CAPÍTULO 19 - Parece que alguém viu um fantasma.

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— Eu preciso da sua ajuda!

Daniel chegou ao seu apartamento, depois do almoço com Carol. Estava sendo torturado por um pensamento que se recusava a deixar sua mente:

"Carol e Renato? Não! Não!"

Ele sabia que nada estava acontecendo entre os dois. Conhecia Renato há muito tempo e confiava no caráter do amigo. E sabia que Carol não era esse tipo de mulher. Mas se Daniel ainda achava que isso podia acontecer? O pensamento irritante que martelava em cabeça sem piedade, dizia que a resposta era SIM!

Carol era uma mulher inteligente e bem-sucedida, e com certeza queria um cara que pudesse lhe dar a segurança que ela desejava. E Daniel não sabia se era esse cara. Desde os 19 anos, quando começou a trabalhar embarcado, tinha adquirido sua tão desejada independência financeira. Ganhava relativamente bem, viajava para fora a trabalho regularmente e cresceria ainda mais quando terminasse a faculdade de engenharia no final do ano. Mas a estabilidade profissional não parecia ser o que atraía Carol. Ela parecia querer algo mais. E Daniel não sabia se era capaz de dá-lo. Mas o que realmente o estava irritando é que ele achava que Renato podia e provavelmente adoraria cumprir tal tarefa.

Renato era mais velho, boa pinta, simpático e experiente. O que dava a algumas mulheres a tão desejada sensação de segurança que normalmente os caras mais novos não eram capazes de dar. E visivelmente Renato e Carol se davam bem. Bem até demais. Mas Daniel tinha um plano: conseguiria algumas dicas.

— Aconteceu alguma coisa? — Marcelo abriu a geladeira procurando a garrafa de suco de laranja que tinha feito. Mas a única coisa que encontrou foi só um pouco do líquido, que não deveria encher nem meio copo, e um papel colado com o seguinte recado:

"O suco estava uma delícia. Se quiser pode fazer mais. Primo, te amo!" Seguido de um desenho malfeito de um coração.

— Moleque filho d .... — Marcelo se calou. — Coitada da minha tia. Não merece ser ofendida só por causa do filho babaca que ela teve.

— Ei?! O assunto é sério. Eu preciso da sua ajuda. — Daniel se apoiou na pia da cozinha e cruzou os braços. — Preciso de um conselho.

— Foi mal! Eu me distraí. — Marcelo pegou alguns limões na geladeira e o liquidificador para começar a fazer uma limonada, já que o primo tinha bebido todo o suco que tinha feito pela manhã. — Pela sua agitação a coisa é séria.

— Mais ou mesmo. — Levou à mão a cabeça, despenteando os cabelos, não sabendo como começar a conversa. — Eu... Eu preciso saber como um cara mais velho age com uma garota num encontro.

— O quê? Você está querendo que eu te explique como se chega junto em uma mulher? — Marcelo parou de lavar o copo do liquidificador, surpreso com a pergunta. — Então o que você e a Carol ficaram fazendo esse tempo todo por aí?

— Para de ser babaca. Não é esse tipo de conselho que eu quero.

Daniel jogou um pano de prato na direção do amigo. Marcelo o pegou no ar, e começou a secar o que estava em suas mãos enquanto ria da reação um pouco violenta por culpa do ego ferido de Daniel.

— Acho que o fato de eu ser mais novo está começando a atrapalhar as coisas entre mim e Carol.

— Já está com problemas no paraíso em um pouco mais de uma semana? — Marcelo gargalhou.

— É sério? Eu vou precisar pedir ajuda para o Felipe? — Daniel levantou as sobrancelhas, incrédulo — FELIPE?

— É... Você tem razão. Pedir ajudar a Felipe num assunto desses é pedir para ouvir besteira. É bem provável que o ele te diga que é só pegar a garota de jeito, que todos os seus problemas estarão resolvidos. — Marcelo sorriu da praticidade infantil do primo, mas que estranhamente funcionava para ele.

SOS: verão! (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora