05 - ACIDENTE DE MUNDICO

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Pai e mãe,

Uma coisa que vocês me ensinaram bem é que todos os nossos atos possuem consequências. Por esse motivo, eu sempre busco fazer as coisas certas, seja para mim ou meus irmãos.

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Em Parintins, a arte é vida

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Em Parintins, a arte é vida. Toda a cidade depende do festival que atrai milhares de turistas. Aquela era a oportunidade perfeita para Mundico mostrar o seu valor enquanto dançarino. Ele começaria o festival como uma verdadeira estrela. Eu desejava toda sorte para o meu novo amigo, pois sabia o significado daquele momento para ele.

Deixei a minha família nos camarotes e segui para a concentração, pois, a Hélida conseguiu uma permissão de fotógrafo para mim, então, pude transitar sem problemas pelos Bumbódromo de Parintins. Acabei esbarrando com Mundico e, cara, como ele estava bonito com o traje de sol, aproveitei para fazer alguns cliques.

De acordo com o Mundico, a sensação de entrar na arena era a mesma do primeiro beijo. As mãos ficam molhadas, o coração acelerado e a boca seca, porém, um sentimento bom o acalmava. Mostrei as fotos para o Mundico e acho que ele ficou um pouco mais confiante.

Para Mundico, aquela oportunidade seria única. Ele sempre foi um bom garoto, com um enorme coração, ajudou quem precisava. Era o seu momento de brilhar. Ele começaria o Festival sendo uma verdadeira estrela. Ele tinha um corpo bonito, pelo menos, eu achava. Deixei a minha família nos camarotes e segui para a concentração, consegui com a Hélida uma permissão. Vi o Mundico se preparar.

— Vê se tira fotos bonitas. — pediu Mundico, agachando no chão e fazendo um aquecimento.

— Vou ficar perto do fosso. Terei uma visão privilegiada do festival. — comentei me referindo ao local que a imprensa fica posicionada para cobrir as apresentações.

De repente, um dos produtores aparece e avisa que Mundico precisa entrar em sua alegoria. Mais uma vez desejei sorte e dei um abraço nele, porém, com cuidado para não estragar o traje dele.

Continuei o meu caminho, só que acabei me perdendo e resolvi voltar para o lugar onde encontrei Mundico. Para a minha surpresa, o traste do Richard passou correndo com outras crianças. Como aquele peste havia entrado ali?

Para evitar uma confusão e futura dor de cabeça, passei a segui-lo. Sorrateiro e com a ajuda de sua nova amiguinha, o meu irmão entrou em uma grande estrutura de metal. Ao contrário deles, eu tive dificuldade de acessar o local e tal ato me rendeu uma camiseta rasgada.

O local era escuro, entretanto, a luminosidade ficou pior ainda quando alguém fechou a única entrada. Para ter uma melhor visão da situação, peguei o meu celular e liguei a lanterna. O Richard ficou assustado quando me viu e quase levou um cascudo de mim.

— O que você está fazendo aqui? — questionou meu irmão como se fosse eu o errado da história.

— Eu que te pergunto! — exclamei pegando o meu irmão pelo braço. — Vamos sair agora.

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