CAPÍTULO 24 - Gosto amargo também no final das férias? Só pode ser brincadeira!

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O céu pintado de um laranja avermelhado tinha quase a mesma cor do fogo nas tochas espalhadas pelo quintal da casa, onde acontecia o luau. A tarde se despedia enquanto os convidados chegavam animados para o aniversário de Daniel.

— Nossa! Ficou lindo! — Exclamou Júlia, que acabava de chegar e admirava a arrumação da festa.

— Estou achando que a gente devia ter ficado no grupo responsável pela decoração. — Comentou Ícaro, que olhava ao redor igualmente impressionado. — Casa de frente para a praia, e com uma piscina desse tamanho no quintal? Não acredito que tenham ficado só na arrumação!

— Ah, não! Se Rebeca foi a responsável pela decoração, duvido que tenha deixado alguém entrar, enquanto não tivesse tudo arrumado.

A iluminação com tochas e lâmpadas coloridas, as mesas arrumadas com aperitivos diversos, os enfeites temáticos e as pranchas estrategicamente posicionadas eram os principais componentes da decoração. Parecia que tudo tinha sido feito com antecedência, e não na correria de mais cedo. A festa parecia um luau tipicamente havaiano, ou melhor, buziano.

* * *

Os últimos retoques na mesa de frutas eram finalizados por Rebeca. Algumas coisas haviam sido entregues com atraso, e ela não permitiria que isso estragasse o trabalho que o grupo teve durante toda a manhã e uma boa parte da tarde. Rebeca nem parrou par almoçar. Concentrou todo seu esforço em fazer com que tudo ficasse perfeito. Uma mulher acostumada a ir muitas festas, e que também trabalha com moda e tendência, não poderia ter seu bom gosto questionado. Seu talento foi colocado à prova. E ela passou com louvor.

Depois de posicionar a tigela com uvas verdes sobre a mesa, aproveitou para roubar sua primeira refeição desde o breve café da manhã. Ao sentir o gosto ácido da uva preencher sua língua, Rebeca percebeu o quanto estava com fome. Não, estava varada de fome! Frutas não seriam suficientes para matar seu desvelado apetite. Quando se virou para ir à mesa dos frios, encontrou Marcelo parado bem próxima a ela, segurando um prato com um belo pedaço de torta.

— Por acaso você conhece alguém que esteja com fome? Fiquei sabendo que teve gente que trabalhou o dia inteiro e não comeu nada. — Disse ele, enquanto balançava o prato, suavemente, de um lado para ao outro. Seus movimentos hipnóticos eram seguidos por olhos famintos.

A torta parecia estar escandalosamente deliciosa. Não importava quantas calorias aquilo tivesse: Rebeca a queria mais que tudo!

— Eu conheço alguém sim. — Respondeu, sem desviar os olhos do prato. — Se você quiser, posso fazer o enorme favor de entregá-la para você.

— Muito gentil da sua parte, mas acho melhor eu entregá-la pessoalmente. — Marcelo parou de balançar a mão, mostrando o que tinha sobre prato. — A torta estava tão boa, que acabou em minutos. E como esse é o último pedaço, estou pensando em vendê-lo.

— Eu compro! Quanto custa? — Perguntou energeticamente.

A vontade de sentir a torta seguir o mesmo caminho que a uva fez sobre sua língua era tanta, que Rebeca nem se deu conta de que poderia comer outra coisa. Tinha uma grande variedade de aperitivos nas mesas espalhadas pelo enorme quintal da casa. Entretanto não tinha mais aquela maldita torta.

Seu estomago protestou. Rebeca estava demorando demais. Ele queria aquela torta tanto quanto ela.

— Não quero dinheiro. — Disse Marcelo, enigmático.

— Tudo bem! Não importa o preço, eu pago! — Falou, quanto tirava o prato das mãos dele, impaciente. Rebeca enfiou o garfo com tanta força que quase o entortou, e em seguida colocou um pedaço generoso na boca. — Hummm! — Exclamou, com os olhos fechados.

SOS: verão! (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora