capítulo dezoito- Alice

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Alguns dias passaram. Continuei vendo Miguel e na maioria das vezes levava Clara comigo. Fazíamos alguns lanches juntos, assistimos filmes e jogávamos alguns jogos. Quando André podia nos acompanhava. Quando não, nos divertimos sozinhos. Foi realmente muito gratificante ver Miguel feliz.

E como tínhamos concordado na praça, eu e André estávamos deixando a vida seguir seu rumo, estávamos pròximos mais dando um passo de cada vez. Era bom assim, nos conhecíamos a cada dia, não tínhamos nada além de beijos e alguns amassos, tentávamos deixar nosso "relacionamento" mais emocional e menos carnal como foi antes.

Rebeca e Pedro finalmente marcaram a data do casamento depois da minha tia flagrar os dois no sofá bem à vontade.

Dani, e seu deus do ébano estavam a todo o vapor. Sempre juntos e parecendo ainda mais apaixonados. Antônio, era assistente de Dani.

O dia do casamento chegou, eu e André éramos padrinhos da noiva e Dani e uma prima de Pedro eram padrinhos do noivo. O casamento iria ser celebrado na boate, como dizia minha prima, no local onde tudo começou. Estava tudo um luxo, como minha prima queria. Em um lado da boate, foi organizado para ser realizado a cerimônia, no outro, foi organizado para ser a festa. A decoração era toda em tons de pink, rosê e creme. O noivo entrou acompanhado dos pais, depois entrou Dani e a prima de Pedro e logo depois eu e André. O vestido das madrinhas era pink, longo, de alcinha e justo ao corpo. Os padrinhos estavam de terno e gravata pink. Minha prima entrou num vestido sereia esvoaçante com pedrarias, acompanhada da minha tia que estava emocionada num vestido vermelho discreto.

A cerimônia foi linda, Miguel entrou com as alianças. Logo após a cerimônia a festa começou do outro lado do salão. A maior parte da cidade estava presente. O prefeito e a primeira dama marcaram presença. Todos estavam felizes e dançavam muito. Estava tudo muito bonito.

Sentei numa mesa que estava destinada só para os padrinhos e minha tia como eu era sua única família. Os pais de Pedro se sentaram em outra mesa junto com a prima de Pedro e o prefeito com a primeira dama. O namorado de Dani também estava conosco.

Depois de tirarmos fotos com os noivos e os demais convidados nos sentamos e uma música animada tomou conta.

Ainda me lembro do seu caminhar
Seu jeito de olhar eu me lembro bem

Agora sim começou a tocar o que eu gosto. - falou minha tia se levantando animada puxando Dani junto. Olhei pra André e começamos a rir. De repente, o prefeito e a primeira dama se juntaram a eles na pista e os demais anciãos da cidade se juntaram.

Fico querendo sentir o seu cheiro, é
Daquele jeito que ela tem
O tempo todo eu fico feito tonto
Sempre procurando, mas ela não vem
E esse aperto no fundo do peito
Desses que o sujeito não pode aguentar, ah!
E esse aperto aumenta meu desejo
Eu não vejo a hora de poder lhe falar

Os que não estavam dançando cantavam juntos em uma voz a música.

Por isso eu vou na casa dela, ai ai
Falar do meu amor pra ela, vai
Tá me esperando na janela, ai ai
Não sei se vou me segurar
Por isso eu vou na casa dela, ai ai
Falar do meu amor pra ela, vai
Tá me esperando na janela, ai ai
Não sei se vou me segurar

A música terminou e os que estavam dançando se sentaram. Outra música mais calma começou a tocar. E meus olhos se encheram de lágrimas.

Pra que falar
Se você não quiser me ouvir?
Fugir agora não resolve nada

Dança comigo?- perguntou André com um leve sorriso. Fiz que sim e fomos pra pista de dança. Algumas pessoas se juntaram a nós, inclusive os noivos e Dani com o Antônio.

Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda

André olhava nos meus olhos e eu nos dele. Estava sentimental naquele momento, gostava muito daquela música, e refletia exatamente o que eu pensava e sentia pelo André. Como a letra mesmo dizia, às vezes a distância ajuda. Ficamos ali dançando e olhando fundo um nós olhos do outro. Aquele momento poderia ser eterno.

E essa tempestade
Um dia vai acabar
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não

Ao ouvir essa parte da letra não me contive e beijei André, retribuiu o beijo. Nos beijamos apaixonadamente como se fosse o primeiro beijo, suave e intenso. E ficamos assim até a música acabar.

Termina agora
Pois essa tempestade
Um dia vai acabar
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Eu sou céu e fim
E o meu amor é imensidão oh oh oh oh

Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
Pois essa tempestade
Um dia vai acabar

Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Eu sou céu e fim
E o meu amor é imensidão
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou, eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Céu e fim
E o meu amor é imensidão oh oh oh oh

A música terminou. Nos olhamos por poucos instantes e fomos nos sentar. O DJ anunciou que era hora da noiva jogar o buquê, as solteiras da cidade correram para a pista, inclusive Dani que correu eufórico. Fiquei olhando correr e caí na risada.

Você não vai?- Perguntou André com ar curioso.
Não. Não sou muito dessas coisas. - falei tímida.
Prontas? - gritou minha prima para as meninas.
Sim!! - todas gritaram em um só corro.
Então vamos lá, 1... 2... 3.

Ela fez que ia jogar o buquê redondo com rosas creme e pink. Mais parou no ar. As meninas deixaram escapar um som de ah, então minha prima abriu passagem entre elas que ficaram sem entender nada, e veio em minha direção. Eu não estava entendendo nada. Olhei pra minha tia que sorria misteriosamente, André também me olhava mais com ar de satisfação. E eu continuava sem entender. Dani veio atrás da minha prima e parou antes que ela chegasse perto de mim. Minha prima parou na minha frente e me entregou o buquê com um sorriso no rosto. Continue sem entender nada, peguei o buquê.

Seja feliz! - disse minha prima. Foi quando vi André se levantar do meu lado, vir até minha frente, se ajoelhar e dizer.
Alice Menezes, quero te pedir diante de todos, diante da sua família e da minha pequena família, que seja minha. Quer casar comigo? - eu fiquei parada, em choque. Olhava para todos à minha volta que diziam em um só corro: aceita. Aceita! Olhei pra minha tia que fez que sim com a cabeça. Dani estava ao lado da minha prima próximos a André em lágrimas.

Respirei fundo em meio a tanta agitação, me levantei dei alguns passos em direção de Dani e todos ficaram me olhando. Entreguei o buquê a Dani que ficou com cara de espanto. Ele pegou o buquê perplexo. Voltei, virei para André e me aproximei, ele estava com cara de nervoso, então o olhei fundo nos olhos e dei um grande beijo nele. Todos aplaudiram. Quando terminamos o beijo olhei para ele e falei.

Sim. Sim. Mil vezes sim. - falei aos gritos. Todos comemoraram e vibraram. E nos beijamos de novo.

A Professora Do Meu FilhoOnde histórias criam vida. Descubra agora