capítulo um - Alice

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Nasci e cresci em uma cidadezinha do interior de São Paulo. Uma cidade pequena, mas muito acolhedora, com pessoas simples e trabalhadoras. Minha mãe era enfermeira no único hospital da cidade. Meu pai era mecânico, dono da única oficina mecânica da cidade.

Quando me formei no ginásio, decidi seguir meu sonho, cursar pedagogia. Como a cidade era pequena e não tinha uma faculdade, o plano era estudar fora, eu poderia ter ido estudar em alguma cidade vizinha como todos que moravam plenitude fazia. Mais, sempre tive o sonho de ir pra São Paulo, e achei que a oportunidade era perfeita pra isso.

Meus pais a princípio não gostaram muito da ideia de eu ir morar tão longe e sozinha,mais eu os convenci, a amiga do hospital da minha mãe tinha uma filha que morava em São Paulo,estudava medicina, e dividia um apartamento alugado com algumas estudantes, e assim fui para são Paulo, com lugar para morar e a faculdade certa pra estudar.

Depois que saí de plenitude não voltei mais. Meus pais sempre que podiam iam me ver em São Paulo e passava uns dias comigo e minhas amigas, elas amavam quando eles estavam por lá, meu pai consertava tudo que via quebrado na casa e minha mãe além de fazer comidas maravilhosas, ainda dava várias aulas sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, era engraçado mais minhas amigas adoravam.

Me formei aos 22 anos e com a ajuda de um professor da faculdade comecei a trabalhar numa escola particular na capital. Meus pais mais uma vez não gostaram muito da ideia, pois, sempre diziam que depois que me formasse, eu teria que voltar pra plenitude e trabalhar na única escola da cidade. Mas com aquela oferta de emprego que surgiu eu não tive como dizer não pro meu professor.

Passaram 8 anos desde que me formei. Nesse meio tempo meu pai precisou vender a oficina mecânica, mas continuou trabalhando para o novo dono. E a vida continuou como sempre. Minhas amigas que moravam comigo, uma a uma foram casando e construindo suas famílias. Duas delas, saíram até do estado e foram morar no Rio Grande do Sul. Tudo se encaminha, e eu sempre focada no trabalho e com meus alunos, tive alguns relacionamentos mais nada sério. Até que aos 30 anos e sem namorado, vi que precisava construir uma família, já começava a sentir necessidade de ter alguém comigo quando chegasse em casa, e ter crianças correndo por aquele apartamento silencioso.

Oiii.
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A Professora Do Meu FilhoOnde histórias criam vida. Descubra agora