava desse tempo.

Ele assente.- Eu sei, meu amor! -faz carinho no meu rosto, ainda olhando para os meus olhos. -Eu que tenho que te pedir desculpas. Eu fui deixando nosso casamento de lado, fui te tratando com grosseria e você foi se magoando. Eu juro por tudo que é mais sagrado, eu nunca mais vou fazer isso. -me promete e os olhos dele se enchem de lágrimas novamente.

-Ei, não chora. -seco as lágrimas dele, deixando uns beijinhos na bochecha dele- Eu te perdôo e confio em você. Você sempre cumpre o que promete. -ele sorri fraco.

-Isso quer dizer que você vai voltar para casa? -sorrio e assinto. Ele sorri mais ainda e gruda os lábios nos meus.

Como no nosso primeiro encontro verdadeiro, nossas bocas encaixaram perfeitamente e eu penso que estou sonhando. Eu tomei a minha decisão e vale a pena tentar novamente. Nós temos uma história juntos, uma história linda, que pode ter um rumo lindo. Nós vamos aprender a dialogar um com o outro e teremos um relacionamento saudável. Eu sei disso!

Nossos castelos vão se reerguer e nós vamos realizar tudo que planejamos. Teremos filhos e nos amaremos eternamente. Como prometemos quando casamos, porque nós nunca descumprimos nenhuma promessa.

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