Silene Régia

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Capítulo 3 – Silene Régia

"Amor Juvenil"

Alma

O rapaz tremia e chorava em meus braços.

— Humanos...— começo —alguns tem a terrível tendência a prender e matar aquilo que não entendem. — solto-o devagar e volto a me sentar à sua frente. — como eu disse, posso alterar o destino de seu amigo tritão.

— Coral. — a voz do rapaz sai completamente trêmula. — o nome dele é Coral. O encontrei machucado em uns corais quando saí de barco.

— Coral— repito. — Bom, sei o nome de seu amigo e o seu não e nem você sabe os nossos, que feio da minha parte. Meu nome é Alma, o pássaro se chama Laima, meu familiar. Ali — aponto para as samambaias — fica Emily, ela é uma boneca que só acorda quando preciso sair.

O rapaz olha confuso, talvez ainda não a tivesse visto.

— Alex. Meu nome. — diz se recompondo.

— Muito bem, Alex. — pego sua mão trêmula na mesa. — A maioria dos meus clientes pedem coisas que exigem viagem no tempo. E é com isso que mexo. Não posso alterar demais a história, não posso por exemplo, salvar Joana D'arc de seu destino, nem Jesus, nem Tiradentes. Mas Coral...— quando falo o nome do tritão, Alex me olha com expectativa. — Coral é um ser que devia se manter como uma lenda, como fictício e por isso vou salvá-lo.

— Como? — pergunta.

— Vou voltar antes de capturarem ele. Você me dirá uma data, uma em que acha melhor que eu lhe conheça no passado e então...como era seu pedido? Tornar Coral humano?

— Não! — exclama nervoso. — Quer dizer...era isso. Mas não vou trazê-lo para o mundo que o matou...agora meu pedido é ir com ele.

— Em outras palavras... você quer virar um tritão.

— Sim.

— Abandonaria sua família e amigos para viver no mar cheio de coisas que não conhece? — Laima o pergunta.

— Sim.

Sorrio.

— Então assim será.

 Levanto-me e rapidamente sento-me novamente. Tudo bem em querer ir com quem se ama mas...uma coisa não me parece certa.

— Alex...— começo, servindo-me de mais um pouco de café. — me disse que o encontrou em meio alguns corais, por isso dera o nome a ele de Coral...

— Isso. Estava preso em uma rede e... — não o deixo terminar.

— Ele entende nosso idioma? Entende o que você fala? Ele sabe falar? Você sabe seu verdadeiro nome? Pois me parece que você deu o nome a ele.

— Coral fala algumas coisas em nosso idioma, ele me disse o nome dele quando nos conhecemos...mas é muito complicado, então lhe dei um apelido.

— Ah — suspiro aliviada — por um momento achei que nem entendia o que ele falava e ainda sim ia embora com ele, quase recusei seu pedido agora. — sorrio e então mais uma dúvida me surge, fecho o rosto. — Sabe, Alex...— ele se mexe inquieto — sereias, tritões, tem um péssimo hábito...eles não tem uma aparência fixa, assumem a aparência e personalidade daquilo que aqueles que os vêem desejam, para que possam levar para o mar e afogar suas vítimas, atraídas pela seja pela beleza, seja pela personalidade, seja por uma promessa.

A Bruxa das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora